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São Paulo, sábado, 10 de maio de 2003

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LUCIANO MENDES DE ALMEIDA

Assembléia Geral da CNBB

Terminou ontem, em Itaici, SP, a 41ª Assembléia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reunida de 30/4 a 9/5. Compareceram 305 bispos, que contaram com a presença do Núncio Apostólico dom Lorenzo Baldisseri e de 124 sacerdotes, além de diáconos, religiosos/as e leigos/as.
Esses dez dias são a grande oportunidade dos bispos católicos do Brasil de se encontrarem a cada ano para estreitar laços de união e de amizade, trocar experiências pastorais em comum e avaliar, diante de Deus, o desempenho de seu ministério. São dias dedicados à oração, a celebrações da Eucaristia e ao ofício divino, intercedendo pelo bem espiritual do povo.
O tema central da pauta era a avaliação do quadriênio cessante e a definição das "Novas Diretrizes e Objetivo Geral da Ação Evangelizadora" para o período de 2003 a 2006. A assembléia era também eletiva dos dirigentes da CNBB.
Houve cinco assuntos considerados prioritários: 1) a definição de dez comissões episcopais de Pastoral, leigos presidentes serão membros do novo Conselho Episcopal de Pastoral (Consep), 2) o estudo da vida e ministério dos presbíteros, preparando o tema da próxima assembléia, em 2004, 3) incremento do Ano Vocacional em curso em todas as dioceses, 4) a aprovação do Estatuto Civil da CNBB, 5) a confecção do Relatório Econômico de 2002.
Uma série de questões foram escolhidas para exposição e análise: a) a criação de um mutirão nacional para a superação da miséria e da fome, b) a análise da conjuntura nacional, c) a atuação dos movimentos religiosos autônomos que vieram multiplicando-se no Brasil, d) a posição da Igreja Católica e das Evangélicas quanto à atuação política, e) a programação da 4ª Semana Social Brasileira de 2005, f) a elaboração da mensagem para o Dia do Trabalhador, comemorado em 1º de maio.
A pauta incluiu ainda importantes comunicações: a principal referiu-se ao 40º aniversário do primeiro documento publicado pelo Vaticano 2º: "Sacrosanctum Concilium", que orientou e promoveu as reformas litúrgicas destes decênios. Marcantes foram as informações sobre "Diretrizes para o Diaconato Permanente", o "Diretório Nacional de Catequese" e o "Diretório de Pastoral Familiar", frutos de vários anos de trabalho. Chamou a atenção o excelente informe elaborado pelos oito bispos da Comissão Episcopal da Amazônia, colocando em evidência o apelo de cooperação missionária na região que ocupa quase metade do território nacional. O relatório suscitou forte interesse. Pode-se afirmar que essa assembléia ficará na história da CNBB como selo do pacto de apoio fraterno e concreto às comunidades da Amazônia. Outros temas completaram a pauta: informação sobre a Pastoral Carcerária, o Fórum Mundial Social e a lei nº 9840.
O dia 3 de maio foi dedicado ao retiro espiritual sobre "Misericórdia", sob a orientação de dom Eduardo Koaik, e se concluiu com o ato de devoção filial e a peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe (Campinas). Na noite de 5 de maio, realizou-se a Celebração Ecumênica da Paz, com a presença de vários irmãos de outras igrejas, que nos honraram com sua participação.
A eleição levou à escolha dos novos dirigentes -presidente: dom Geraldo Majella Agnelo (Salvador, BA), vice-presidente: dom Antonio Celso de Queiroz (Catanduva, SP), secretário-geral: dom Odilo Scherer (bispo-auxiliar de São Paulo) e dos responsáveis das dez comissões de Pastoral e do representante no Celam. Foram dias de fraterna amizade entre os bispos e de profunda união com o Papa João Paulo 2º. Dias de oração, trabalho e vontade intensa de evangelizar com o olhar e o coração voltado para os desafios, sofrimentos e alegrias do nosso povo. Agradecemos a todos os que nos acompanharam com suas preces.


D. Luciano Mendes de Almeida escreve aos sábados nesta coluna.


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