São Paulo, quarta-feira, 10 de agosto de 2005

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MORTE NAS ESTRADAS

É preocupante o resultado do levantamento do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) acerca de acidentes fatais ocorridos nas estradas paulistas. De acordo com a pesquisa, o número de mortes e acidentes nas rodovias do Estado vem crescendo, apesar dos investimentos feitos pelo governo de São Paulo na fiscalização eletrônica.
De 2003 a 2004, o número radares para controle de velocidade nas rodovias paulistas mais que dobrou, passando de 79 para 163. No mesmo período o volume de multas também aumentou. Em 2003 eram 754 mil; em 2004 saltaram para 1,4 milhão.
Não obstante, a quantidade de acidentes cresceu cerca de 9%, sendo que as ocorrências com vitimas fatais tiveram um aumento 4%. No primeiro semestre deste ano, verificou-se a mesma tendência. A média de acidentes por dia já chega a quase 200.
Seria precipitado ver nesses números a prova cabal de que a fiscalização eletrônica não produz bons resultados. Há outras estatísticas que demonstram o contrário. De acordo com técnicos do setor, sem os aparelhos de monitoramento, a situação provavelmente seria ainda pior.
É difícil determinar com precisão por que o aumento da quantidade de radares não tem sido acompanhado pela queda do número de acidentes e mortes. Especialistas levantam algumas hipóteses para explicar o fenômeno: a distribuição de radares pode estar sendo feita de maneira imprópria, a quantidade de equipamentos seria insuficiente e a velocidade talvez tenha perdido importância como causa de acidentes fatais.
São possibilidades que precisam ser mais bem averiguadas pelos responsáveis pelo setor para que se estabeleça um diagnóstico mais preciso e se tomem as medidas necessárias para reverter essa tendência.


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