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Controle eletrônico
A
PROPOSTA do prefeito
de São Paulo, Gilberto
Kassab (PFL), de instalar sensores eletrônicos na frota de veículos paulistana é promissora. Tais artefatos
permitem localizar os carros, facilitando o combate a furtos e
roubos, bem como fiscalizá-los
em relação a documentação irregular, desrespeito ao rodízio e
excesso de velocidade. Também
possibilitam às autoridades monitorar o trânsito em tempo real.
São ganhos que não se devem
menosprezar. No primeiro semestre deste ano, entre roubos e
furtos de veículos na capital, a
polícia registrou 44.117 ocorrências -244 por dia. A nova tecnologia tenderia a reduzir o ilícito o
bastante para permitir uma diminuição no valor do prêmio cobrado por seguradoras.
Igualmente importante seria o
impacto da vigilância eletrônica
no controle da documentação.
Estima-se que 1,7 milhão de veículos, um terço da frota da capital, circule irregularmente -sem
pagar IPVA, taxa de licenciamento, seguro obrigatório e
eventuais multas.
Com a fiscalização eletrônica,
o carro irregular deixaria de trafegar -um alívio para o trânsito- ou quitaria seus débitos.
Imaginando que a dívida de cada
um com o poder público, num
cálculo conservador, seja de R$
1.000, o valor do débito com os
três níveis de governo seria de R$
1,7 bilhão, pouco mais de 10% do
orçamento da cidade em 2005.
Existe, porém, uma dúvida
crucial sobre o mecanismo. Não
se sabe qual será exatamente o
seu balanço de custos e benefícios financeiros. Ainda não foi
explicitado o montante de dispêndio público para distribuir
gratuitamente um sensor eletrônico a cada veículo e instalar os
sistemas de checagem pela cidade. Falta esclarecer, portanto,
um elemento fundamental para
avaliar com propriedade essa
proposta, que parece adequada.
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