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ELIANE CANTANHÊDE
Nós, as mulheres
BRASÍLIA - Dados processados pelo Datafolha e analisados pela socióloga Fátima Pacheco Jordão para o Instituto Patrícia Galvão têm
uma boa dica sobre a tendência de
alta de Dilma Rousseff e de queda
de José Serra: o tucano vem perdendo força no eleitorado feminino.
Caiu de 45% para 38% aí.
Um dado que causa "frisson" nas
duas campanhas é que o maior contingente de indecisos nesta eleição
é de mulheres. Mauro Paulino, do
Datafolha, já mostrara que 19% das
nordestinas dizem não saber em
quem votar. Agora, mais: na pesquisa espontânea, 59% das mulheres não citam candidato nenhum.
Em maio, a eleição já pegava fogo... mas só nos partidos, na imprensa, nos setores mais informados da opinião pública. No resto,
não era bem assim. Eu estava no cabelereiro (olha eu dando corda para
os xiitas...), lendo o perfil de Dilma,
publicado em duas páginas na Folha, quando a moça que é um misto de gerente e secretária olhou a
foto dela e perguntou: "Essa aí é a
deputada da bolsa?"
Sim, ela confundiu Dilma com a
deputada distrital Eurides Brito, a
do escândalo do ex-governador Arruda no DF. Não sabia quem era
Dilma, quanto mais que era a candidata do Lula. E não estamos falando de uma mulher pobre do interior, mas de uma moça arrumada, expressando-se adequadamente, em plena capital da República.
Passam-se os meses, e 19% das
mulheres nordestinas, como ocorria com a mocinha do DF, provavelmente não conhecem os candidatos, não sabem que Dilma é a eleita
de Lula e têm mais o que fazer.
Seja por falta de tempo, de vontade, de informação, ou porque são
mais desconfiadas e responsáveis e
deixam para optar na última hora,
o fato é que as mulheres podem decidir a eleição. Candidatos e candidatas só pensam em seduzi-las.
Chegamos a uma equação simples: se a política é que move o
mundo e se as mulheres é que definem de fato a política, logo... as
mulheres é que movem o mundo!
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