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Senado
"Sobre a reportagem "Lobão discute sair do DEM e ir para o PMDB"
(Brasil, 9/10, pág. A7), venho esclarecer que em nenhum momento
tratei com o senador Edison Lobão
sobre o Ministério das Minas e
Energia nem sobre qualquer assunto administrativo que envolvesse o
governo em sua possível filiação
partidária.
Sua decisão, se ocorrer, segundo
me afirmou, está ligada única e exclusivamente a seus interesses eleitorais e políticos no Maranhão, onde vem ouvindo seus correligionários e amigos e exerce destacada e
autonômica liderança pelas suas
excepcionais qualidades de homem
público."
JOSÉ SARNEY , senador -PMDB-AP (Brasília, DF)
Ferréz e Huck
"O senhor Luciano Huck acreditava que, por ser famoso e ajudar algumas pessoas em seu programa e
em sua ONG, não seria vítima da
violência, pois o criminoso o reconheceria e saberia que se trata de
pessoa pública e altruísta. Ledo engano.
Assim, indignou-se e escreveu
um artigo que gerou a revolta de
muitos. Até aí, tudo bem, mas ao ler
o artigo de Ferréz ("Pensamentos
de um correria", 8/10), fiquei assustado, pois o autor pretende entender e legitimar a ação criminosa.
Esqueceu-se o articulista, ao dizer que o "rolo foi justo", que o assalto não se relaciona somente ao assaltante e à vítima. Há a necessidade de colocar a sociedade nesse
contexto. Para que o rolo atingisse a
perfeição -ainda que o relógio não
fosse recuperado e tivesse a destinação social trazida por Ferréz-,
haveria a necessidade de que a polícia prendesse o assaltante. Este deveria ser julgado e devidamente
condenado. Só então se poderia falar em Justiça."
MARCELO FERNANDES DOS SANTOS (Alfenas, MG)
"Nunca antes na história deste
país a Folha refletiu nos textos de
seus colunistas esse viés tão pequeno-burguês como no caso do texto
de Fernando de Barros e Silva de
8/10 ("Qual é, Mano Huck?').
A polêmica dele é falsa. Como na
maioria das vezes, reflete a psique
da pequeno-burguesia, que não sabe olhar além do umbigo. O Ferréz
está correto em sua análise, bem
mais ampla do que a desse moço,
Barros e Silva. Infelizmente, parece
ser coisa de classe social mesmo.
Isso para um jornalista que se
pretende um intelectual não pega
bem, inclusive pelo estilo pobre e
rançoso, por não aceitar as conquistas dos outros.
Nunca antes na história deste
país a Folha esteve tão em conflito
consigo mesma como parece estar
hoje."
ILSON LIMA (São Paulo, SP)
"Nasci e me criei em São Miguel
Paulista, periferia da zona leste.
Nos anos 70, freqüentei a escola pública e orgulho-me de nunca ter sido reprovado -naquela época isso
era mérito, não decreto.
Ao concluir o primeiro grau, trabalhei como office-boy para custear
o segundo grau -meu pai era mascate de feira livre, e minha mãe, faxineira. Após três anos trabalhando, voltei aos estudos. Fiz o último
ano ao mesmo tempo em que prestava serviço militar obrigatório.
Trabalhei mais seis anos para poder pagar uma faculdade, e concluí
em cinco anos o curso de administração de empresas.
Hoje sou casado, não tenho filhos, tenho minha casa, meu carro e
um salário razoável.
Lendo o artigo do escritor Ferréz,
me pergunto o que um desses "heróis" que abordam uma pessoa para
sustentar seus dependentes com
um assalto fizeram na história da
vida deles? Qual a diferença entre
mim e eles? Seria um daqueles garotos que debochavam de mim
quando eu ia para a escola?
Por fim, pergunto ao Ferréz:
quem compra o livro dele? O que
está no carro sendo assaltado ou o
que está na moto assaltando?"
MILTON BATISTUCI DE SOUZA (Guarulhos, SP)
"Com relação ao texto de Ferréz,
só tenho uma coisa a dizer: enquanto existir esse pensamento primitivo e cheio de apologia ao crime e ao
criminoso, as coisas só irão piorar.
Quanto ao Luciano Huck, é fácil
entender seu espanto. Uma vida e
uma família destroçada por causa
de um relógio.
Sou motoboy e já vi oito pessoas
serem assaltadas em um único dia.
Já pensou se todas tivessem a oportunidade de escrever no jornal sobre sua indignação? Não haveria espaço para outras notícias.
Lamento muito por Huck, mas
lamento mais ainda por aqueles que
defendem uma camada da nossa sociedade que gosta de se fazer de coitadinha, de excluída.
Diante de tudo isso, só posso dizer que nós, os menos favorecidos,
somos vítimas da nossa própria negligência e comodismo.
O pior de tudo é que isso só vai
mudar quando atingir cada vez
mais pessoas da elite, como o nosso
querido Luciano Huck."
FÁBIO BATISTA DA SILVA (São Paulo, SP)
"Presidir uma ONG não deixará
Luciano Huck livre de ser assaltado
e não resolverá os problemas sociais que afligem as camadas mais
pobres da população.
Não só Huck mas todas as emissoras de TV deveriam refletir sobre
sua programação. Será que se houvesse programas que incentivassem um pensamento mais critico
em relação a problemas sociais, políticos etc. não haveria uma cobrança maior da população em relação
ao governo?
Em vez de ficar pensando que poderia ter morrido ou botar a culpa
nas pessoas marginalizadas que
vêem apenas o crime como meio de
vida, não só Huck mas todas as pessoas que de algum modo atingem
um grande público deveriam refletir sobre a responsabilidade que
têm quando um assalto ou outro tipo de crime acontece."
HENRIQUE STECANELLA CID (São Paulo, SP)
Juizados especiais
"Sobre a reportagem "Na inauguração de juizado, passageira ganha
indenização de R$ 760 em uma hora" (Cotidiano, 9/10), pergunto à
ministra Ellen Gracie, presidente
do SFT: quando serão inaugurados
os juizados especiais cíveis nos terminais de ônibus e nas estações de
metrô da capital paulista?
Afinal, os usuários de ônibus e
metrô de São Paulo sofrem há muito mais tempo com a qualidade dos
serviços de transporte. E, às vezes,
perdem muito mais que tempo e
conexão de vôos devido a atrasos.
Perdem seus empregos."
RENATO SILVEIRA (São Paulo, SP)
"Surge a auspiciosa notícia dos
juizados especiais para atender viajantes lesados em aeroportos. Muito justo! Mas será que não dava para
pensar na mesma coisa para as filas
e reclamações do INSS e do SUS?"
MÁRCIO D'ÁVILA RIBEIRO (Ribeirão Preto, SP)
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