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Energia
"Muito oportuno o artigo de Paulo Ludmer de 8/11 ("Energia: mesmo fruto", "Tendências/Debates').
Onde estão a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, e o Ibama,
que tanto fazem para impedir o
crescimento não só da agricultura
mas do Brasil?
Como são defensores tão ferrenhos de nosso ambiente, por que
não se manifestam em relação ao
aumento da energia suja em nossa
matriz? Ou estariam apenas defendendo interesses de índios e ONGs,
sem interesse real pelo Brasil? Será
que uns hectares a mais de pastagens, de soja e de lagos para hidrelétricas na Amazônia são piores do
que a geração de energia suja pelo
resto da vida?
Afinal, qual é o real interesse desse governo do PT?"
CIRO ANTONIO ROSOLEM, professor titular do Departamento de Produção Vegetal da Faculdade
de Ciências Agronômicas da Unesp
(Botucatu, SP)
Gás e petróleo
"Na quinta-feira, tivemos duas
grandes notícias.
Uma boa: a Petrobras descobriu
reservas estimadas entre 5 bilhões e
8 bilhões de barris de petróleo e gás.
Outra ruim: devido às condições
impostas pela Agência Nacional de
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis nos seus leilões, a empresa teve que admitir dois sócios estrangeiros, que levaram 35% do negócio. Perdeu o país de 2 a 3 bilhões
de barris a serem extraídos."
DIOMEDES CESÁRIO DA SILVA, vice-presidente da
Associação dos Engenheiros da Petrobras -Aepet (Rio de Janeiro, RJ)
Desigualdades
"É muito bom que, na mesma edição em que nosso presidente fez artigo dizendo que seu governo tem
trazido crescimento econômico
com redução da desigualdade, possamos ler a verdade: a concentração
de renda continua no país ("Classes
A e B têm a maior alta na renda média, diz pesquisa", Dinheiro, 9/11)."
BRUNO AUGUSTO SOUZA DE MEDEIROS
(São Paulo, SP)
Desperdiçada
"O editorial "Chance desperdiçada" (Opinião, 8/11) contém dois lugares-comuns, uma controvérsia e
uma omissão.
Trata-se de unanimidade no país
de que "o poder público precisa reduzir, paulatinamente, a fatia da
renda que exige dos contribuintes".
Igualmente, não há discussão
quanto à necessidade imperiosa de
alcançar "progressos sistemáticos
na produtividade e na qualidade
dos serviços públicos".
Mas a "receita" desta Folha é controversa quando se trata de diminuir "a proporção das despesas de
manutenção da máquina", leia-se
gastos com a folha de salários dos
servidores.
Em que pese ser um discurso grato ao neoliberal típico, a realidade
mostra que, segundo a OCDE, o
Brasil possui menos servidores para cada mil habitantes do que países como Alemanha, EUA, Espanha, França ou México. Não parece
factível melhorar a "qualidade dos
serviços públicos" apenas com ganhos de produtividade. Que o digam fiscais do Ibama e do Serviço
de Inspeção Federal.
Mas o que dizer do escandaloso
ralo das despesas com pagamento
de juros? Por que a mídia em geral,
e a Folha em particular, blinda esse
assunto? Não seria o caso também
de criar políticas que possibilitem a
redução paulatina do que há de excesso nesses gastos?
Penso que a Folha tenha desperdiçado uma grande chance de discutir uma das maiores mazelas de
nossa sociedade e a principal responsável pela fatia excedente de
impostos que o governo "exige dos
contribuintes"."
JORGE BREDER (Campinas, SP)
Amazônia
"A minha declaração "em região
mais apta à soja, manter floresta
por opção [econômica] seria burrice", publicada no texto "Mercado de
CO2 reduz 70% do desmate" (Ciência, 7/11), merece esclarecimentos.
Na ocasião da entrevista, me referia ao ponto de vista do produtor
que, tendo o direito legal de desmatar (20% da propriedade rural no
caso da Amazônia), não deixaria de
fazê-lo (para plantar soja), em função da ausência de valor ou de devida compensação pela opção em
manter a floresta em pé. É exatamente essa falta de valor econômico para a conservação florestal que
tem estimulado, em grande parte, a
conversão de milhares de hectares
de florestas na Amazônia em, por
exemplo, pastagens extensivas e de
baixa produtividade.
Derrubar florestas, na verdade,
traz desvantagens enormes, principalmente neste momento em que o
seu valor para o equilíbrio climático
regional e planetário, para a conservação da biodiversidade e para a
manutenção de chuvas está mais do
que reconhecido. Além do fato de
existir uma enorme área já desmatada e que se encontra abandonada
e disponível ao setor agropecuário."
PAULO MOUTINHO, coordenador de pesquisa do
Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia
-Ipam (Brasília, DF)
CPI do Corinthians
"Esse sepultamento da CPI do
Corinthians é, nada mais, nada menos, um trailer do que iremos assistir daqui a sete anos, com Ricardo
Teixeira comandando a comissão
que organizará a Copa 2014.
Podemos esperar durante a organização da Copa uma farta distribuição de benesses, compra de opiniões, desvio de recursos e falcatruas diversas, para, no final, caso
alguém pretenda criar uma CPI para apurar os crimes cometidos, de
novo não dar em nada.'
RONALDO GOMES FERRAZ (Rio de Janeiro, RJ)
Privatização do Besc
"É de lamentar que o articulista
Marcos Nobre ("Lembretes", Opinião, 6/11) leia apenas a Folha.
No dia 28/10, "O Estado de S.
Paulo" publicou artigo do deputado
Paulo Renato Souza contra a incorporação do Banco do Estado de
Santa Catarina pelo Banco do Brasil. O deputado voltou, então, a falar
no assunto, que é um dos pilares do
seu mandato: a defesa intransigente da privatização e o questionamento da reestatização de diversos
segmentos da economia."
LUÍS JORGE NATAL, assessor de imprensa do deputado Paulo Renato Souza (Brasília, DF)
Reeleição
"O texto "Proposta sobre 3º mandato é desarquivada" (Brasil, 1º/11),
incluiu uma proposição do deputado Valdemar Costa Neto no contexto de um desarquivamento que
"permite a reeleição sem limites para cargos majoritários". A reportagem, no entanto, não informou que
a PEC citada é contra a reeleição.
Além de não mostrar que o parlamentar defende o fim da reeleição,
o texto não noticiou que a PEC de
Costa Neto vem sendo reapresentada desde 1998.
A omissão da informação pode
ter induzido a erro o bom jornalismo de "O Diário de Mogi", que, citando a Folha, noticiou que Costa
Neto agora defende a reeleição."
VLADIMIR PORFÍRIO, assessoria de imprensa do
Partido da República (Brasília, DF)
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