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Impunidade
"O excelente artigo "Pelo fim da
impunidade", de Ricardo Young e
Carlos Eduardo Lins da Silva ("Tendências/Debates", 7/12), traz algumas recomendações para uma mobilização nacional contra a impunidade, principalmente na malversação do dinheiro público.
Deixa claro também o papel fiscalizador da sociedade organizada,
principalmente nos municípios.
Uma ação que poderia ser discutida no fórum proposto pelos autores é a idéia lançada pelo Instituto
de Fiscalização e Controle, formado por auditores de vários órgãos
que, voluntária e gratuitamente,
dão assessoria, treinamento e "apadrinhamento" a entidades e pessoas
preocupadas em acompanhar as
contas públicas municipais.
Todas essas ações ajudam, mas
sem uma Justiça rápida e sem punições judiciais visíveis, a sociedade
continuará não acreditando."
CELEM MOHALLEM , coordenador do Grupo Executivo de Representatividade Política de Itajubá,
integrante da ONG Transparência Itajubá
(Itajubá, MG)
Servidores
"A Folha deu grande destaque
(com direito a editorial) à regulamentação da lei de greve para os
funcionários públicos federais. E
para os reajustes devidos às nossas
perdas salariais? Nem uma linha!
Sabe há quantos anos o funcionalismo não tem reajuste? Doze anos
e dez meses, período FHC e Lula.
Isso é que é coerência."
MANOEL CLEMANTINO DE SOUSA , professor da Universidade Federal da Paraíba (João Pessoa, PB)
Envelhecer
"Parabenizo Gilberto Dimenstein pelo artigo "Os novos velhos"
(Cotidiano, 9/12). Casos como o da
dona Raimunda Nonata da Silva serão cada vez mais comuns.
A difusão de noções sobre o envelhecimento desde a infância é fundamental para a compreensão da
vida como um processo. A velhice é
uma etapa não apenas de perdas,
mas também de desafios e de conquistas. A educação pautada por temas da gerontologia favorece o
combate ao preconceito e a fixação
na eterna juventude.
A curiosidade, a sagacidade, a
motivação sopram em todas as idades e impelem à universidade uma
senhora de 81 anos.
De que nos adiantaria uma vida
mais longa se não tivéssemos mais
nada a fazer?"
MARISA ACCCIOLY DOMINGUES , docente do curso
de gerontologia da USP (São Paulo, SP)
Sem copiar
"Aquilo de que o Brasil necessita
são políticas educativas livres, integrais e multifacetadas, que ultrapassem as fronteiras do utilitarismo e as caricaturas de cópias e
idéias de outras latitudes, ao contrário do sugere o artigo de ontem
de Danuza Leão ("Tragédia nacional", Cotidiano).
A verdadeira tragédia nacional
pode ser debitada ao desperdício de
importantes recursos, uma vez que
a descontinuidade de ações ignora
o esforço empreendido pelos coletivos escolares, o levantamento de
dados e a análise de relações do
saber historicamente construído
no Brasil.
Muitas das reformas pretendidas
não chegam às salas de aula ou não
alteram em profundidade o seu cotidiano porque as chamadas "inovações" são introduzidas sem uma
avaliação dos erros e avanços dos
programas que "caíram de moda".
No meu entendimento, a mera
reprodução das chamadas "modas
pedagógicas" oriundas da Europa
-das "competências" de Perrenoud
à "complexidade" de Morin- é um
dos principais fatores, entre muitos, aos quais podemos debitar o
fracasso de nossa educação, especialmente no Estado de São Paulo.
Enquanto essa mentalidade colonialista de "ir lá, ver e copiar" prevalecer, não avançaremos em nada."
MARIA DO CARMO LUIZ CALDAS LEITE , mestre em
educação (Santos, SP)
"Como assinante desse jornal,
gostaria de parabenizar Danuza
Leão pela importante reflexão intitulada "Tragédia nacional".
Faço dela minhas palavras, duvidando de que alguém encontre algo
neste (des)governo que esteja funcionando bem."
MARIA REGINA NEVES RAMOS (Campinas, SP)
Deus e o Brasil
"Deus é brasileiro, mas mora no
exterior. Ontem, nesta seção, um leitor
otimista disse que o país melhorou
muito nos últimos dez anos, sugerindo que Ele deveras olha por nós.
Mas de que Brasil estamos falando?
No jornal do último sábado, o
Bird ventilou o pífio avanço no
combate à pobreza aqui no país.
Os alunos brasileiros têm uma
educação péssima e nem bem entendem os textos que lêem (segundo o Pisa). É isso mesmo. Estamos
formando, infelizmente, uma juventude inepta.
A corrupção, em seus inúmeros
níveis, permeia os jornais todo santo dia.
Javé escreve certo por linhas tortas, e o encarregado celestial de fazer cumprir suas decisões está entendendo tudo errado.
Talvez Deus viva é na Suíça -ou
será nas Ilhas Cayman?
Que tal pararmos de esperar pela
(má) vontade divina e fazermos algo de concreto pelo futuro do
Brasil?"
JOÃO MARCOS LOPES KÜBLER (Bauru, SP)
Fumo
"Paula Johns, da Aliança de Controle do Tabagismo, disse que "é patético cogitar de um preço mínimo
[para o cigarro] de R$ 1,70. Se fosse
R$ 4, R$ 5, daria para começar a
pensar" ("Receita quer preço mínimo para cigarro", Dinheiro, pág.
B17, 9/12).
Patético é como esses "xiitas" do
antitabagismo conduzem sua luta,
sem apreço nenhum pela democracia e pela liberdade alheia.
A frase escancara o fato de que
muitas das políticas que dizem visar a proteção do não-fumante objetivam, na verdade, levar o fumante a abandonar o cigarro por meio
de medidas coercitivas. Sentem-se
tais pessoas no direito de tutelar a
vontade alheia.
No fundo, partilham da mesma
ótica do Taliban -diferem na intensidade do ódio e na violência do
método, não na essência.
Portadores da "verdade" que são,
entendem que se deva vedar que alguém se comporte em desacordo
com o que consideram certo."
WANDERLEY DE CARVALHO REGO
(Rio de Janeiro, RJ)
Socorro
"Se bastou um presidente de escola de samba pedir socorro por
três vezes para o presidente Lula
sentir sensibilizado ("Lula libera R$
12 mi para o samba do Rio", 9/12),
sugiro que nós, brasileiros, criemos
o movimento "Socorro, presidente!". Imagine milhões de vozes pedindo socorro para a educação, para
a saúde, para a segurança..."
WILSON AFONSO E SILVA (Uberaba, MG)
CARTA REGISTRADA
"Após o anúncio do "PAC do Carnaval", deve ser criado agora o "PAC
de Natal" para os "amigos ocultos" da CPMF."
CARLOS GASPAR (São Paulo, SP)
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