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KENNETH MAXWELL
Tiger, Salahi
e Boyle
A DESPEITO dos conflitos no
Afeganistão e no Paquistão,
dos continuados protestos
de estudantes contra o regime iraniano nas ruas de Teerã e da conferência de Copenhague sobre a mudança do clima, para não mencionar a visita do presidente Barack
Obama a Oslo, hoje, onde ele receberá o Prêmio Nobel da Paz, as histórias que atraem mais atenção no
momento, aqui nos EUA, são o
imenso sucesso de "I Dreamed a
Dream", primeiro CD de Susan
Boyle, as desventuras de Tiger
Woods e a saga de Tareq e Michaele Salahi, os penetras no jantar da
Casa Branca.
Uma desconhecida de 48 anos de
idade que vivia com seu gato em
Blackburn, Escócia, Susan Boyle
tornou-se sensação internacional
do dia para a noite ao se apresentar
em "Britain's Got Talent", um programa de TV britânico. Ela não
venceu a competição, mas as estimativas são de que o vídeo de sua
apresentação tenha sido assistido
310 milhões de vezes na internet.
Seu CD, lançado na semana passada, vendeu 701 mil cópias nos
EUA. Foi o lançamento de vendas
mais rápidas na história britânica,
e chegou ao topo das paradas de sucessos no Canadá, na Austrália, na
Irlanda e na Nova Zelândia.
Tiger Woods, 33, é um superastro do golfe. Faturou mais dinheiro
com suas vitórias e contratos publicitários que qualquer outro atleta. Tinha, além disso, uma imagem
de completa limpeza. Pelo menos
até que batesse seu Cadillac Escalade 2009 contra o hidrante da casa
vizinha, às duas da manhã. Woods
recusou três pedidos de depoimento feitos pela polícia. Mas o jornal
"National Enquirer" começou a
publicar uma série de reportagens
sobre seus casos extraconjugais
com garçonetes de bares e recepcionistas de casas noturnas. Até o
momento, as empresas que o têm
como garoto-propaganda, entre as
quais Pepsi, Nike e Procter&Gamble, manifestaram a intenção de
continuar a apoiá-lo.
Tareq e Michaele Salahi representam uma nova variedade de
pessoas que estimulam o sensacionalismo ao fazer qualquer coisa
para conquistar notoriedade na
mídia. Eles foram como penetras
ao primeiro jantar de Estado de Barack Obama na Casa Branca. Conseguiram ser fotografados com o
vice-presidente e postaram as fotos em sua página do Facebook.
Foram até apresentados ao presidente Obama.
É verdade que os Obama transformaram a Casa Branca em fulcro
das atenções da mídia. Seria reconfortante desconsiderar todas essas
coisas, classificando-as como parte
da tradicional tolice da mídia na
temporada natalina. O problema é
que o mundo é um lugar perigoso, e
os Salahi conseguiram entrar na
festa mesmo sem convite.
KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras
nesta coluna.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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