São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Planejamento
"Concordamos que, por melhores que sejam as intenções da ministra Emília Fernandes (e seguramente são), a inclusão do planejamento familiar entre as condições exigidas para a participação no programa Bolsa-Família inevitavelmente representaria um retrocesso no elementar direito constitucional que dá a cada casal a liberdade de decidir sobre ter ou não ter filhos, quantos ter e quando tê-los. Os movimentos de mulheres e as forças democráticas deste país lutaram bravamente para conseguir conquistar esse direito, e ainda hoje ele não é plenamente exercido. Basta lembrar que, em muitos municípios, o acesso aos métodos contraceptivos e à ligadura de trompas ainda é moeda de barganha eleitoreira -e os beneficiários dessa barganha estão aí, vivos e atuantes. Vencer esse tipo de conduta e obter qualidade de serviço exige informação e a disponibilidade dos métodos para todos, exige que se pratique, urgentemente e em todas as unidades de saúde, os princípios do SUS, o Plano de Assistência Integral à Saúde da Mulher (de 1983) e, mais que tudo, que os gestores públicos comprovem o seu compromisso com uma democracia de fato e que sejam permeáveis ao controle social exercido pelos conselhos, pelos usuários e por movimentos sociais. Sem isso, não há qualidade possível na saúde e o combate à pobreza vai sempre sacrificar o exercício da liberdade."
Maria Helena Souza e mais dez integrantes do Fórum de Mulheres de Salvador (Salvador, BA)
 
"Quero parabenizar a ministra Emília Fernandes por colocar em discussão um tema de muita importância: o planejamento familiar. Como em todos os temas, muitas pessoas buscam enfatizar o lado ruim, mas não vamos confundir as coisas. Fazer planejamento familiar não é limitar o número de filhos por pessoa, e sim instruir os cidadãos quanto à responsabilidade de colocar um filho no mundo e sobre como evitar uma gravidez indesejada, facilitando a população a usufruir dos meios contraceptivos. Espero que esse assunto não seja esquecido e que ele seja colocado em prática principalmente nas regiões onde as pessoas são carentes em muitas coisas -inclusive informações."
Thiago Baise (São Paulo, SP)
 
"Espero sinceramente que a coordenadora do Bolsa-Família, a senhora Ana Fonseca, cumpra sua palavra, divulgada pela Folha em 9/1, de atrelar à concessão dos benefícios governamentais às famílias carentes as informações básicas sobre serviços públicos de planejamento familiar. Já passou da hora de o governo levar a sério esse assunto e deixar de ser cúmplice com a "pena de vida" indigna a que são submetidas levas de crianças brasileiras ano após ano." Marcia Graminhani (Brasília, DF)

Transgênicos
"Bom o artigo sobre OGMs do deputado Aldo Rebelo, publicado em 8/1 ("OGMs e a síndrome do colonizado", "Tendências/Debates", pág. A3). Participei dos debates no Congresso e penso que o artigo sintetize bem as diretrizes e os princípios que discutimos. Concordo com ele."
Ennio Candotti, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (Vitória, ES)

Saneamento
"Enquanto, desde 1994, os preços administrados chegaram à estratosfera e a inflação oficial ficou em 138,4%, conforme mostrou a Folha em 9/1, os funcionários públicos estaduais de São Paulo -em sua grande maioria- não tiveram nem sequer um centavo de aumento no período. Chegou-se ao cúmulo de um delegado de polícia no Estado ter um dos menores salários entre quase todos os Estados da federação. Isso sim é "saneamento de finanças". Mas a que custo social?"
Jarbas de Souza Júnior (Assis, SP)

Tiro no pé
"No ano de 2002, os Estados Unidos tiveram uma receita de US$ 66,6 bilhões com o turismo internacional, sendo que US$ 418 milhões vieram de turistas brasileiros, ou seja, 0,72% do total. Já a receita do turismo internacional no Brasil naquele mesmo ano foi de US$ 3,12 bilhões, e os turistas norte-americanos contribuíram com US$ 667 milhões, o que representam 21,38% do total. Esses números mostram que o turista norte-americano é muito mais importante para o Brasil do que o turista brasileiro para os EUA. No momento em que dificultamos o acesso de norte-americanos ao nosso país, não estamos praticando nenhuma reciprocidade, haja vista a desigualdade dos números. Devo lembrar que os EUA são o país que tem a maior receita com o turismo no mundo e que, sozinho, produz 30% do turismo emissivo mundial -sendo também o número um. Assim, a cada dia que passa, estamos dando um tiro no nosso próprio pé ao dispensar essa receita e os empregos tão necessários para o país."
Pedro Fortes, diretor da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis -Abih- e vice-presidente da Abih-RJ (Rio de Janeiro, RJ)
 
"Parabenizo Clóvis Rossi pela crônica "Compaixão de vira-lata" (Opinião, pág. A2, 9/1). De fato existem várias pessoas com complexo de vira-lata, preocupadas com os norte-americanos que estão sendo fichados no Brasil. Uma delas é o senhor Sérgio Bueno, diretor de desenvolvimento da BSH International Consultoria de Investimentos Hoteleiros, autor do artigo "Fotografias e impressões digitais para quê?" ("Tendências/Debates", pág. A3), publicado também no dia 9/1. É pena que, por interesses pessoais e corporativistas, pessoas como ele tenham esse complexo. Parabéns ao juiz federal que, ao determinar a identificação dos norte-americanos no Brasil, enalteceu a dignidade dos brasileiros que não têm complexo de vira-lata."
Walter Miranda, auditor fiscal da Previdência Social (Araraquara, SP)

Boas-festas

A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: Museu Histórico Nacional (Rio de Janeiro, RJ); Anima Mundi (Rio de Janeiro, RJ); CSN -Companhia Siderúrgica Nacional (Volta Redonda, RJ); Apae -Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Vitória, ES); Tasso Gadzanis, presidente, e Leonel Rossi Júnior, diretor internacional da Abav -Associação Brasileira de Agências de Viagens (São Paulo, SP); Accesso (São Paulo, SP); IBDFAM -Instituto Brasileiro de Direito de Família (Belo Horizonte, MG).



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