São Paulo, terça-feira, 11 de abril de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Hospital
"Em relação à reportagem "Hospital cobra pedágio de propagandista" (Cotidiano, 10/4), a Secretaria de Estado da Saúde esclarece que jamais foi procurada para especificamente responder aos questionamentos da reportagem. Depois de enviar e-mail à assessoria de imprensa da secretaria às 18h22 de sexta-feira passada (7/4), com perguntas por escrito à uma médica do Hospital das Clínicas, a jornalista autora da reportagem telefonou à assessoria com o seguinte argumento: "Sei que não é com vocês, mas queria uma ajuda". Vale ressaltar que jamais a repórter pediu à assessoria de imprensa da secretaria que respondesse aos questionamentos. Ela pediu que houvesse ajuda para que a assessoria de imprensa do hospital encontrasse a médica do hospital. Mais: ela nem chegou a explicar à pasta qual reportagem estava produzindo. Questionada se já tinha conversado com algum profissional da secretaria, a repórter confirmou que havia entrevistado o senhor Alexandre Grangeiro, diretor do Instituto de Saúde, órgão da secretaria, o que, infelizmente, não foi citado na reportagem."
Danilo Vicente, assessor de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde (São Paulo, SP)

Resposta da jornalista Fabiane Leite - Na mensagem enviada aos assessores de imprensa Maria Tereza Moraes e Danilo Vicente, às 18h22 de sexta-feira, a Folha repetiu os questionamentos feitos, durante todo o dia, ao Hospital das Clínicas, que é subordinado à secretaria, sobre o teor da reportagem. A secretaria, assim como o HC, não respondeu as perguntas.

"Fantástico"
"Não é a primeira vez, mas, desta vez, o truque ficou por demais explícito. Pelo menos em relação à TV Globo, Nelson de Sá comenta programas e reportagens sem vê-los, por adivinhação, apenas com base nas "chamadas" que vão ao ar. Isso ficou patente ontem, quando a edição da Folha das 20h30 já trazia a coluna comentando a reportagem do "Fantástico" sobre Suzane Von Richthofen, que, àquela hora, nem sequer tinha ido ao ar. E, como sempre, fazia insinuações de que a entrevista visava beneficiá-la. Ao ver a reportagem, que foi ao ar às 22h43, levou um susto e teve de acrescentar um parágrafo, admitindo que a reportagem era a denúncia de uma farsa: Suzane chorava, ou aparentava chorar, seguindo recomendações de seus advogados que as câmeras do "Fantástico" registraram. Esse tipo de colunismo premonitório não faz mal à Globo, faz mal ao colunista, que perde credibilidade."
Ali Kamel, diretor-executivo de jornalismo da Central Globo de Jornalismo (Rio de Janeiro, RJ)

Contra a classe
"De duas, uma: ou os advogados de Suzane Von Richthofen têm um plano mirabolante para inocentá-la ou algo está muito errado e merece atenção da OAB, pois, pelo que mostrou a infeliz entrevista no "Fantástico", os doutores Mario Sérgio de Oliveira e Denivaldo Barni não zelaram pela honra e dignidade da profissão e, com isso, não contribuíram para o aprimoramento das instituições. Tenho a impressão de que, com a entrevista, os digníssimos advogados de Suzane advogaram contra ela e contra toda a classe."
Jean Carlos de Siqueira Colmeal Gil, (Mogi das Cruzes, SP)

 

"Se Suzane Von Richthofen tivesse sido convocada pela CPI dos Correios, ela iria fazer o depoimento protegida por um habeas corpus, porque, em algum lugar da legislação brasileira, deve existir uma brecha que atenue o crime do filho que mata os pais. O povo brasileiro está se habituando com a impunidade escancarada e com os depoimentos cínicos e mentirosos, repletos de "eu sou uma vítima", "sinto saudades", "matei por culpa do amor". Ou então, "não respondo", "não sei", "não vi", "não amola", "tô nem aí"."
Wilson Gordon Parker (Nova Friburgo, RJ)

Publicidade
"Em relação à nota "Tortura chinesa", publicada na coluna da jornalista Barbara Gancia na edição de 7/4 (Cotidiano) e que trata da campanha publicitária da Fort Knox, gostaríamos de ressaltar que em nenhum momento a diretoria da empresa deixou de se preocupar com o bem-estar dos funcionários durante o desenvolvimento do projeto. A função exercida pelos vigilantes nos "outdoors" retrata, até certo ponto, a realidade do trabalho de um segurança em um posto de serviço normal. Os vigilantes, dois para cada "outdoor", revezam-se em turno de duas horas com um terceiro segurança, sendo que todas as suas necessidades básicas são atendidas durante o período de trabalho. De certa forma, o expediente praticado nos "outdoors" chega a ser mais suave (e até mais lúdico) do que o horário normal de trabalho em um posto de serviço. Prova disso é que vários vigilantes da empresa têm procurado os seus supervisores com o intuito de participar da campanha. Sobre a questão da "fumaça", acreditamos não ser exclusividade de nossos vigilantes o ato de aspirar o ar poluído de São Paulo, mas, sim, de qualquer trabalhador ou habitante da capital. Por fim, reiteramos que é princípio básico e preocupação constante de nossa empresa promover o bem-estar de nossos funcionários."
Luiz Carlos Delben Leite, diretor-presidente da Fort Knox (São Paulo, SP)

Apatia
"O que de pior poderia acontecer com um povo acontece com o povo brasileiro: a apatia toma conta de pessoas e de instituições. A sucessão de escândalos leva à sensação de impotência e da inutilidade de reação. Rugem leões sem dentes nas tribunas, e os ratos agem a toda velocidade. O cidadão se sente refém de um Estado que o espolia regiamente e dispõe dos recursos de forma inconseqüente. Perdemos a capacidade de reagir. Parabéns, João Paulo, Luizinho, Delúbio, Zé Dirceu, Genoino, Lula... Vocês transformaram um país num quintal."
Maria Inez Santos Vilela (São Paulo, SP)


Texto Anterior: Bertrand de Orleans e Bragança: De tsunamis, vulcões e terremotos

Próximo Texto: Erramos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.