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Timor Leste
"Li, com interesse, a entrevista
concedida à Folha pela professora
Kelly Silva, da Universidade de Brasília, a propósito do processo eleitoral em Timor Leste ("Portugal e
Austrália "disputam" Timor" (Mundo, pág. A9, 10/4).
Sem querer retirar legitimidade à
livre interpretação desenvolvida no
texto sobre o posicionamento e motivações das diferentes forças em
confronto, não posso deixar de discordar da alusão que nela é feita ao
papel de Portugal nesse contexto
-que o título escolhido sublinhou.
O meu país tem demonstrado, ao
longo de décadas, um empenho inquestionável, unanimemente reconhecido, em favor do reforço das
instituições democráticas timorenses. Isso pressupõe o natural respeito a quaisquer resultados que
decorram do seu funcionamento.
Procurar ligar a posição oficial
portuguesa a qualquer facção política em Timor Leste configura um
processo de intenções que rejeitamos por não ter apoio em nenhum
fato concreto."
FRANCISCO SEIXAS DA COSTA, embaixador de
Portugal (Brasília, DF)
Congresso
"Nossos parlamentares surpreendem novamente.
A decisão de não trabalhar às segundas, em plena corrida pelo aumento salarial dos nobres deputados, acaba institucionalizando uma
prática antiga: a de iniciar a semana
na terça e terminá-la na quinta.
Quais serão os próximos passos?
Talvez eliminar oficialmente as
sextas-feiras, depois oficializar
também o abuso de recessos, emendar os feriados... Enfim, as prioridades são seus próprios interesses.
Esse é o exemplo que vem dos nossos políticos."
SERGIO FAJARDO (Guarapuava, PR)
Cultura em SP
"Em sua coluna de 9/4, o jornalista João Batista Natali ("José Serra e
a música", Opinião, pág. A2) menciona boatos sobre a mudança do
perfil da programação do Theatro
São Pedro por iniciativa da Secretaria de Estado da Cultura.
Gostaria de informar que, por
parte da SEC, não só apoiamos a excelente programação desse teatro e
sua destinação à música lírica como
propusemos ao diretor artístico
que aumentasse o número de dias
de espetáculos no ano.
Em relação à programação previamente planejada, informo que
duas das óperas foram canceladas,
uma por iniciativa do proponente e
uma por nossa proposta, com o objetivo de oferecer mais atrações.
Ou seja, em vez dessas duas óperas de orçamento elevado, teremos
pelo menos outras quatro de orçamento menor. Assim, mais pessoas
poderão ir ao teatro, que oferecerá
mais diversidade e mais dias de
programação.
Reforço que não há nenhum fundamento nesses boato."
ANDRÉ STURM, coordenador da Unidade de Fomento e Difusão da Produção Cultural da Secretaria de Estado da Cultura (São Paulo, SP)
Bordel inglês
"A coluna de ontem de Carlos
Heitor Cony ("Brasília" é um sucesso", Opinião) seria cômica se não
fosse trágica. Não sei se devo rir ou
chorar.
Como brasileiro, patriota e
amante desta terra, eu deveria chorar. E penso que o colunista e todos
os demais brasileiros sérios deste
país também deveriam estar em
prantos.
Infelizmente, este é o retrato do
nosso país: um país enlameado.
Se tivéssemos um pouco de dignidade, pediríamos ao embaixador
do Brasil na Inglaterra que exigisse
do governo britânico um pedido de
desculpas por permitir que tenha
sido dado a um bordel o nome de
Brasília. Que retifiquem o nome,
chamem-no de Brasil!"
PIER GIORGIO SENESI FILHO (Belo Horizonte, MG)
"Sou obrigado a discordar do conceituado e respeitado cronista Carlos Heitor Cony.
É uma grande ofensa às mulheres
que trabalham naquele bordel chamá-lo de "Brasília", porque todos sabemos que em nossa capital ninguém trabalha -nem para vender o
próprio corpo.
Para se sustentar, nos roubam de
terça a quinta-feira."
JAIME BERTOLACCINI COSTA (São Paulo, SP)
CPIs
"Eu não consigo entender nossos
políticos (na verdade, consigo sim).
Em Brasília, os deputados tucanos querem de toda maneira criar a
CPI do Apagão Aéreo, mas, em São
Paulo, tentam de todas as formar
barrar a CPI da Nossa Caixa. Dois
pesos e duas medidas.
Incoerência, além da corrupção,
é a marca de grande parte de nossos
políticos."
MARCELO HOLTZ (Avaré, SP)
Aborto
"O deputado Luiz Bassuma, no
artigo "Por um Brasil sem aborto"
("Tendências/Debates", 10/4), diz
que a sociedade brasileira é contra a
legalização do aborto. Eu não sou
contra nem a favor do aborto e não
dei a ninguém a liberdade de dizer
algo em meu nome. Assustou-me
também o ilustre deputado mencionar os "danos espirituais" do
aborto, o que lembra os neoconservadores americanos, portadores da
salvação e da verdade divina.
Sou a favor de que o Estado interfira menos na vida das pessoas, deixando de selar seus destinos. Que as
pessoas decidam o impacto de suas
próprias decisões."
FREDERICO PAIVA (Uberaba, MG)
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