São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

O "Painel do Leitor" recebe colaborações por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al.Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo-SP, CEP 01202-900). As mensagens devem ser concisas e conter nome completo, endereço e telefone. A Folha se reserva o direito de publicar trechos.

Pesquisa
"A reportagem "Lula descumpre promessa e não reajusta valor de bolsas" (Ciência, 10/4) veio em um momento oportuno para destacar a precarização das condições de pesquisa nas universidades. Neste ano, por exemplo, nenhuma bolsa nova de mestrado e doutorado foi concedida, apesar do aumento do número de cursos e de alunos. Mesmo em centros de excelência, como a Unicamp, há programas de pós-graduação em que o número de bolsas a alunos não atinge nem 10% do total de matriculados.
Os que conseguem ter acesso a tais bolsas (CNPq e Capes) recebem um valor insuficiente para prover despesas básicas e as atividades próprias do ofício, como compra de livros, cursos de línguas, participação em congressos etc.
A perda do poder de compra nos dez anos que essas bolsas passaram sem reajuste (1994-2004) não foi corrigida com os dois aumentos que tivemos -e nem o seria com este que não veio."
MAIRA ABREU e OLÍVIA JANEQUINE, em nome da Assembléia dos Estudantes de Pós-Graduação do IFCH-Unicamp (Campinas, SP)

Trânsito
"Há algumas soluções, provisórias, que podem ser tomadas de imediato para aliviar os terríveis problemas ante a crescente presença de carros nas ruas. Mas nenhuma resolverá definitivamente a questão, pois o número de veículos seguirá aumentando, e nossas ruas serão sempre insuficientes.
A única solução é termos em São Paulo e em municípios vizinhos 300 quilômetros de metropolitano, como sucede em praticamente todas as grandes capitais do mundo. Como os governos federal, estadual e municipais não têm os recursos necessários, se pagássemos R$ 0,10 a mais por litro de combustível, poderíamos construir 50 quilômetros de metrô por ano."
PAULO PLANET BUARQUE (São Paulo, SP)

Tibete
"Excelente o artigo de ontem do senhor Aldo Pereira ("Brumas do Tibete", pág. A3), síntese de uma história tibetana que não deixa lugar a dúvidas. Fora da defesa indiscutível dos direitos humanos no Tibete, é conveniente não esquecer o respeito à integridade territorial da China, tantas vezes explorada por diversas potências colonialistas.
Os que pedem a independência do Tibete deveriam considerar a hipótese de que forças estrangeiras propusessem a independência da Amazônia, do Rio Grande do Sul, do Texas (que já foi do México), da Catalunha etc.."
JUAN CARLOS CAMPS (São Paulo, SP)

Voto
"Para alguns, a idéia de Melvyn Cohen ("Painel do Leitor", 9/4), de suspender o direito de voto de quem recebe alguma "benesse" do governo, parece boa. Mas será que esses leitores não sabem que muito mais dinheiro é gasto com os alunos da universidades federais gratuitas, com o pagamento de funcionários públicos aposentados, com indenizações, com incentivos legais, como a Lei Rouanet, etc.? Estariam também os beneficiários dessas "benesses" impedidos de votar?
Esses leitores sabem muito bem disso, mas não custa tentar fazer com que os pobres não votem, deixando esse direito só para os ricos e proprietários, como já foi no passado. São idéias como esta, de um elitismo muito mal disfarçado, que comprometem a difícil construção da democracia em nosso país."
SERGIO ALEXANDRE ANTUNES DE CARVALHO (São Paulo, SP)

Escola
"A reportagem "Onda de assaltos a estudantes une colégios de Higienópolis" (Cotidiano, 27/3), assinada por Paulo Sampaio, apresentou um retrato negativo da Escola Estadual Professor Fidelino de Figueiredo, que conduz o leitor à possibilidade de fomentar o preconceito e, nesse sentido, contribui para uma divisão mais violenta e estereotipada entre esse público adolescente.
Podemos pensar em uma posição preconceituosa do jornalista, pois apresenta alunos da Professor Fidelino de Figueiredo como ladrões, estabelecendo e acentuando uma diferença nítida entre aqueles das escolas privadas da região. Para sustentar os seus argumentos, Paulo Sampaio utiliza o depoimento de algumas pessoas, supostamente alunos menores de idade da escola.
Compreendemos que o subtítulo da reportagem -"Escola rica x pobre'- pode incitar a violência entre os estudantes da região, que se encontram na mesma comunidade.
É importante ressaltar que os problemas sociais não atingem, exclusivamente, os alunos da escola pública. Logo, cremos que temos de acabar com as origens desses problemas, uma vez que se encontram vinculadas às desigualdades sociais.
Ademais, acreditamos que os grandes veículos de comunicação não pretendem, em hipótese nenhuma, alimentar posicionamentos não-éticos e preconceituosos, uma vez que contribuem para a construção de sentidos do mundo."
SILVANA SOARES DE ASSIS, professora da escola, e SANDRA FERREIRA BASTOS, mãe de aluno (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Paulo Sampaio - A reportagem não apresentou alunos da escola estadual como ladrões, apenas colheu depoimentos de alguns estudantes da escola.

Enem
"O Colégio Bandeirantes estranhou a cobertura recebida no caderno Educação, sobre o Enem (4/4). Houve duas versões substancialmente diferentes, em conteúdo e forma.
A primeira ("Bandeirantes, 2º colocado, investe em mestres') foi da jornalista Talita Bedinelli, que esteve pessoalmente no colégio. A segunda ("Bandeirantes, 2º colocado, expulsa reprovados'), em tom agressivo, foi do editor do caderno, que não esteve no colégio.
O Bandeirantes não expulsa reprovados. Expulsa reprovados em quatro ou mais matérias. Isso não parece ser um detalhe a ser explicado cinco parágrafos depois. Certamente todos lerão o título, mas nem todos lerão o texto.
Tal comportamento parece estar relacionado diretamente ao Bandeirantes, já que os textos sobre os outros colégios, positivos, não foram por ele reescritos.
O Bandeirantes é, há muitos anos, o colégio que mais aprova na Fuvest. E é o segundo colocado no Enem. Deve haver algo que explique o desempenho de nossos alunos. Talvez seja o investimento nos professores, como a primeira reportagem levava a crer. Certamente não é por "expulsarmos alunos".
MAURO DE SALLES AGUIAR, diretor-presidente do Bandeirantes (São Paulo, SP)

Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor

Serviço de Atendimento ao Assinante: 0800-775-8080
Grande São Paulo: 0/xx/11 3224-3090
www.cliquefolha.com.br

Ombudsman: 0800-15-9000
ombudsman@uol.com.br
www.folha.com.br/ombudsman


Texto Anterior: José de Filippi Júnior e Mário Reali: Diadema, 25 anos

Próximo Texto: Erramos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.