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INSTABILIDADE FINANCEIRA
O mercado financeiro doméstico e global apresentou mais
um dia de elevada instabilidade. O
real se desvalorizou, a Bovespa caiu,
seguindo as principais Bolsas de Valores, e o risco Brasil atingiu os 800
pontos, o dobro do registrado em janeiro. A incerteza sobre a trajetória
das taxas de juros americanas tem levado os investidores a desmontar posições, sobretudo aquelas realizadas
com recursos de terceiros. Buscam
reorganizar seus portfólios de investimentos, vendendo os ativos mais
arriscados, como os dos países
emergentes, e comprando os mais líqüidos e seguros, como os títulos da
dívida pública americana.
No âmbito doméstico, os investidores procuram reduzir os prazos de
suas aplicações financeiras, mantendo seus recursos em fundos de investimento com liqüidez imediata. Os
gestores de investimento venderam
os títulos de longo prazo remunerados pela Taxa Selic (LFTs), derrubando seus preços. A Secretaria do Tesouro Nacional foi forçada a realizar
leilões para resgatar antecipadamente os títulos longos e oferecer papéis
mais curtos. Os fundos de investimento, que carregavam as LFTs longas em suas carteiras, vinham enfrentando perdas com as desvalorizações desses títulos e apresentando
variações negativas de cotas.
Enfim, os movimentos dos mercados internacionais e nacionais não
parecem estar associados aos fundamentos da economia brasileira, dado
o elevado superávit fiscal (4,25% do
PIB para honrar uma parte dos juros
da dívida pública) e o saldo na balança comercial (em torno de US$ 25 bilhões). A movimentação parece estar
associada ao aumento na aversão ao
risco dos investidores. Nesse contexto, a margem de manobra das políticas internas fica bastante restringida.
De todo modo, pode-se procurar
conter algumas fontes de instabilidade, como sinalizou o Tesouro, reduzindo os prazos dos títulos e renovando as operações de dívida pública
indexada à taxa de câmbio.
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