São Paulo, quarta-feira, 11 de maio de 2011

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FERNANDO DE BARROS E SILVA

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SÃO PAULO - José Serra acaba de lançar um site e, dentro dele, o seu blog. Não o fez, certamente, para passar o tempo. No caso dele, estar na rede é uma maneira de lutar contra o ostracismo político.
O tucano iniciou sua cruzada virtual com três posts. O de estreia, "Minha primeira vez", é abertamente pessoal. Cita Paul Valéry, Carlos Drummond de Andrade e Machado de Assis. E termina em tom confessional quando diz que irá dividir com os leitores "minhas descobertas, meus anseios".
Feita a literatice, os dois posts seguintes mostram a que veio o site. Num deles, Serra crítica os "entraves que Lula legou ao crescimento futuro do país" e diz que Dilma começou a governar "sem convicção" nem "senso de rapidez". Menciona o famoso "gargalo na infraestrutura" e lembra o "perverso tripé macroeconômico" (carga tributária mais alta do mundo em desenvolvimento; maior taxa de juros reais do planeta e câmbio megavalorizado).
O terceiro post faz novo ataque ao governo federal, desta vez à ausência de uma política de combate ao tráfico nas fronteiras do país.
Deverá ser essa a toada do sítio do tucano. É bom para a democracia que um político tão capaz se dedique a criticar o governo. Mesmo que ele não tenha dito rigorosamente nada do que já não havia falado na campanha que perdeu. Serra estaria criando o seu próprio "governo paralelo" para suprir o raquitismo da oposição? Estaria vivendo o seu terceiro turno imaginário?
Espera-se que ele, além dos grandes temas nacionais, sobre os quais fala fácil, se dedique também a coisas que lhe dizem respeito mais diretamente. Por exemplo, o PSDB e a prefeitura de Gilberto Kassab.
Como Serra avalia o seu legado à cidade de São Paulo? Como vê a gestão de Kassab, o afilhado político que elegeu? O que pensa do novo PSD? E o que tem a dizer sobre debandada de quadros do PSDB?
Não diga que isso é tró-ló-ló de jornalista. Se não, o blog vai virar blá-blá-blá de político comum.


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