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REACOMODAÇÃO GLOBAL
O comportamento do mercado de trabalho vai confirmando a recuperação da economia
norte-americana. Entre março e
maio foram criados mais de 1 milhão
de empregos. Diante disso, o Fed,
banco central dos EUA, continua
emitindo sinais de que deverá "normalizar" a sua política monetária altamente expansionista. A taxa de juros básica -"federal funds rate"-
tem sido mantida desde de junho de
2003 em 1% ao ano (o nível mais baixo dos últimos 46 anos), com o intuito de estimular o aquecimento da atividade econômica.
Até o momento, a expectativa é que
a taxa básica seja elevada em 0,25% já
na próxima reunião do Fed, no final
do mês. Espera-se, também, que três
aumentos semelhantes ocorram até
dezembro. Nesse cenário, os juros
voltariam gradualmente a um patamar de neutralidade em relação à inflação e ao crescimento. Na terça-feira, porém, Alan Greenspan, presidente do Fed, sugeriu que poderá
agir de maneira mais agressiva se as
condições inflacionárias o exigirem,
o que trouxe a possibilidade de uma
alta de 0,5% na próxima reunião e
aguçou a curiosidade sobre o comportamento dos preços em maio
-cuja inflação será divulgada na
próxima semana.
Aparentemente, um aumento dos
juros dessa ordem ainda não estava
assimilado pelos mercados. A incerteza tende a gerar volatilidade no
mundo das finanças, uma vez que os
investidores procuram se proteger
modificando suas opções. Movimentos abruptos e não antecipados
nos preços dos ativos podem implicar perdas importantes, sobretudo
naqueles investimentos muito "alavancados" mediante crédito ou outros tipos de operações financeiras.
Seja em 0,25% ou em 0,5%, o certo
é que o Fed aumentará os juros básicos, adequando-os a um novo cenário de crescimento. Nesse contexto,
para o Brasil, um país ainda bastante
dependente dos fluxos de capitais internacionais, torna-se especialmente
relevante aprofundar o ajuste das
contas externas. Isso significa continuar gerando superávit comercial
para preservar o saldo em conta corrente, ampliar as reservas em moeda
estrangeira do Banco Central e trabalhar por um câmbio mais estável.
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