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Nota baixa
FOI MUITO ruim o desempenho das redes municipais de
ensino do país na Prova Brasil, que avalia os alunos de 4ª e 8ª
séries em português e matemática. A maior surpresa, porém, foi a
cidade de São Paulo ter-se saído
especialmente mal, ficando atrás
de capitais bem mais pobres.
O nível global do aluno brasileiro deixa muito a desejar. Na
média, estudantes de 4ª série
ainda se atrapalham ao interpretar textos mais longos ou que
contenham informação científica. Tampouco conseguem fazer
operações de multiplicação com
números de dois algarismos.
Já o aluno médio da 8ª série
não consegue interpretar corretamente histórias em quadrinhos nem identifica a tese de
textos argumentativos com linguagem informal. Não resolve
problemas matemáticos que incluam conversão de medidas. Na
comparação com os parâmetros
internacionais, nossos alunos de
8ª série apresentam desempenho que, em nações mais desenvolvidas, se alcança na 4ª série.
O quadro se torna mais dramático quando se analisam os resultados da cidade de São Paulo. Em
português, os paulistanos da 4ª
série ficaram em 21º lugar entre
as 26 capitais avaliadas. Em matemática, alcançaram a 20ª colocação. Cidades muito mais pobres e afastadas de centros universitários de excelência, como
Rio Branco e Teresina, obtiveram resultado bastante superior.
Falta à capital paulista uma política educacional de continuidade. Cada novo prefeito que chega
a São Paulo promete fazer uma
revolução no ensino. Tantas mudanças em tão curto tempo acabam sendo contraproducentes.
De positivo, fica o registro de
que foi oportuna a iniciativa federal de universalizar a avaliação
na Prova Brasil. Agora ao menos
será conhecido o desempenho de
cada cidade e, nela, de cada escola. É um passo para descobrir o
que está errado e tentar mudar.
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