São Paulo, terça-feira, 11 de julho de 2006

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ELIANE CANTANHÊDE

Lula põe seu exército nas ruas

BRASÍLIA - Até aqui, Lula usava a farda de presidente para desfilar como candidato pelo país. A partir do lançamento oficial de seu nome, fica no quartel e atiça seu exército.
Ontem, marcou encontro com o comando real do PMDB, que prometeu levar o apoio de 19 diretórios estaduais fechados, além de representantes de mais oito. Acredite quem quiser que a invasão dos Correios por peemedebistas foi por acaso.
E, hoje, Lula se reúne com seus ministros para cobrar um empenho mais efetivo na campanha. Entre os comandantes, destaca-se Dilma Rousseff, da Casa Civil, que, ao contrário de José Dirceu, seu antecessor, e de Antonio Palocci, da Fazenda, não se mete em confusões. Pelo menos até agora.
Dilma é um exemplo do que Lula quer dos ministros: comando, trabalho, números (favoráveis, claro) na ponta da língua, respostas prontas para as provocações. Ela era caladona, mas não pára mais de falar.
A ordem de Lula é a la Ricupero: "O que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde". Mas é para mostrar mesmo (como Mares Guia, do Turismo, tenta fazer) e para esconder mesmo (ao contrário de Dirceu e Palocci, que falharam).
Tudo isso é efeito das pesquisas indicando que ainda há muitas batalhas e que o candidato tucano, com 29%, não está morto. Além do PMDB e dos ministros, Lula quer troféus nas trincheiras adversárias, onde governadores do PFL e do PSDB, especialmente no Nordeste, mas não só, podem estar pedindo votos para Alckmin por dever partidário, mas sem ânimo e sem dinamitar pontes com o Planalto.
Enfim, enquanto se preparam para 15 de agosto, quando as campanhas saem das ruas para a TV, Alckmin mostra fôlego e Lula realça seu favoritismo. O resto é com o eleitor.


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