|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELIANE CANTANHÊDE
Lula põe seu exército nas ruas
BRASÍLIA - Até aqui, Lula usava a
farda de presidente para desfilar
como candidato pelo país. A partir
do lançamento oficial de seu nome,
fica no quartel e atiça seu exército.
Ontem, marcou encontro com o
comando real do PMDB, que prometeu levar o apoio de 19 diretórios
estaduais fechados, além de representantes de mais oito. Acredite
quem quiser que a invasão dos Correios por peemedebistas foi por
acaso.
E, hoje, Lula se reúne com seus
ministros para cobrar um empenho
mais efetivo na campanha. Entre os
comandantes, destaca-se Dilma
Rousseff, da Casa Civil, que, ao contrário de José Dirceu, seu antecessor, e de Antonio Palocci, da Fazenda, não se mete em confusões. Pelo
menos até agora.
Dilma é um exemplo do que Lula
quer dos ministros: comando, trabalho, números (favoráveis, claro)
na ponta da língua, respostas prontas para as provocações. Ela era caladona, mas não pára mais de falar.
A ordem de Lula é a la Ricupero:
"O que é bom a gente mostra, o que
é ruim a gente esconde". Mas é para
mostrar mesmo (como Mares Guia,
do Turismo, tenta fazer) e para esconder mesmo (ao contrário de
Dirceu e Palocci, que falharam).
Tudo isso é efeito das pesquisas
indicando que ainda há muitas batalhas e que o candidato tucano,
com 29%, não está morto. Além do
PMDB e dos ministros, Lula quer
troféus nas trincheiras adversárias,
onde governadores do PFL e do
PSDB, especialmente no Nordeste,
mas não só, podem estar pedindo
votos para Alckmin por dever partidário, mas sem ânimo e sem dinamitar pontes com o Planalto.
Enfim, enquanto se preparam
para 15 de agosto, quando as campanhas saem das ruas para a TV,
Alckmin mostra fôlego e Lula realça
seu favoritismo. O resto é com o
eleitor.
Texto Anterior: Paris - Clóvis Rossi: Erro e obscenidade Próximo Texto: Rio de Janeiro - Luiz Fernando Vianna: O homem e a fera Índice
|