São Paulo, domingo, 11 de outubro de 2009

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PAINEL DO LEITOR

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Obama e o Nobel
"Não quero tirar os méritos do Nobel da Paz ganho pelo presidente Barack Obama, mas há uma situação um tanto quanto irônica nos últimos ganhadores norte-americanos do Prêmio.
O ex-vice-presidente Al Gore levou-o por sua militância contra o aquecimento global, e Obama conquistou-o por seus esforços diplomáticos e contra a proliferação nuclear. No entanto, os Estados Unidos são um dos principais poluidores do mundo e foram o primeiro país a utilizar uma bomba atômica, o que, de certo modo, impulsionou a proliferação nuclear.
Então é possível pensar que os americanos foram premiados por procurar soluções para problemas que contribuíram decisivamente para criar.
Mas isso em nada desmerece o prêmio, pois, como dizia Raul Seixas, é melhor ser uma metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo."
PEDRO VALADARES (Brasília, DF)

 

"Só mesmo a ânsia de bajular o presidente da maior potência econômica, política e militar do planeta pode ter motivado a entrega do Nobel da Paz a Barack Obama.
Obama é presidente há pouco mais de seis meses, e não teve sequer tempo e condições de conhecer convenientemente os meandros da máquina administrativa gerida a partir da Casa Branca.
A interferência de Obama para cessar conflitos bélicos inventados por seu antecessor foi praticamente nula, tanto que as guerras que encontrou em andamento (Iraque a Afeganistão) continuam tão mortais quanto antes. Nem mesmo o fechamento do "campo de concentração" de Guantánamo, onde prisioneiros são tratados como animais e submetidos a torturas físicas e mentais, Obama conseguiu."
JÚLIO FERREIRA (Recife, PE)

 

"A premiação do presidente Obama é um estímulo mundial à sua política interna e externa. Apontará aos críticos internos de seu governo, especialmente ao americano preconceituoso e egoísta, que o mundo está aplaudindo o seu presidente e dizendo: "Sim, Obama, você pode e deve continuar com a correção das suas políticas"."
ÂNGELA LUIZA S. BONACCI (São Paulo, SP)

 

"Lula, "o cara", deve estar mordendo de ciúmes por Obama ter sido agraciado com o Prêmio Nobel da Paz. Mas "Nosso Guia" não deve se preocupar. Desprezando as evidentes fraudes na eleição iraniana, dizendo-se amigo de Ahmadinejad, Gaddafi e Mugabe, apoiando um antissemita para a Unesco e cedendo a embaixada brasileira para um presidente golpista deposto desestabilizar a política interna de Honduras, Lula é sério candidato ao IgNobel da Paz."
JORGE ALBERTO DE OLIVEIRA MARUM (Piedade, SP)

Brasil
"Terminei de ler o artigo "Ideologia zero", de Fernando Rodrigues (Opinião, ontem), com uma travo amargo na garganta. O sentimento decorreu do fato de que o texto retrata fidedignamente a verdade contida em seu título -e lamentei os anos em que militei no PT.
Ver o presidente Lula e Dilma Rousseff reabilitarem Valdemar Costa Neto e outros envolvidos em escândalos com o dinheiro público é de doer na alma.
E não há nada a fazer senão esperar pelos novos escândalos, a nova chacina, a nova mentira deslavada, enfim, a mesma rotina exasperante de um povo medíocre, que não tem capacidade de sair de um estágio primitivo de relacionamento social, no qual imperam valores marcados pela psicopatia."
JOSÉ ELIAS AIEX NETO (Foz do Iguaçu, PR)

Imposto
"Não há dúvida de que os impostos pagos por nós, contribuintes da classe média, é que estão mantendo os programas sociais do governo federal, que tem mostrado resultados positivos, principalmente no que diz respeito à melhoria das condições de vida das famílias mais pobres.
A possível taxação da poupança e o injustificável atraso na devolução da restituição do Imposto de Renda acabam sendo um tapa na cara da classe média, que foi a grande responsável pelo nascimento, pelo crescimento e pela chegada do Partido dos Trabalhadores ao poder.
Desse jeito, Dilma Rousseff, candidata do presidente Lula, de mãe do PAC passará a ser vista como a madrasta da classe média."
GERALDO TADEU SANTOS ALMEIDA (Itapeva, SP)

Honduras
"O presidente Lula e as duas maiores autoridades de seu "Estado Maior" para assuntos internacionais -o ministro Celso Amorim e o assessor Marco Aurélio Garcia- entupiram a nossa mídia com o adjetivo "golpista", que logo se tornou bordão, ao se referir ao atual governo de Honduras.
Mas eles sabiam, desde o início, que não se tratava de um golpe de Estado no velho estilo, e sim de uma deposição prevista na Constituição -porém mal conduzida na prática.
Isso ficou demonstrado por Dalmo Dallari em artigo publicado na Folha em 3/10. O professor emérito da Faculdade de Direito da USP explicou didaticamente, à luz do direito e com base nos fatos divulgados pela imprensa, o que ocorreu em Honduras. Como todo bom professor, livrou-nos da ignorância contida em juízos simplórios e caricaturais.
Resta agora ao presidente Lula explicar à nação qual é a proposta do Brasil para restabelecer a paz naquele pequeno país, considerando que afirmou que não aceita negociar com golpistas logo após receber Zelaya e 60 acompanhantes em nossa embaixada, que várias vezes foi utilizada como quartel-general dos insurretos para conclamar o povo hondurenho a se manifestar nas ruas contra os "golpistas"."
EDUARDO JOSÉ DAROS (São Paulo, SP)

 

"A Embaixada do Brasil em Honduras virou terra sem lei. Não se sabe mais quem responde pela embaixada, se o invasor Zelaya, ou se o embaixador do Brasil no país.
O homem de chapéu de boiadeiro se instalou em nossa casa em Honduras com mais de 60 acompanhantes desconhecidos, colocou o embaixador do Brasil de lado, montou seu escritório político na embaixada e fez da nossa representação diplomática palco de espetáculo deprimente.
Tudo isso sob os olhares complacentes do governo brasileiro, que transformou a nossa soberania em motivo de gozação junto à comunidade internacional. O falastrão Hugo Chávez, da Venezuela, e sua ideia fixa de perpetuação no poder está fazendo escola na América Latina.
O governo do Brasil desonrou nossas tradições diplomáticas ao não reprimir invasão a território brasileiro. O que se viu em Honduras foi invasão, e não pedido de asilo político."
JAYME DE ALMEIDA ROCHA NETTO (Campinas, SP)

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