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TÊNUE FRONTEIRA
A Abert (Associação Brasileira
de Emissoras de Rádio e Televisão) resolveu se posicionar contra o
projeto de regulamentação do Serviço de Comunicação Multimídia que
está sendo proposto pela Anatel.
O projeto amplia o raio de ação de
cerca de 200 operadoras de serviços
especializados de telecomunicação
-como teleconferências, ensino à
distância e alguns tipos de acesso à
Internet. Atualmente, tais serviços só
podem ser oferecidos a empresas. A
nova regulamentação deve liberar as
transmissões para a residências.
O projeto, porém, não autoriza os
serviços de radiodifusão, telefonia e
TV paga. Apesar disso, a Abert acredita que estrangeiros -hoje proibidos de prestar serviços de radiodifusão- podem oferecer programação
por preços abaixo do custo, colocando em risco empresas nacionais.
Existe alguma razão na preocupação da Abert. A fronteira tecnológica
entre os serviços de comunicação
multimídia e as rádios e televisões é
cada vez menor. Além disso, a partir
de 2002, as operadoras multimídia
poderão atuar no serviço de telefonia
fixa, o que ampliará ainda mais as
possibilidades de sua presença nas
telecomunicações. No entanto, a
Abert sabe que a convergência de diversos serviços no setor é inevitável.
Muitos de seus membros serão competidores nesse novo mercado.
Nesse sentido, a reclamação soa
despropositada. Seria mais eficaz a
Abert direcionar seus alertas contra a
confusa divisão de papéis de regulação no setor entre Anatel e Ministério
das Comunicações. Essa inconsistência é que pode favorecer a proliferação de práticas desleais de concorrência, entre outros problemas.
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