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PAINEL DO LEITOR
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Rio São Francisco
"No artigo "O inimigo número um
da democracia" (10/12), o cristão-novo do lulismo, autoridade comprovada em transposição de posição política e surfista em todos os
governos, senhor Geddel Vieira Lima, não foi honesto em sua defesa
no devaneio de desviar as águas
cansadas do Velho Chico.
Primeiro, ao afirmar que "a democracia não pode se dobrar à certeza
de um único indivíduo", no caso,
dom Luis Flávio Cappio. Há uma
profusão de estudos técnicos que
condenam a transposição, e grande
parte da sociedade é contra esse
projeto.
Em segundo lugar, o programa do
governo já nasceu sob suspeita. A
pergunta é: a quem realmente interessa a transposição?
O real inimigo número um da sociedade democrática são os políticos aproveitadores, como o autor
do artigo, que se transportou do governo FHC, sem escala, para o governo de Lula e não mostra compromisso nenhum com a realidade
do Nordeste, sempre espoliado."
LUIZ THADEU NUNES E SILVA (São Luís, MA)
"Em resposta ao artigo do ministro Geddel Vieira Lima, sobre a greve de fome de dom Cappio, permita-me dizer que sua agressividade
contra a figura veneranda do bispo
só fez confirmar a certeza de que a
transposição não resiste a um debate democrático.
Por que o ministro não respondeu os argumentos do meu artigo,
que demonstrava a irresponsabilidade técnica, econômica e ecológica
da obra? Por que ele não desmentiu
meus dados, que mostraram que o
projeto de transposição visa de fato
o agronegócio retrógrado, que quer
água subsidiada, e não levá-la para o
homem beber, já que no subsolo do
Nordeste setentrional existe um
mar de água doce ociosa?
Homens públicos que se prezam
devem discutir temas que interessam à nação com argumentos, e não
com agressões.
Reitero minha disposição de debater com ele -ou com qualquer
outro ministro que o presidente
Lula julgar mais capaz- a insânia
da obra da transposição."
JOÃO ALVES FILHO, ex-governador de Sergipe
(Aracaju, SE)
"Dom Cappio não é cristão, pois
não valoriza a própria vida, dada
por Deus, e usa de chantagem em
vez de dialogar. Se algo acontecer-lhe, somente ele será o responsável
-ou irresponsável."
DEMÉTRIO ANTONIO ZACHARIAS (São Paulo, SP)
Justiça social
"O crime organizado na imensa
favela 23 de Janeiro, em Caracas
(Mundo, 9/12), desnuda um dos
grandes desafios latino-americanos: o combate à desigualdade social, em oposição ao narcotráfico.
O domínio de imensas áreas de
miséria pela criminalidade enfraquece não apenas o Estado como
todos os que buscam construir políticas públicas voltadas para a inclusão social.
Venezuela bolivariana ou Brasil;
"villas miseria" argentinas ou Cité
Soleil no Haiti: situações sociais e
políticas diversas, mas uma questão comum. Tanto narcotráfico mina qualquer iniciativa em prol da
justiça social."
PEDRO PAULO A. FUNARI, coordenador do Núcleo de
Estudos Estratégicos da Unicamp
(Campinas, SP)
CPMF
"Os senadores deveriam é propor
um aumento da CPMF para algo
em torno de 3% a 4%. Poderia até
ser proporcional ao valor do cheque
que se emite ou à movimentação
mensal. O pobre não seria ainda
mais penalizado, e o rico não conseguiria sonegar. Em troca, seria abolida a Declaração do Imposto de
Renda para todos.
Isso mesmo: anistia (!) ampla, geral e irrestrita. Ninguém mais conseguiria sonegar. Ricos e pobres, finalmente, teriam o tratamento
igual com o qual sonham todas as
esquerdas do nosso país."
IRENE SANDKE (Curitiba, PR)
Bancos
"Primeiro, terminou a inflação;
segundo, é preciso limitar o lucro
abusivo dos bancos; terceiro, em
economia, ninguém ganha sem que
alguém perca.
Pergunto: por que um reajuste
semestral nas tarifas de bancos se a
inflação acabou? Por que as dívidas
em banco (cheque especial, principalmente) continuam sendo oneradas e capitalizadas mensalmente?
Antigamente (ai, que saudades!),
os financiamentos eram capitalizados semestralmente; agora virou
uma bagunça.
Parafraseando Lula: nunca neste
país tantos ganharam tanto em tão
pouco tempo."
ROBERTO SIDNEY VARRONE
(Paraguaçu Paulista, SP)
A China não é aqui
"Certas manias mantêm-se à risca na academia brasileira: comparar o Brasil com o estrangeiro e parir pretensas vantagens comparativas, novas "verdades" e receitas, na
maioria das vezes extirpando a história e mesmo o contexto, como se
fosse possível comparar alhos com
bugalhos.
Agora, por meio de ilustre chinesa, ecoa um receituário para os brasis: cobrança de mensalidades nas
universidades públicas, como na
China ("Estudante deve pagar por
ensino superior público", Cotidiano, 10/12).
O que a educação brasileira precisa é de investimento, e não de novos
impostos sobre os ombros do povo.
Cadê o fim da DRU (Desvinculação das Receitas da União) para os
18% da educação? Por que essa vergonha nacional de a média de gasto
por estudante na educação pública,
segundo o censo escolar do MEC,
ser de cerca de R$1.300/aluno/ano
(o que equivale a um mês de muitas
escolas pagas)? Por que o país não
explicita um CAQ (custo/ aluno/
qualidade) decente e criterioso?
Por que só 4,2% do PIB nacional
vão para a educação? Por que o
Congresso não aprova o PL 73/99
em vez de continuar assistindo calado à elite reter para si as vagas nas
principais carreiras das universidades públicas enquanto a escola pública definha?"
SÉRGIO JOSÉ CUSTÓDIO, da coordenação nacional
do Movimento dos Sem Universidade
(São Paulo, SP)
The Police
"É, no mínimo, uma falta de respeito a todos os presentes ao show
do Police, fãs ou não da banda, o
texto de ontem do jornalista Ivan
Finotti ("Police não fez o Maracanã
tremer", Ilustrada).
Os comentários foram cheios de
preconceito e maldosos quanto à
idade e capacidade dos integrantes
da banda. Desconfio que o repórter
não tenha interagido fora da área
VIP/Premiun.
Tenho 34 anos, não me considero
uma anciã (como ele descreve a
maioria do público) e estava na grade que separava os "vips" do gramado. Conversei com um adolescente
de 16 anos que convenceu a mãe a
vir de Santa Catarina para ver a
banda predileta dele. Entenderam?
O filho levou a mãe.
Vários adolescentes foram ver a
banda predileta deles -por influência ou não dos pais- e afirmam adorar o Police.
Acho que o "estimado" jornalista
deveria rever seus conceitos.
MAGDA GUIMARÃES (São Paulo, SP)
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