São Paulo, terça-feira, 11 de dezembro de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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Rio São Francisco
"No artigo "O inimigo número um da democracia" (10/12), o cristão-novo do lulismo, autoridade comprovada em transposição de posição política e surfista em todos os governos, senhor Geddel Vieira Lima, não foi honesto em sua defesa no devaneio de desviar as águas cansadas do Velho Chico.
Primeiro, ao afirmar que "a democracia não pode se dobrar à certeza de um único indivíduo", no caso, dom Luis Flávio Cappio. Há uma profusão de estudos técnicos que condenam a transposição, e grande parte da sociedade é contra esse projeto.
Em segundo lugar, o programa do governo já nasceu sob suspeita. A pergunta é: a quem realmente interessa a transposição?
O real inimigo número um da sociedade democrática são os políticos aproveitadores, como o autor do artigo, que se transportou do governo FHC, sem escala, para o governo de Lula e não mostra compromisso nenhum com a realidade do Nordeste, sempre espoliado."
LUIZ THADEU NUNES E SILVA (São Luís, MA)

"Em resposta ao artigo do ministro Geddel Vieira Lima, sobre a greve de fome de dom Cappio, permita-me dizer que sua agressividade contra a figura veneranda do bispo só fez confirmar a certeza de que a transposição não resiste a um debate democrático.
Por que o ministro não respondeu os argumentos do meu artigo, que demonstrava a irresponsabilidade técnica, econômica e ecológica da obra? Por que ele não desmentiu meus dados, que mostraram que o projeto de transposição visa de fato o agronegócio retrógrado, que quer água subsidiada, e não levá-la para o homem beber, já que no subsolo do Nordeste setentrional existe um mar de água doce ociosa?
Homens públicos que se prezam devem discutir temas que interessam à nação com argumentos, e não com agressões. Reitero minha disposição de debater com ele -ou com qualquer outro ministro que o presidente Lula julgar mais capaz- a insânia da obra da transposição."
JOÃO ALVES FILHO, ex-governador de Sergipe (Aracaju, SE)

"Dom Cappio não é cristão, pois não valoriza a própria vida, dada por Deus, e usa de chantagem em vez de dialogar. Se algo acontecer-lhe, somente ele será o responsável -ou irresponsável."
DEMÉTRIO ANTONIO ZACHARIAS (São Paulo, SP)

Justiça social
"O crime organizado na imensa favela 23 de Janeiro, em Caracas (Mundo, 9/12), desnuda um dos grandes desafios latino-americanos: o combate à desigualdade social, em oposição ao narcotráfico. O domínio de imensas áreas de miséria pela criminalidade enfraquece não apenas o Estado como todos os que buscam construir políticas públicas voltadas para a inclusão social.
Venezuela bolivariana ou Brasil; "villas miseria" argentinas ou Cité Soleil no Haiti: situações sociais e políticas diversas, mas uma questão comum. Tanto narcotráfico mina qualquer iniciativa em prol da justiça social."
PEDRO PAULO A. FUNARI, coordenador do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp (Campinas, SP)

CPMF
"Os senadores deveriam é propor um aumento da CPMF para algo em torno de 3% a 4%. Poderia até ser proporcional ao valor do cheque que se emite ou à movimentação mensal. O pobre não seria ainda mais penalizado, e o rico não conseguiria sonegar. Em troca, seria abolida a Declaração do Imposto de Renda para todos.
Isso mesmo: anistia (!) ampla, geral e irrestrita. Ninguém mais conseguiria sonegar. Ricos e pobres, finalmente, teriam o tratamento igual com o qual sonham todas as esquerdas do nosso país."
IRENE SANDKE (Curitiba, PR)

Bancos
"Primeiro, terminou a inflação; segundo, é preciso limitar o lucro abusivo dos bancos; terceiro, em economia, ninguém ganha sem que alguém perca.
Pergunto: por que um reajuste semestral nas tarifas de bancos se a inflação acabou? Por que as dívidas em banco (cheque especial, principalmente) continuam sendo oneradas e capitalizadas mensalmente?
Antigamente (ai, que saudades!), os financiamentos eram capitalizados semestralmente; agora virou uma bagunça.
Parafraseando Lula: nunca neste país tantos ganharam tanto em tão pouco tempo."
ROBERTO SIDNEY VARRONE (Paraguaçu Paulista, SP)

A China não é aqui
"Certas manias mantêm-se à risca na academia brasileira: comparar o Brasil com o estrangeiro e parir pretensas vantagens comparativas, novas "verdades" e receitas, na maioria das vezes extirpando a história e mesmo o contexto, como se fosse possível comparar alhos com bugalhos.
Agora, por meio de ilustre chinesa, ecoa um receituário para os brasis: cobrança de mensalidades nas universidades públicas, como na China ("Estudante deve pagar por ensino superior público", Cotidiano, 10/12).
O que a educação brasileira precisa é de investimento, e não de novos impostos sobre os ombros do povo. Cadê o fim da DRU (Desvinculação das Receitas da União) para os 18% da educação? Por que essa vergonha nacional de a média de gasto por estudante na educação pública, segundo o censo escolar do MEC, ser de cerca de R$1.300/aluno/ano (o que equivale a um mês de muitas escolas pagas)? Por que o país não explicita um CAQ (custo/ aluno/ qualidade) decente e criterioso?
Por que só 4,2% do PIB nacional vão para a educação? Por que o Congresso não aprova o PL 73/99 em vez de continuar assistindo calado à elite reter para si as vagas nas principais carreiras das universidades públicas enquanto a escola pública definha?"
SÉRGIO JOSÉ CUSTÓDIO, da coordenação nacional do Movimento dos Sem Universidade (São Paulo, SP)

The Police
"É, no mínimo, uma falta de respeito a todos os presentes ao show do Police, fãs ou não da banda, o texto de ontem do jornalista Ivan Finotti ("Police não fez o Maracanã tremer", Ilustrada).
Os comentários foram cheios de preconceito e maldosos quanto à idade e capacidade dos integrantes da banda. Desconfio que o repórter não tenha interagido fora da área VIP/Premiun.
Tenho 34 anos, não me considero uma anciã (como ele descreve a maioria do público) e estava na grade que separava os "vips" do gramado. Conversei com um adolescente de 16 anos que convenceu a mãe a vir de Santa Catarina para ver a banda predileta dele. Entenderam?
O filho levou a mãe.
Vários adolescentes foram ver a banda predileta deles -por influência ou não dos pais- e afirmam adorar o Police.
Acho que o "estimado" jornalista deveria rever seus conceitos.
MAGDA GUIMARÃES (São Paulo, SP)

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