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Editoriais
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Dramas humanitários
QUALQUER ação parece insuficiente diante da magnitude dos dramas humanitários recorrentes na África. A
República Democrática do Congo é atualmente palco de alguns
dos piores conflitos na região.
O país tem servido de refúgio
para rebeldes de países vizinhos
e, recentemente, mais de 400
pessoas morreram em razão de
ações do LRA (Exército da Resistência do Senhor), envolvido há
décadas em massacres. Esses
ataques ocorreram após ofensiva
dos Exércitos de Uganda, Sudão
e Congo contra o grupo.
No Zimbábue, governado por
Robert Mugabe -no poder desde 1980-, a situação política e
econômica tem se deteriorado,
levando à recente epidemia de
cólera -que já se espalhou por
todo o país e matou mais de 1.500
pessoas. O país tem a maior inflação do mundo (231.000.000%
ao ano) e acaba de anunciar o
lançamento da cédula de 50 bilhões de dólares zimbabuanos,
suficientes para comprar duas
baguetes de pão.
A esperada perspectiva de renovação política no país, em
2008, durou pouco. O Partido
oposicionista Movimento pela
Mudança Democrática (MDC)
venceu eleições em março, mas
retirou-se do segundo turno da
disputa, denunciando perseguições. Em setembro, foi feito um
acordo de partilha de poder entre Mugabe e o MDC -mas o
acordo fracassou em dezembro.
A resolução do conflito depende da vizinha África do Sul, que
exerce forte influência na região.
Pretória, que passa por uma
transição política, já começa a
receber refugiados do Zimbábue.
O ex-presidente sul-africano
Thabo Mbeki participou da tentativa frustrada de acordo no
país vizinho.
Crescem as pressões, domésticas e internacionais, pela saída
de Mugabe. Se o presidente se retirar de cena, a resolução de um
dos principais impasses políticos
do continente pode ser facilitada. O drama social, contudo, dificilmente vai parar de piorar sem
apoio das nações ricas.
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