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Avanço insuficiente
O NÚMERO de trabalhadores
empregados com registro
regular na carteira de trabalho cresceu 4,7% em 2006. É o
que indica o Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados
(Caged), cujos números foram
divulgados pelo Ministério do
Trabalho na quarta-feira.
À primeira vista parece tratar-se de um resultado positivo. Alguns elementos, porém, relativizam essa impressão e deixam
claro que resta um bom caminho
a trilhar até que se possa afirmar
que o mercado de trabalho se refez da severa deterioração sofrida nas décadas de 1980 e 1990.
A primeira constatação incômoda é que, como em 2005, o ritmo de criação de empregos formais diminuiu, distanciando-se
dos 6,7% de 2004. O número de
novos empregos foi menor que
em 2005. A criação de postos pelo setor industrial, em particular,
aumentou um pouco em relação
a 2005, mas foi apenas a metade
daquela observada em 2004.
Nota-se que, nas regiões metropolitanas (única parcela do
país para a qual se dispõe de estatísticas regulares e atualizadas),
a taxa de desemprego parou de
cair: segundo o IBGE, situou-se
em 10%, em média, em 2006,
contra 9,8% em 2005. Como esse
é um nível ainda elevado, o tempo médio que um desempregado
leva para encontrar nova ocupação continua muito longo: em
São Paulo, supera 50 semanas.
Chamar a atenção para tais limitações não significa ignorar os
avanços. Um deles resulta de o
ritmo de criação de empregos
com carteira assinada, embora
cadente, permanecer superior ao
da abertura de vagas informais.
Em suma, constata-se uma
"formalização" das relações de
trabalho que beneficia tanto os
trabalhadores (que ampliam seu
acesso a garantias legais) como
as contas públicas (pois empregados formais contribuem para a
Previdência Social).
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