São Paulo, segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

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Avanço insuficiente

O NÚMERO de trabalhadores empregados com registro regular na carteira de trabalho cresceu 4,7% em 2006. É o que indica o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), cujos números foram divulgados pelo Ministério do Trabalho na quarta-feira.
À primeira vista parece tratar-se de um resultado positivo. Alguns elementos, porém, relativizam essa impressão e deixam claro que resta um bom caminho a trilhar até que se possa afirmar que o mercado de trabalho se refez da severa deterioração sofrida nas décadas de 1980 e 1990.
A primeira constatação incômoda é que, como em 2005, o ritmo de criação de empregos formais diminuiu, distanciando-se dos 6,7% de 2004. O número de novos empregos foi menor que em 2005. A criação de postos pelo setor industrial, em particular, aumentou um pouco em relação a 2005, mas foi apenas a metade daquela observada em 2004.
Nota-se que, nas regiões metropolitanas (única parcela do país para a qual se dispõe de estatísticas regulares e atualizadas), a taxa de desemprego parou de cair: segundo o IBGE, situou-se em 10%, em média, em 2006, contra 9,8% em 2005. Como esse é um nível ainda elevado, o tempo médio que um desempregado leva para encontrar nova ocupação continua muito longo: em São Paulo, supera 50 semanas.
Chamar a atenção para tais limitações não significa ignorar os avanços. Um deles resulta de o ritmo de criação de empregos com carteira assinada, embora cadente, permanecer superior ao da abertura de vagas informais.
Em suma, constata-se uma "formalização" das relações de trabalho que beneficia tanto os trabalhadores (que ampliam seu acesso a garantias legais) como as contas públicas (pois empregados formais contribuem para a Previdência Social).


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