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FERNANDO GABEIRA
Brasil no mundo
RIO DE JANEIRO - "A Agenda Internacional do Brasil" é o nome do
livro de Amaury de Souza que acaba
de sair. Trata da política externa
brasileira, de FH a Lula. Amaury
trabalha em cooperação com o Cebri (Centro Brasileiro de Relações
Internacionais), um núcleo de intelectuais que se dedicam ao tema.
O livro é uma pesquisa feita na
comunidade brasileira de política
externa, isto é, entre as pessoas que
trabalham, estudam ou dependem,
de alguma forma, das decisões nacionais sobre a inserção do Brasil
no mundo.
Não se trata de uma comunidade
homogênea. Há divergências, e
Amaury chega a dividir as correntes, para efeito didático, em globalistas, regionalistas e pós-liberais.
As nuances aparecem aqui e ali, por
exemplo, na ênfase que a primeira
corrente dá aos acordos internacionais envolvendo os países mais
avançados.
Neste espaço, o mais viável é falar
das tendências majoritárias. No
momento, a preservação da democracia na América do Sul é considerada uma tarefa prioritária pela
maioria dos entrevistados, que defende também a construção da infraestrutura comum, estradas,
energia, telecomunicações.
O aquecimento global e o tráfico
internacional de droga são vistos
como os maiores desafios. A corrente isolacionista que existia no
passado sumiu. Quase todos elogiam o crescente papel brasileiro.
Não esperava, no início da democratização, que o Brasil andaria tão
rapidamente. Na comissão de política externa, temos sempre visita de
estudantes. Delegações de deputados de todo o mundo nos procuram
com diferentes demandas.
São tantos os acordos para aprovar, tantas chances de diplomacia
parlamentar, que era preciso qualificar gente, melhorar a estrutura.
Os escândalos nos paralisaram.
Mas a nova realidade do Brasil enfatiza a urgência da tarefa.
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