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FERNANDO DE BARROS E SILVA
No tabuleiro da baiana
SÃO PAULO - Tem convenção do
PSDB e Marcha para Jesus hoje no
tabuleiro da baiana. Ambas as "festas" ocorrem em Salvador, quase
ao mesmo tempo e no mesmo lugar. A concentração religiosa liderada pela Renascer, da bispa Sônia
e do apóstolo Estevam Hernandes,
será em frente ao palco em que José
Serra estará sendo oficializado candidato à Presidência da República.
Espera-se juntar na marcha mais
de um milhão de fiéis, embalados
por trios elétricos. Há quem veja na
coincidência uma tentativa de "funhanhar" a festa tucana. Parece um
exagero. O casal Renascer é parte
de um imenso rebanho que ora por
Dilma Rousseff nesta eleição, mas
Serra também tem seus apoiadores
no segmento dos evangélicos.
Glauber Rocha, que conhecia
bem os curtos-circuitos e sincretismos brasileiros, talvez não deixasse passar a chance de realizar, na
sua terra, o filme dos tucanos acossados pelo país real e emergente.
Serra vai a Salvador lançar a sorte exatamente porque o eleitor soteropolitano não lhe sorri. O tucano
tem na capital baiana um de seus
desempenhos mais baixos até aqui.
E a Bahia é o quarto colégio eleitoral do país, atrás de SP, Minas e Rio.
Mas outras preocupações rondam o tucanato. Quando deixou o
governo e se lançou candidato, no
início de abril, em Brasília, Serra vivia um momento mais confortável.
Tinha 10 pontos de vantagem sobre
Dilma. Hoje, aparecem empatados,
conforme as últimas pesquisas.
Havia, além disso, a possibilidade de Aécio Neves vir a ser seu vice
-alguns apostavam que era questão de tempo. Sabe-se hoje que o vice não será Aécio, mas não se sabe
quem será. E o PP, de Francisco
Dornelles, já esteve mais perto dos
tucanos do que está hoje. A candidatura do governo encorpou entre
o início de abril e o início de junho.
Serra continua sendo um candidato forte e duro de ser batido. Mas,
se pensarmos no "pibão" e no que
representa a figura mítica de Lula,
vai ser preciso muita reza forte para
conter a marcha de Dilma Rousseff.
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