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A MÁFIA E O SALDO DA CPI
Os promotores e a polícia estão
agora definitivamente encarregados
de investigar o conluio entre a vereança governista, a prefeitura e as
máfias que lesavam o erário municipal, os cidadãos e o bem-estar da cidade de São Paulo. Não houve como
sustar a ofensiva conjunta do governo municipal e de sua bancada contra aquilo que começou como a CPI
da máfia dos fiscais, mas acabou por
revelar que a propina era apenas ação
por assim dizer de amadores perto
do grau de corrupção detectado em
quase toda a administração.
O situacionismo, desarticulado
num certo momento, quando a saída
de Celso Pitta do PPB e a ameaça de
impeachment levaram vereadores
sempre oportunistas a buscar guarida política em outra parte, acabou se
recompondo por meio de conchavo e
com as intenções escusas de hábito.
Não se pode esperar nada de uma
maioria na Câmara Municipal que,
desde o dia em que foi constituída, só
fez chantagear um prefeito que sempre se mostrou receptivo, quando
não estimulou esse tipo de comportamento. Uma maioria que nunca se
mostrou envolvida com o interesse
público, nem à altura dos desafios de
uma cidade que demanda, além de
um mínimo de decência, discussão
qualificada para encontrar soluções
viáveis a problemas que se agravam.
Pitta e essa vereança, de quem, é
bom repetir, pouco se pode esperar,
têm no entanto ainda 18 meses de
mandato. Enquanto não é possível
puni-los nas urnas e se aguarda o resultado das investigações, será preciso encontrar formas de pressão e vigilância públicas para evitar que a rapinagem se mantenha na cidade. Pode ser essa mobilização, ainda que
difusa e nem sempre perceptível, o
saldo positivo de uma CPI que em
termos concretos ficou muito aquém
do que muitos esperavam.
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