São Paulo, Sábado, 12 de Junho de 1999
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PAINEL DO LEITOR

Conjunção dolorida

"Elevação de 21% nas tarifas de energia, que milagrosamente até a Fipe considera exagerada; aumento do desemprego em todas as áreas (veja-se o exemplo do projeto de lei que regulamenta a demissão de servidores públicos); arrocho salarial; voracidade na arrecadação, alcançando os bolsos dos inativos; transporte urbano em São Paulo à beira da esculhambação e outras perversidades. A sociedade, aparentemente apática, vê tudo isso e mais: até um ministro perdendo tempo com análise oca sobre "Matrix". É de doer."
Nildo Carlos Oliveira (São Paulo, SP)

Resposta previsível

"A análise imparcial dos acontecimentos envolvendo a CPI da máfia dos fiscais nos induz às seguintes reflexões:
1) O forte corporativismo dos vereadores situacionistas determinou o fim dos trabalhos de apuração?
2) Até onde o Ministério Público e a polícia prosseguirão com as investigações?
3) O que a Receita Federal já fez e até onde investigará a origem do patrimônio milionário dos envolvidos?
Se as respostas forem as que estamos acostumados a "engolir", então pode-se acreditar que o Legislativo municipal é propriedade privada de alguns senhores "intocáveis'!"
Alexandre Ramalho (Campinas, SP)

Wadih Mutran

"Impressionante a capacidade de discernimento do vereador Wadih Mutran ("Painel do Leitor", ontem). Quando ele afirma que "vivemos em uma sociedade sem o menor esclarecimento político", acerta em cheio.
O maior exemplo dessa afirmação reside no fato de que políticos como ele se perpetuam no poder em São Paulo."
Sandro Carlo Magaldi (São Paulo, SP)

Desarmamento

"Por que existem armas? Para que elas servem? Que mundo é esse em que discutimos a proibição ou não de armas? As armas tiram vidas e não trazem a segurança, apenas nos colocam num círculo vicioso. É evitar o mal com o próprio mal.
Tem gente se enriquecendo à custa da venda de um objeto que não é necessário à existência humana. Assim o homem vai acabar sendo o próprio causador da sua extinção!"
Bruna Colombini Bergemann (São José do Rio Preto, SP)

"Engana-se quem acha que a proibição da venda de armas no país vai diminuir a violência. Isso não passa de mais uma medida sensacionalista do governo e mostra mais uma vez que ele desconhece o problema.
Quase todos os crimes com arma de fogo são cometidos com armas ilegais.
O problema da criminalidade está ligado diretamente à fome, corrupção, pobreza, ao desemprego e principalmente à educação, a que a maioria dos brasileiros não tem acesso faz tempo."
Talis Luis Armiato (Catanduva, SP)

Lei do Audiovisual

"Em resposta à carta do secretário para o Desenvolvimento do Audiovisual, José Álvaro Moisés, publicada no "Painel do Leitor" de 10/6, em que fui questionada sobre as atitudes que tomei durante o período que estive na secretaria, gostaria de destacar alguns entre vários mecanismos propostos na minha gestão.
1) Durante minha gestão como secretária interina, de abril de 1995 a abril de 1996, a Lei do Audiovisual começava a ser aplicada. Todos os mecanismos que pareciam ser necessários para o devido controle dos incentivos fiscais foram implantados. Evidentemente, por tratar-se de um mecanismo novo, seriam necessárias avaliação e correção permanentes desses controles.
2) Preparei um texto de lei sobre a contribuição paga por filmes estrangeiros que entram no país, porque já naquele momento via os grandes problemas causados pela "invasão satelital" de programação estrangeira nas TVs pagas. Esse assunto, hoje em pauta, não teve grande receptividade na época em que fui secretária.
3) Durante minha gestão elaborei também um mecanismo de controle da cota de tela. Infelizmente, não foi implantado na época.
Destaco o documento encaminhado ao Ministério da Cultura e apresentado durante o Festival de Brasília, no final de 1998. Nele, cerca de 60 cineastas e outras pessoas ligadas à atividade analisavam o funcionamento e as consequências da Lei do Audiovisual, entre outros pontos. Isso demonstra que já havia a consciência de que, após o desmantelamento do governo Collor, a política pública até aquele momento não havia sido restabelecida."
Vera Zaverucha, ex-secretária interina da Secretaria para o Desenvolvimento Audiovisual (Rio de Janeiro, RJ)

Tiazinha na Folhinha

"Quando vi na Folhinha do último sábado fotos da boneca da Tiazinha, percebi que realmente a vontade de ganhar dinheiro não tem limites. Mas, quando li o texto, achei que houve exagero. A exploração do fenômeno Tiazinha vai acabar um dia. Dizer que as bonecas da Tiazinha representam pessoas que desprezam o amor e que elas estimulam o sexo sem afeto é ridículo.
Sempre houve e sempre haverá sexo sem amor, mas isso não tem nada a ver com fantasia. Ela é necessária em qualquer relacionamento amoroso."
Paulo de Tarso Lins de Oliveira (Belo Horizonte, MG)

Catolicismo

"Pelo que tudo indica, a Folha não se interessa em conquistar leitores entre católicos e sair dos seus ridículos 500 mil exemplares, haja vista o desdém e desprezo com que trata os quase 120 milhões de católicos brasileiros, ao demonstrar total desinformação sobre a religião. Omite intencionalmente seus eventos, ignorando-os ou minimizando-os.
Li na Ilustrada (pág. 4-4) de 3/6, no texto "São Francisco por Rosselini", o conceito barato de seus redatores anticatólicos e ateus sobre a Rede Vida, que pode até ser fraca, pois ainda engatinha, mas vai vencer, com a graça de Deus! Vocês, mercenários, vão ter que engoli-la."
Amaury Dias Cintra (Avaré, SP)

Fim da rádio Musical

"Foram cinco anos de incansável luta diária pela música popular brasileira. Os êxitos obtivemos muitos, mas, infelizmente, há três anos estávamos trabalhando no vermelho, verdadeiros "órfãos" do mercado publicitário.
A Musical FM foi a responsável, por exemplo, pelo lançamento de mais de 50 novos talentos, gente do naipe de Zélia Duncan, Chico César, Zeca Baleiro, Belô Veloso, Rosa Passos, Paulinho Moska, entre tantos outros.
Sem nenhum patrocínio, nem apoio governamental ou da iniciativa privada, a Musical FM realizou quatro festivais no Memorial da América Latina.
No Brasil é assim. É preciso matar um leão por dia se se quiser sobreviver. E, apesar dos esforços leoninos de nossa equipe de vendas, não conseguimos sensibilizar o mercado publicitário.
A decisão da Musical FM foi meramente empresarial. Nada contra a MPB. Ao contrário. Mesmo porque os novos responsáveis pela programação da 105,7 abrirão espaço para a música popular brasileira, desde que algum patrocinador esteja disposto a bancar.
A música gospel convive perfeitamente com a MPB. Ou os amantes da MPB têm alguma coisa contra a música gospel? Mudanças na programação são feitas diariamente em emissoras de rádio e televisão de todo Brasil.
Era hora de mudar. Estávamos afônicos de tanto gritar pela MPB."
Carlos Colesanti, diretor da Rede L&C de Mídia (São Paulo, SP)


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