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MELCHIADES FILHO
Minha Casa, minha vida
BRASÍLIA - O PT caminha a passos
largos para ampliar seu time no Senado e dar à presidente Dilma a
maioria na Casa que nem Lula obteve com tanta popularidade -ou dar
ao presidente Serra (e ao futuro senador Aécio Neves) a canseira que
não estava no roteiro tucano.
O PT tem hoje a quarta bancada
(nove representantes), atrás de
PMDB (18), PSDB e DEM (14 cada).
Dois assentos já estão garantidos: Eduardo Suplicy (SP) e Tião
Viana (AC), ambos no meio do
mandato. Tião deve se eleger ao governo, mas seu suplente é do PT.
Também são petistas os substitutos de dois outros candidatos que
pintam como favoritos ao governo,
Alfredo Nascimento (PR-AM) e Renato Casagrande (PSB-ES).
O partido lançou 18 nomes ao Senado neste ano. Graças à projeção
pessoal e à sólida aliança política
local, seis deles são considerados
imbatíveis: Delcídio Amaral (MS),
Humberto Costa (PE), Jorge Viana
(AC), Marta Suplicy (SP), Paulo
Paim (RS) e Wellington Dias (PI).
Mas os demais 12 estão no páreo.
A maioria duela diretamente com
alguém da oposição a Lula.
Fernando Pimentel, por exemplo, desafia o ex-presidente Itamar
Franco (PPS) em Minas Gerais. Na
Bahia, Walter Pinheiro conta com a
dobradinha com o governador Jaques Wagner para tentar derrotar
José Carlos Aleluia (DEM).
No Paraná, o tira-teima é entre
Gleisi Hoffman e Gustavo Fruet
(PSDB). No Pará, entre Paulo Rocha
e Flexa Ribeiro (PSDB). Em Mato
Grosso, entre Carlos Abicalil e Antero Paes de Barros (PSDB).
Se o PT ganhar mais da metade
desses 12 mata-matas, tem chances
de sair da eleição com a maior bancada no Senado. O PMDB projeta
eleger no máximo 17; PSDB e DEM
rezam para não encolher muito.
Aí, além de garantir protagonismo no Senado, o PT poderá exercer
o direito regimental de escolher o
presidente da Casa. Nunca a posição de José Sarney, hoje um aliado
petista, pareceu tão ameaçada.
melchiades.filho@grupofolha.com.br
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