São Paulo, sexta-feira, 12 de outubro de 2001

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PAINEL DO LEITOR

PT no MS
"Com referência à reportagem "Zeca do PT usa verba secreta com viagens e informantes" (Brasil, pág. A7, 10/10), o governo de Mato Grosso do Sul tem o dever de prestar os seguintes esclarecimentos: 1) Esclarecemos que o fato noticiado pela Folha é matéria requentada e "estranhamente" repercutida pelo seu correspondente, que tem feito isso de forma constante. O documento, de caráter reservado, produzido pelo governo de MS, vazou de maneira distorcida, procurando claramente macular a boa imagem do governador Zeca do PT, por obra de um conselheiro do Tribunal de Contas e ex-deputado do PMDB, à revista "Boca do Povo" no dia 26 de agosto, em edição comemorativa dos 102 anos de Campo Grande, bancada e paga pelo principal opositor do governador Zeca do PT, o prefeito da capital, André Puccinelli (PMDB), conforme comprova material em anexo. 2) Também não é verdade que o governador de Mato Grosso do Sul, José Orcírio Miranda dos Santos, Zeca do PT, usou "um fundo de natureza secreta" para custear viagens. O fundo utilizado pelo governo de Mato Grosso do Sul é previsto na lei nº 636, de 23 de maio de 1986, portanto legal, não caracterizando má aplicação do dinheiro público, como a reportagem sugere. Os relatórios do dinheiro gasto, norteados pelos princípios da lisura e da ética na administração pública do governo do PT, foram aprovados por unanimidade pelo Tribunal de Contas do Estado. 3) Também não corresponde à verdade que, "com outro fundo confidencial, o governo construiu uma rede de informantes pelo Estado, remunerando líderes comunitários sob o argumento de combater a violência e o narcotráfico". Essas e outras despesas também amparadas por lei foram aplicadas pela Secretaria de Segurança Pública em operações secretas. É utilizada regularmente por governos para inibir invasão de terras particulares e para coibir o aumento da criminalidade urbana assim como operações sigilosas de combate ao narcotráfico e à lavagem de dinheiro feitas pelo crime organizado -por ser um Estado que faz fronteira com dois países (Paraguai e Bolívia) e divisa com cinco Estados da federação. Os resultados podem ser medidos por meio do índice de redução de 83% das ocupações de terras produtivas e pela diminuição de 45% da violência em centros urbanos -como Campo Grande- e na região fronteiriça. 4) O próprio subtítulo da reportagem em questão contradiz seus autores ao dizer que "o governador Zeca do PT gastou R$ 911 mil em viagens durante o ano de 2000", pois o texto principal diz que "o custo das viagens do governador soma R$ 575 mil". Nesse caso, é bom ressaltar que o governador nunca viaja sozinho, pois é sempre acompanhado por uma equipe de assessoramento -mais uma falha evidenciada na reportagem. 5) Em respeito à verdade, à opinião pública e aos leitores desse renomado órgão de imprensa, é oportuno esclarecer que parte dos valores apontados pela Folha foi destinada a reforçar a segurança do governador Zeca do PT por conta de assassinatos de que recentemente foram vítimas figuras públicas do PT -não só em Mato Grosso do Sul como em outros Estados do país. 6) Em que pese a violação de preceitos legais, o governador de Mato Grosso do Sul jamais se negará a prestar os devidos esclarecimentos à opinião pública. O governador Zeca somente não atendeu aos jornalistas da Folha porque se encontra em viagem de trabalho pelo interior desde o dia 1º de outubro -como parte das comemorações do 24º aniversário da criação do Estado de Mato Grosso do Sul, que aconteceu ontem. Finalmente, o governo popular esclarece que a malversação do dinheiro público foi banida da administração pública de Mato Grosso do Sul. Esse fato só nos fortalece ainda mais para continuarmos lutando contra os tempos de desmandos e de farra com o dinheiro público, o que faz com que os "saudosistas" da corrupção plantem permanentemente esse tipo de notícia, sonhando voltar aos velhos tempos."
Ben-Hur Ferreira, secretário de Estado do Governo de Mato Grosso do Sul (Campo Grande, MS)

Nota da Redação - A reportagem está baseada em documentos oficiais do governo.

Embaixada em Roma
"Esclareço que o texto intitulado "Cabral estaria insatisfeito, diz ministro" (Brasil, pág. A8, 11/10) não expressa a opinião do ministro Andrea Matarazzo, que, ao contrário, respeita o regimento da Casa e, uma vez que consta do regimento, entende como normal o pedido de vistas feito pelo senador."
Renata Zaccarelli, assessora de imprensa da Secretaria de Comunicação de Governo (Brasília, DF)

Resposta da jornalista Raquel Ulhôa - As informações publicadas foram fornecidas pela assessoria do ministro, conforme a reportagem já mencionara.

Presente de futuro
"Os melhores presentes que desejam as crianças de hoje e também aquelas que viverão eternamente em alguns de nós -adolescentes, jovens ou adultos- são justiça, respeito, igualdade entre os homens e fim da miséria, do ódio, da falsidade, da ganância e das guerras. Um mundo melhor, em que a paz não seja somente um sonho."
Lidiane F. Duarte (Lorena, SP)

Canudos e Cabul
"Parabenizo a Folha pela reportagem em que destaca as intrigantes semelhanças entre Antônio Conselheiro e Osama bin Laden ("Cabul e Canudos evocam luta do bem contra o mal", Mundo, pág. A26, 11/10). O texto é um convite à reflexão. O paralelo entre as duas personagens foi traçado sem absolver Bin Laden ou o terrorismo e sem demonizar Antônio Conselheiro. Jornalismo não é só a mera divulgação de acontecimentos diários."
Alberto Dimas Fusci (São Luís, MA)

Governo-fantasma
"Se o governador Geraldo Alckmin for candidato à reeleição em 2002, estaremos diante de um caso inusitado em que o Estado terá sido governado -em algumas das ocasiões em que Mário Covas se afastou do cargo no seu primeiro mandato- não por um governador em carne e osso, mas por um fantasma, pois só pode ser esse o fator que levou o TSE a não considerar as substituições no primeiro mandato como exercício de governador."
Nelson Ramos dos Santos (São Paulo, SP)

Greve
"Janio de Freitas acertou na mosca em sua coluna de 10/10 ("O lugar da greve", Brasil, pág. A5) sobre a administração e a personalidade do ministro Paulo Renato. De fato, ele tem confundido autoridade com autoritarismo. Janio tem razão: Paulo Renato "só é ministro para os formalismos burocráticos". Mas apenas para alguns formalismos, diga-se. Na verdade, ele transformou o MEC em Ministério do Ensino Fundamental -o que lhe permitiu retocar cosmeticamente algumas estatísticas nessa área-, excluindo as universidades públicas, hoje em processo de desintegração."
Orlando Tambosi, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (Florianópolis, SC)



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