São Paulo, quarta-feira, 12 de outubro de 2005

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Aftosa
"Trabalho no agrobusiness brasileiro há mais de 20 anos e posso afirmar que, durante esse período, nunca tivemos um governo mais incompetente e displicente com o setor como o atual. Aliás, o presidente Lula e muitos de seus acólitos já se declararam, em público, contra o agribusiness. E estão fazendo de tudo para inviabilizar essa importantíssima atividade do setor primário. Após anos de expansão, a safra brasileira deverá cair algo em torno de 20% graças à política de juros e cambial adotada pela elite econômica petista. Não bastasse isso, o contingenciamento de verbas destinadas à defesa sanitária culminou com o ressurgimento da febre aftosa em Mato Grosso do Sul, maior produtor de carne bovina do país. Foi uma verdadeira "morte anunciada", já que a maioria dos pecuaristas do Estado já estava esperando pelo pior devido ao imobilismo e à insensibilidade do governo. O ministro Roberto Rodrigues, tido como um homem sério dentro do setor, deveria renunciar imediatamente, deixando bem claro que não compactua com tamanha irresponsabilidade."
Luigi Petti (São Paulo, SP)

 

"Novamente o problema da aftosa, por falta de liberação de verba para seu controle. Resultado: não conseguimos nos estabelecer como um confiável fornecedor mundial de carne no médio e no longo prazo. Fosse nosso país uma empresa, já teríamos falido há muito tempo. O povo brasileiro sustenta a empresa chamada Brasil a fundo perdido, dados os erros primários de seus administradores. Economia burra. Na verdade, incompetência, para ser mais exato."
Robert Schoenau (Blumenau, SC)

Armas
"É um absurdo o governo federal gastar R$ 500 milhões para fazer o referendo do próximo dia 23. Esse dinheiro poderia ser investido na segurança pública, na aquisição de novas viaturas policiais e no aumento do salário de policiais, que recebem somente R$ 700 e correm sérios riscos de perder sua própria vida. Com certeza, seriam poupadas muito mais vidas do que com o desarmamento da população."
Rafael Alaby M.Ferreira (São Paulo, SP)

 

"Não há dúvida: fora da lei não há solução. O problema é que nossos legisladores aprovam leis mal-elaboradas e que não trazem soluções aos problemas do cotidiano. Agora chamam os cidadãos para um referendo em que não vai fazer a menor diferença para a população se vencer o "sim" ou o "não" quanto à comercialização de armas. Os bandidos armados continuarão armados e o cidadão, com ou sem arma, continuará indefeso."
Paulo Marcos G. Lustoza (Rio de Janeiro, RJ)

Titanic
"Confesso que ontem, ao ver no jornal o nosso presidente usando quepe da Marinha, de imediato lembrei-me do capitão do Titanic."
Eduardo Nogueira (São Paulo, SP)

Maluf
"É incrível a capacidade que certas pessoas têm de se deixar enganar. Não há como ficar comovido com o teatrinho armado pelo ex-prefeito Paulo Maluf, que, até bem pouco tempo atrás, andava bem lépido e faceiro. Agora parece disputar com Lalau o privilégio de andar abraçado a agentes da Polícia Federal para lá e para cá. Ter 74 anos não o livra de responder a processos e de se submeter à lei como qualquer outro cidadão. Convém lembrar que, há cerca de um ano, portanto com 73 anos, o senhor Maluf, bem lampeiro por sinal, era candidato à Prefeitura de São Paulo. Se tinha condições físicas para governar um monstro como São Paulo por quatro anos, pode muito bem suportar o confinamento. Por outro lado, o ex-prefeito está recebendo um tratamento bem mais humano do que o que sempre defendeu para os suspeitos de crimes. Ou será que todo hóspede da PF que sinta dor de barriga é conduzido a hospitais cinco estrelas? Será que todo suspeito tem a prerrogativa de escolher se quer ou não ir para um hospital penitenciário? Nesse particular, é lamentável que a direção da OAB se preste a participar de tal pantomima. Não me recordo de presidente da OAB visitando gente humilde que foi presa ou mesmo condenada a anos de cadeia por roubar uma lata de leite em pó ou frasco de xampu. Tampouco me recordo de advogados de renome correndo a protestar em favor de gente condenada por crimes menores que continua na cadeia anos depois de cumprida a pena. Quando se vêem coisas como essa, dá para entender o porquê de sermos sempre pódio nos "rankings" de injustiça social, corrupção e que tais."
Celso Balloti (São Paulo, SP)

Jefferson
"Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. É inacreditável que o procurador do Ministério Público, senhor Lucas Furtado, peça a suspensão da aposentadoria concedida ao ex-deputado Roberto Jefferson conforme previsto no plano de previdência do Congresso. Questionar a utilização de recursos públicos para sustentar um sistema de previdência para cargos eletivos é uma coisa. Querer negar um direito adquirido legalmente pelos contribuintes é uma aberração tão grande quanto foi a taxação inconstitucional dos inativos, sobre a qual o senhor Lucas Furtado não se pronunciou. O homem quer aparecer de qualquer jeito, mesmo que seja ao arrepio da lei. Melhor seria manifestar-se sobre a MP do "bem mau", que restabelece a indústria dos precatórios e a filosofia do "devo não nego, pago quando puder"."
Roberto Bittencourt dos Santos (Rio de Janeiro, RJ)

Filas
"Excelente o artigo "Filas: responsabilidade e discurso" ("Tendências/Debates", 11/10), do sindicalista Vagner Freitas de Moraes, presidente da Confederação Nacional dos Bancários/CUT. Com conhecimento de causa e clareza de expressão, esse dirigente aponta os vários aspectos da chamada "reestruturação", que desemprega e terceiriza, tornando precárias tanto as relações de trabalho nos bancos como as condições de atendimento aos usuários. Visto que o interesse dos bancários e dos clientes converge, o artigo se encerra com a justa solicitação de apoio a uma campanha nacional pela melhoria do atendimento e por juros e tarifas mais baixos."
Paula Beiguelman, professora emérita da USP (São Paulo, SP)

Salário na polícia
"Em relação às declarações do assessor Emerson Figueiredo, publicadas ontem nesta seção, devo acrescentar apenas que, quando diz que o salário de investigador de polícia no Estado de São Paulo saltou de R$ 368 para pouco mais de R$1.050 depois de 1994, isso aconteceu graças ao então governador do Estado Luiz Antonio Fleury Filho, que deu um aumento de 180% -se não me falha a memória. Aumento esse que o então governador subseqüente, Mario Covas, relutou em pagar. Daí então que, se tivemos aumento, no meu salário até hoje não senti diferença, pois os R$ 368 daquela época representavam algo em torno de nove salários mínimos, o que seria hoje R$ 2.700 -um salário que nem delegado em início de carreira percebe. O governo tem o slogan "respeito por você", mas se esquece de respeitar os funcionários, em especial os policiais."
Cláudio José Tessarini Gandolfi, investigador de polícia (Paulicéia, SP)


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