|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PAINEL DO LEITOR
Ministério da Energia
"Diferentemente do que informa a Folha no texto "Gasto com quarentena pode chegar a R$ 1,7 mi" (Brasil, pág. A8,
edição de ontem), o ministro de Minas e
Energia, Francisco Gomide, não voltará
à iniciativa privada após deixar o cargo.
Como foi informado ao jornal, o ministro retomará nos EUA os estudos para
pós-doutoramento em hidrologia e recursos hídricos, projeto interrompido
quando assumiu o Ministério de Minas e
Energia, em abril de 2002."
Aguinaldo Nogueira, Assessoria de
Comunicação Social do Ministério de Minas e
Energia (Brasília, DF)
Veja a seção "Erramos".
Alvos do MST
"Gostaria de entender por que o MST
não procura terras sem dono por esse
Brasil afora para fazer seus assentamentos. Sempre chegam motorizados, bem
vestidos, bem nutridos e organizados a
terras cujos donos levaram um bom
tempo de suas vidas dedicados a elas.
O MST não quer terra e muito menos
tem propósitos humanitários; é um movimento político. A reforma agrária é importante e necessária, mas não com esses
propósitos no mínimo escusos. Está na
hora de acabar com essas invasões e recuperar os assentamentos."
Leila E. Leitão (São Paulo, SP)
Caminhos do PT
"Em entrevista, o sr. José Dirceu, presidente do PT, afirmou que não foi o PT
que mudou de posição sobre, por exemplo, salário mínimo, redução das alíquotas do IR (Imposto de Renda), reajustes
para o funcionalismo, renegociação da
dívida dos Estados etc.
Nas explicações desse senhor, foi o cenário econômico que se deteriorou muito e, em função desse fato, as propostas
do PT não poderiam servir de argumento aos governistas que agora cobram do
PT a sustentação daquilo que defendiam
há bem pouco tempo.
Em primeiro lugar, não é verdade que
o cenário econômico tenha se deteriorado assim. Em segundo, o saldo na balança comercial representa um recorde histórico. Em terceiro, não chega a ser surpresa que, após a vitória, o PT esquive-se
de tudo aquilo que prometeu."
Rodrigo Borges de Campos Netto
(Brasília, DF)
"Vibrei com a auspiciosa notícia de
que Lula deverá cortar as verbas destinadas às centrais sindicais, em face dos indícios de desvios de recursos. Na verdade, eu temia que Lula fraquejasse diante
das forças corporativistas mal-intencionadas. É isso aí, presidente! Não nos decepcione! Seja implacável com a corrupção, e, possivelmente, o dinheiro começará a sobrar nos cofres públicos."
Martônio Ribeiro (Ribeirão Preto, SP)
Governo S/A
"Não há verbas para atenuar os efeitos
da seca no Nordeste. O noticiário assusta, pois até janeiro teremos esse governo
que, ignorando a pobreza, continua a inverter a ordem social das prioridades,
deixando o nordestino morrer de sede
enquanto acumula discutíveis superávits. Isso não é nem nunca foi governo,
mas sim uma empresa comercial de visão social cruel e insensível, que, administrando com a ótica da receita/despesa,
sacrifica gastos e privilegia ganhos."
Homero Benedicto Ottoni Netto
(Atibaia, SP)
Crime em família
"O assassinato dos pais é reflexo do
mundo moderno, que ensina competitividade em vez de companheirismo, individualismo em vez de solidariedade,
consumismo em vez de preservação, eficiência em vez de respeito."
Rodrigo Sanchez (Curitiba, PR)
"Qualquer pessoa que se preocupe
com o equilíbrio entre o direito humano
à honra, à dignidade e à informação,
através de uma imprensa livre, há de ter
se impressionado com o "show" da cobertura da Folha no chamado crime do
Brooklin. O jornal não só respeitou os
direitos dos envolvidos, como melhorou
sensivelmente a qualidade da informação prestada, aproximando-a mais da
realidade. Seria excelente se essa postura
responsável viesse a se tornar padrão de
toda a imprensa brasileira."
Arnaldo Malheiros Filho (São Paulo, SP)
Cotas nas universidades
"Extremamente oportuno o editorial
da Folha (Opinião, pág. A2, edição de
ontem), tratando das cotas para ingresso
de estudantes negros na universidade. A
proposta de vagas seletas para negros,
muito mais que esbarrar em problemas
operacionais sobre a definição do que é
ser negro, esbarra em equívocos teóricos
os quais eu imaginava serem mínimos
numa administração como a do PT.
Simpatizo com a causa dos negros,
mas não será dando vagas que resolveremos esse problema. Teríamos de dar
condições para os negros aumentarem
seu poder de competição. Por que vamos tentar evitar uma discriminação
acarretando outra, uma vez que muitos
pobres de quaisquer raças também não
conseguem chegar à universidade?"
Gilson Luiz Volpato, professor
universitário (Botucatu, SP)
"A Folha afirma em editorial reconhecer ser justa a adoção de cotas para o ingresso de negros nas universidades públicas. Afirma também ser contrária à
medida. Procurei no texto algum argumento que embasasse tamanha contradição e não encontrei. O problema é gerado por um sistema econômico e social
que impede que grande parcela da população brasileira, os estudantes negros,
chegue à universidade pública exatamente por serem negros. Portanto, se o
estudante negro é, desde o ensino fundamental, um cidadão "anormal", como argumentar que os estudantes "normais"
serão prejudicados pela adoção de cotas
se eles são "normais" exatamente pelo fato de não serem negros?"
Daniel Louzada (Brasília, DF)
Educação do medo
"Tortura é crime inafiançável para o cidadão comum, mas para professoras do
ensino público parece tudo muito mais
suave. Sou estudante de direito e fico estarrecido com a violência que maus professores praticam.
A notícia de que uma professora e uma
diretora de escola em Marília (SP) foram
afastadas por um promotor me enche de
esperança e dúvida. Esperança na Justiça
e dúvida sobre quantas crianças já teriam
sido torturadas por elas."
Anderson Riviera da Cruz (São Paulo, SP)
Ciência no teatro
"Como produtora da peça DNA - Nossa Comédia, escrita por Thiago Santiago
e Leila Macedo Oda, dirigida por Bibi
Ferreira, quero afirmar que tenho absoluto respeito pelo tema, e o brilho da leitura da peça no teatro Casa da Gávea, dia
4 deste mês, não mereceu da free-lancer
que escreveu o texto publicado no dia 6
("DNA vira personagem de comédia",
Ciência, pág. A20) a boa vontade que seria de se esperar, pois ela não teve o menor interesse em informar-se após a
apresentação do trabalho se aquilo que
ela acusa como "deslize de conteúdo", estaria realmente no texto apresentado ou
seria um "caco" do ator. Isso é típico do
espírito negativista com que nos confrontamos dia-a-dia, incapaz de aplaudir pura e simplesmente o que é bom."
Ittala Nandi (Rio de Janeiro, RJ)
Resposta da jornalista Luisa Massarani
- Uma peça de teatro que se propõe a
fazer divulgação científica, contando
para isso com verbas públicas do CNPq
(Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), não
deveria apresentar nem numa simples
leitura pública incorreções como as
apontadas na reportagem (ácido acetilsalicílico como vitamina C e correlação
entre malária e vírus), pois é indiferente para a informação do público de cerca de 90 pessoas se se tratou de improviso imprudente de ator ("caco') ou de
deslize do texto teatral.
Texto Anterior: Oded Grajew: Um pacto pela cidadania
Próximo Texto: Erramos Índice
|