São Paulo, terça-feira, 12 de novembro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Ministério da Energia
"Diferentemente do que informa a Folha no texto "Gasto com quarentena pode chegar a R$ 1,7 mi" (Brasil, pág. A8, edição de ontem), o ministro de Minas e Energia, Francisco Gomide, não voltará à iniciativa privada após deixar o cargo.
Como foi informado ao jornal, o ministro retomará nos EUA os estudos para pós-doutoramento em hidrologia e recursos hídricos, projeto interrompido quando assumiu o Ministério de Minas e Energia, em abril de 2002."
Aguinaldo Nogueira, Assessoria de Comunicação Social do Ministério de Minas e Energia (Brasília, DF)

Veja a seção "Erramos".


Alvos do MST
"Gostaria de entender por que o MST não procura terras sem dono por esse Brasil afora para fazer seus assentamentos. Sempre chegam motorizados, bem vestidos, bem nutridos e organizados a terras cujos donos levaram um bom tempo de suas vidas dedicados a elas.
O MST não quer terra e muito menos tem propósitos humanitários; é um movimento político. A reforma agrária é importante e necessária, mas não com esses propósitos no mínimo escusos. Está na hora de acabar com essas invasões e recuperar os assentamentos."
Leila E. Leitão (São Paulo, SP)


Caminhos do PT
"Em entrevista, o sr. José Dirceu, presidente do PT, afirmou que não foi o PT que mudou de posição sobre, por exemplo, salário mínimo, redução das alíquotas do IR (Imposto de Renda), reajustes para o funcionalismo, renegociação da dívida dos Estados etc.
Nas explicações desse senhor, foi o cenário econômico que se deteriorou muito e, em função desse fato, as propostas do PT não poderiam servir de argumento aos governistas que agora cobram do PT a sustentação daquilo que defendiam há bem pouco tempo.
Em primeiro lugar, não é verdade que o cenário econômico tenha se deteriorado assim. Em segundo, o saldo na balança comercial representa um recorde histórico. Em terceiro, não chega a ser surpresa que, após a vitória, o PT esquive-se de tudo aquilo que prometeu."
Rodrigo Borges de Campos Netto (Brasília, DF)

 

"Vibrei com a auspiciosa notícia de que Lula deverá cortar as verbas destinadas às centrais sindicais, em face dos indícios de desvios de recursos. Na verdade, eu temia que Lula fraquejasse diante das forças corporativistas mal-intencionadas. É isso aí, presidente! Não nos decepcione! Seja implacável com a corrupção, e, possivelmente, o dinheiro começará a sobrar nos cofres públicos."
Martônio Ribeiro (Ribeirão Preto, SP)


Governo S/A
"Não há verbas para atenuar os efeitos da seca no Nordeste. O noticiário assusta, pois até janeiro teremos esse governo que, ignorando a pobreza, continua a inverter a ordem social das prioridades, deixando o nordestino morrer de sede enquanto acumula discutíveis superávits. Isso não é nem nunca foi governo, mas sim uma empresa comercial de visão social cruel e insensível, que, administrando com a ótica da receita/despesa, sacrifica gastos e privilegia ganhos."
Homero Benedicto Ottoni Netto (Atibaia, SP)


Crime em família
"O assassinato dos pais é reflexo do mundo moderno, que ensina competitividade em vez de companheirismo, individualismo em vez de solidariedade, consumismo em vez de preservação, eficiência em vez de respeito."
Rodrigo Sanchez (Curitiba, PR)

 

"Qualquer pessoa que se preocupe com o equilíbrio entre o direito humano à honra, à dignidade e à informação, através de uma imprensa livre, há de ter se impressionado com o "show" da cobertura da Folha no chamado crime do Brooklin. O jornal não só respeitou os direitos dos envolvidos, como melhorou sensivelmente a qualidade da informação prestada, aproximando-a mais da realidade. Seria excelente se essa postura responsável viesse a se tornar padrão de toda a imprensa brasileira."
Arnaldo Malheiros Filho (São Paulo, SP)


Cotas nas universidades
"Extremamente oportuno o editorial da Folha (Opinião, pág. A2, edição de ontem), tratando das cotas para ingresso de estudantes negros na universidade. A proposta de vagas seletas para negros, muito mais que esbarrar em problemas operacionais sobre a definição do que é ser negro, esbarra em equívocos teóricos os quais eu imaginava serem mínimos numa administração como a do PT.
Simpatizo com a causa dos negros, mas não será dando vagas que resolveremos esse problema. Teríamos de dar condições para os negros aumentarem seu poder de competição. Por que vamos tentar evitar uma discriminação acarretando outra, uma vez que muitos pobres de quaisquer raças também não conseguem chegar à universidade?"
Gilson Luiz Volpato, professor universitário (Botucatu, SP)

 

"A Folha afirma em editorial reconhecer ser justa a adoção de cotas para o ingresso de negros nas universidades públicas. Afirma também ser contrária à medida. Procurei no texto algum argumento que embasasse tamanha contradição e não encontrei. O problema é gerado por um sistema econômico e social que impede que grande parcela da população brasileira, os estudantes negros, chegue à universidade pública exatamente por serem negros. Portanto, se o estudante negro é, desde o ensino fundamental, um cidadão "anormal", como argumentar que os estudantes "normais" serão prejudicados pela adoção de cotas se eles são "normais" exatamente pelo fato de não serem negros?"
Daniel Louzada (Brasília, DF)


Educação do medo
"Tortura é crime inafiançável para o cidadão comum, mas para professoras do ensino público parece tudo muito mais suave. Sou estudante de direito e fico estarrecido com a violência que maus professores praticam.
A notícia de que uma professora e uma diretora de escola em Marília (SP) foram afastadas por um promotor me enche de esperança e dúvida. Esperança na Justiça e dúvida sobre quantas crianças já teriam sido torturadas por elas."
Anderson Riviera da Cruz (São Paulo, SP)


Ciência no teatro
"Como produtora da peça DNA - Nossa Comédia, escrita por Thiago Santiago e Leila Macedo Oda, dirigida por Bibi Ferreira, quero afirmar que tenho absoluto respeito pelo tema, e o brilho da leitura da peça no teatro Casa da Gávea, dia 4 deste mês, não mereceu da free-lancer que escreveu o texto publicado no dia 6 ("DNA vira personagem de comédia", Ciência, pág. A20) a boa vontade que seria de se esperar, pois ela não teve o menor interesse em informar-se após a apresentação do trabalho se aquilo que ela acusa como "deslize de conteúdo", estaria realmente no texto apresentado ou seria um "caco" do ator. Isso é típico do espírito negativista com que nos confrontamos dia-a-dia, incapaz de aplaudir pura e simplesmente o que é bom."
Ittala Nandi (Rio de Janeiro, RJ)

Resposta da jornalista Luisa Massarani - Uma peça de teatro que se propõe a fazer divulgação científica, contando para isso com verbas públicas do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), não deveria apresentar nem numa simples leitura pública incorreções como as apontadas na reportagem (ácido acetilsalicílico como vitamina C e correlação entre malária e vírus), pois é indiferente para a informação do público de cerca de 90 pessoas se se tratou de improviso imprudente de ator ("caco') ou de deslize do texto teatral.

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