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São Paulo, quarta-feira, 12 de novembro de 2003

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PAINEL DO LEITOR


Crime em São Paulo
"O que mais revolta nesse caso do casal de namorados morto em São Paulo é que esse crime, com certeza, não será o último cometido pelo menor. Afinal, ele só tem 16 anos e agora, ingressando na Febem, tem uma longa carreira pela frente, pois vai trocar experiências com os "coleguinhas" e envolver-se na rotina de fugas e capturas."
Nestor Rodrigues Pereira Filho (São Paulo, SP)

Consenso de Washington
"Luiz Carlos Bresser Pereira tem razão quando chama o segundo Consenso de Washington de uma "infeliz proposta vinda do norte". Infeliz principalmente para países como o Brasil. Mas os leitores desta Folha devem se lembrar de que Bresser era ministro de Estado justamente do governo que colocou em prática esse consenso, aliás lembrança já feita pelo professor Octávio Ianni na última reunião da Anpocs (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais). Se "nossas elites não tiveram o discernimento nem a coragem necessários para enfrentar Washington", então o texto do professor Bresser pode ser tomado como uma autocrítica, ou melhor, como uma forma de se redimir perante sua própria falta de coragem. Afinal, ministro de Estado não é "elite'?"
Leonardo Campoy (Curitiba, PR)

Governo
"É preocupante a saída de Oded Grajew do estafe governamental. Tomara que essa decisão não tenha como motivo a desesperança numa proposta em que a maioria da população votante acreditou. Homens da qualidade de Grajew são importantes pelo que simbolizam para um país preocupado em sanar as suas chagas sociais. Há que se dar mais tempo e mais voz a pessoas sensíveis como ele. Isso é mais importante do que abrir rodas de discussão com amigos que, entre um churrasco e outro, não têm muito o que oferecer."
Eduardo Olimpio (São Paulo, SP)

África
"Gostaria de esclarecer que a entrevista por mim concedida a este jornal e que integrou a reportagem "Movimentos negros reagem à gafe de Lula" (Brasil, pág. A5, 8/11) sofreu cortes. Dessa forma, foi publicado que "a frase não é preconceituosa", desconsiderando o contexto geral da minha resposta. Também aproveito este espaço para reiterar que nós, brasileiros, desconhecemos a África, um continente caracterizado por ser um verdadeiro mosaico de heterogeneidades histórico-culturais, com bolsões de desenvolvimento -segundo os paradigmas ocidentais-, uma das heranças do colonialismo de fins do século 19."
Leila Leite Hernandez, professora de história da África contemporânea da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (São Paulo, SP)

Fórum fascista
"Convidado pela Juventude do PT a participar de um debate sobre a questão palestina no Fórum Social de Belo Horizonte, aceitei prazerosamente a democrática proposta. De fato, o tema merece a discussão, o exame. A democracia existe na Terra para, em primeiro lugar, estimular o pensar, e depois, se for o caso, para protestar. Mas, por "decisão superior dos dirigentes do Fórum", isso não ocorreu. Só se ouviria a voz de um árabe extremista, ao qual os participantes deveriam prestar irrestrita e incondicional solidariedade. Ninguém poderia escutar o nosso discurso de apoio à busca da paz na Terra Santa com a criação do Estado palestino em coexistência pacífica com Israel. Prevaleceu o autoritarismo antidemocrático para a ampla difusão do anti-semitismo árabe-islamítico, próprio de quem pretende transplantar para o Brasil o clima de ódio, de rancor e de mortes que reina no Oriente Médio. Converter o protesto em um reflexo pavloviano, mais do que uma mera leviandade, é um vício de caráter e uma perversão de espírito tipicamente fascista. Respirou-se no fórum a atmosfera dos furores ideológicos antijudaicos de Hitler, de Mussolini e de Stálin, misturada ao que há de mais obscurantista, o fundamentalismo islamítico. Foi um perfeito encontro fascista vermelho, que em nada se diferencia do fascismo negro, a não ser pela cor das camisas de seus fanáticos adeptos."
Marx Golgher (Belo Horizonte, MG)

São Luís
"É público e notório o trabalho de recuperação e de preservação do belíssimo centro histórico de São Luís. A própria Folha e outros jornais e revistas, bem como a TV, têm mostrado isso para todo o Brasil, o que é atestado pelo grande número de visitantes que diariamente circulam pelas suas ruas, feiras, museus, bares, restaurantes e lojas de artesanato. Os últimos parágrafos da carta da "leitora" Claudia Matarazzo ("Painel do Leitor", 8/11) -ou de algum "xiita" escondido- mostram o seu claro objetivo político: atingir Roseana Sarney, a principal responsável pela monumental obra, que levou a Unesco a outorgar a São Luís o título de patrimônio da humanidade. Sarney governou o Maranhão há 37 anos, e Roseana deixou o governo há um ano. Logo a afirmação de que "pai e filha se sucediam há décadas" é mentirosa. As fotos porventura existentes em bares mostram apenas o carinho e o reconhecimento àquela que transformou a nossa bela cidade, criando parques e áreas de lazer, abrindo novas avenidas, construindo elevados e levando o saneamento básico para quase toda a população, além de revitalizar a cultura popular e as principais tradições culturais do Maranhão: o São João e o Carnaval. Não me consta que São Luís, além do título, tenha recebido dinheiro da ONU. Se dona Claudia aterrissou em uma noite quente, isso foi em Bagdá ou alhures, pois, na "ilha do amor", as noites são sempre acariciadas pela brisa marinha, e calor noturno, por aqui, só o humano, nas rodas de bumba-meu-boi e de tambor-de-crioula."
Eduardo Lago, empresário (São Luís, MA)

Demanda
"A notícia acerca do aumento da demanda interna em setembro passado -após 13 meses "encolhendo'- é de fato muito alvissareira. O trabalhador brasileiro, que voltou a fazer suas compras, está ganhando significativamente menos do que há um ano, mas, ainda assim, ousa consumir porque, com a queda dos juros, o valor da prestação voltou a caber em seu orçamento. Urge que nos próximos meses ocorra a diminuição do desemprego e a recuperação do poder aquisitivo dos salários. Caso contrário, a mesma oferta de crédito que está impulsionando o consumo neste final de ano passará a funcionar como freio assim que as parcelas dos financiamentos feitos forem vencendo. Espetáculo do crescimento já no primeiro semestre de 2004 ou espetáculo do corte de despesas no segundo semestre de 2004, eis a questão."
Jorge Alberto Nurkin (São Paulo, SP)

Tributos
"Parabenizo este jornal pelo artigo "Tributos versus informalidade", de Antônio Ermírio de Moraes (Opinião, pág. A2, 9/11). Um industrial do porte do autor tem muito clara a importância do investimento e o poder destrutivo da carga tributária sobre emprego, informalidade, investimento etc. O inusitado fica por conta da admissão do caráter da empregabilidade do setor terciário. Só os governantes não enxergam isso."
Antonio Carlos Borges, diretor-executivo da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)


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