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AUMENTO DO CRÉDITO
Apesar da forte queda do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, as perspectivas da
economia para 2006 são de melhora,
mas dentro do padrão contido e insatisfatório dos últimos anos.
No plano interno, um dos aspectos
que ainda deverá contribuir para o
aquecimento da economia é a expansão do crédito às pessoas físicas.
Instrumentos financeiros recentemente criados ou aperfeiçoados, como os descontos em folha de pagamento, as operações de microcrédito
e as alianças entre bancos privados e
grandes redes varejistas, já permitiram um significativo aumento das
operações. De acordo com o Banco
Central, o estoque de crédito nesse
setor cresceu cerca de 34% em 2005.
Além dessas inovações, o processo
de expansão dos cartões de crédito e
dos cartões de lojas aumentou as
possibilidades de captação de recursos. O número de cartões de crédito
quase quadruplicou: era de 14,3 milhões em 1995, chegou a 55,4 milhões em junho de 2005.
Outro aspecto importante é o alongamento das operações de empréstimo, em particular para os consumidores de baixa renda. Consagrou-se
a fórmula de apresentar ao público
não o preço do produto, mas o valor
da prestação a ser paga, fixada de
modo a despertar a sensação de que
os pagamentos parcelados cabem no
bolso "de qualquer um". Essas prestações embutem taxas de juros em
queda, mas num patamar muito alto. Segundo as estatísticas do Banco
Central, as taxas médias nas aquisições de bens, exceto automóveis,
passaram de 71,5% em dezembro de
2003 para 59,1% em outubro de
2005. A título de comparação, no
Chile, a taxa de juros média para empréstimos é de 13,8%.
É certo que esse processo de endividamento das pessoas físicas tem limites, mas ainda parece sobrar algum fôlego para 2006, sobretudo se
ocorrer um movimento persistente
de queda da taxa de juros básica nos
próximos meses. Ainda há uma parcela da população a ser atraída por
essas novas modalidades de empréstimos, e o aumento do salário mínimo e da massa salarial, com a relativa
melhora da atividade econômica, devem favorecer o consumo.
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