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ACOMODAÇÃO INDUSTRIAL
A produção da indústria caiu
0,4% em novembro na comparação com outubro de 2004, segundo
o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). O resultado negativo sugere antes um quadro de acomodação do ritmo industrial, após
um período de crescimento, do que
uma nova fase de retração generalizada. Entre janeiro e novembro, o setor teve expansão de 8,3%, liderada
por bens de consumo duráveis
(22,3%) e bens de capital (20,4%).
O comportamento dos segmentos
de bens de capital (máquinas e equipamentos) para fins industriais e de
bens semi e não-duráveis (alimentos
industrializados, bebidas, vestuário e
calçados) parece indicar uma mudança positiva na dinâmica industrial. A expansão dos produtos semi
e não-duráveis respondeu à ligeira
recuperação do mercado de trabalho
e da renda do trabalhador e poderá
impulsionar a produção voltada para
o mercado interno.
Por sua vez, o crescimento de 14,1%
na produção de máquinas e equipamentos industriais indica a retomada de grandes projetos de investimento. A produção sob encomenda
desses bens, por exemplo, cresceu
pelo quarto mês consecutivo.
A perspectiva de um papel mais importante a ser exercido pelo mercado
interno no dinamismo industrial foi
corroborada por pesquisa da Confederação Nacional da Indústria. Segundo a CNI, a reação do emprego e
da renda dos trabalhadores pode
possibilitar a formação de um ciclo
virtuoso, incentivando a produção e
a criação de postos de trabalho em
outros setores que não os voltados
para as exportações. A CNI projeta
para este ano expansão de 3,7% do
Produto Interno Bruto (PIB) e de
5,5% da produção industrial.
Há entretanto aspectos que podem
comprometer a dinâmica da economia, como a acentuada desvalorização do dólar e o movimento de elevação da taxa básica de juros. Um real
persistentemente valorizado em relação ao dólar acabará por afetar as exportações, enquanto os aumentos
dos juros desestimulam o consumo,
prejudicam novas decisões de investimento e tornam ainda mais onerosa a dívida pública.
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