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São Paulo, domingo, 13 de abril de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Campanha
"Diferentemente do que insinuou a reportagem "Eleição de 2006 gera atrito entre petistas" (Brasil, pág. A11, 6/4), quero reafirmar minha confiança no companheiro Hélio Bicudo, vice-prefeito de São Paulo. Além do apreço pessoal, o doutor Hélio tem me substituído no cargo -com a lealdade e o descortino de sempre- mesmo nas vezes em que não havia imposição legal para tanto."
Marta Suplicy, prefeita de São Paulo (São Paulo, SP)

Violência
"Como mestrando em sociologia na Universidade Federal de Goiás, fiquei envergonhado com a entrevista do cientista político Luiz Werneck Vianna, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais ("Lula evitou trilha de Chávez, diz analista", Brasil, pág. A7, 6/4). Ainda estou em dúvida se as declarações desse pseudocientista sobre a violência do narcotráfico são um caso de oligofrenia ou de esquizofrenia. Se elas não configurarem um caso clínico, então são cinismo bruto. Só uma pessoa monstruosamente cínica pode achar que o fato de o crime organizado matar juízes é uma forma de fortalecer o Judiciário. Mas, para a salvação moral do senhor Werneck Vianna, há que se pensar numa terceira hipótese: talvez ele viva como um autista, desligado do mundo exterior. Só isso explicaria a sua declaração de que a violência praticada pelo crime organizado é um "problema circunscrito"."
José Maria e Silva (Goiânia, GO)


"Violência é preocupação para qualquer cidadão, dentro ou fora de casa, do centro ou da periferia das cidades, de dia e de noite. Mas por que falar disso agora? Porque sou professora na escola de educação infantil em Campinas (SP) onde um assaltante matou uma mãe de aluno no estacionamento da escola na terça-feira. Espera-se da comunidade escolar atingida um desespero em relação à segurança ou à falta dela. Entretanto faz-se necessária e urgente uma reflexão mais ampla. O que de fato causou o acidente? Não se pode culpar simplesmente a ausência de um patrulhamento ou as drogas. O que acontece, paradoxalmente mais longe e mais perto do que se imagina, é a grande falha da instituição escolar, que, há anos, não consegue abranger uma camada da sociedade e deixa-a à margem. E, uma vez que não se tem acesso à educação e a outros direitos vitais, não há sentido na vida, pode-se arriscar tudo, pois já não há nada a perder. Como o atual governo se comprometeu com o "social", só me resta aguardar um bom posicionamento perante o acontecimento. Não quero que esse fato tenha o mesmo fim -sem solução- do caso do nosso prefeito Toninho. Campinas tem um enorme problema com violência, mas essa falha na instituição escolar, que não consegue atingir toda a população, é uma questão brasileira que merece mais atenção. Só alguém totalmente desvinculado da sociedade consegue cometer a atrocidade de matar a mãe de uma criança de quatro anos."
Bruna E. Ludwig, professora de educação infantil e estudante de pedagogia na Unicamp (Campinas, SP)

Guerra
"É ridícula a proposta de tentar atribuir à ONU algum papel relevante na reconstrução do Iraque depois da brutal carnificina levada a efeito pelos EUA e pela Inglaterra. É evidente que se trata de uma tentativa de legalização a posteriori dos crimes de guerra deliberadamente perpetrados contra a vontade daquela organização. Sendo assim, melhor seria se alguém propusesse a autodissolução de um organismo tão inócuo, reconhecendo a sua comprovada impotência diante do truculento imperialismo das superpotências. Quem sabe assim poderia surgir uma nova organização verdadeiramente capaz de promover a solidariedade e a paz entre as nações nos moldes concebidos por Kant."
Martônio Ribeiro (Ribeirão Preto, SP)


"O governador de Nova York, George Pataki, com a sua idéia de levar o bronze da estátua de Saddam para ser utilizado na construção que ocupará o local do World Trade Center ("Apoio às tropas reúne 25 mil em NY", Mundo, pág. A21, 11/4), revela uma nova faceta da cultura norte-americana, algo de ancestral, que remete às tribos de canibais e a seus rituais antropofágicos."
Olavo E. de Souza Aranha (São Paulo, SP)

Congo
"Pouca atenção se tem dado à atual da guerra civil no antigo Zaire -atual República Democrática do Congo. Conforme a Folha publicou em pequena nota de pé de página ("ONU recolhe indícios de massacre", Mundo, pág. A18, 9/4), esta é a maior matança desde a Segunda Guerra Mundial, segundo o Comitê Internacional de Resgate da ONU. São 3,3 milhões de mortos em cinco anos de conflito. Mulheres, crianças e idosos, segundo integrantes de uma das tribos. São dados alarmantes, que devem ser considerados pelos países desenvolvidos. Estratégias militares devem ser efetuadas e enviadas para a região no sentido de proteger essas vidas inocentes, que estão sendo ceifadas de forma atroz."
Marcelo Monteiro de Barros (São José dos Campos, SP)

Oito anos
"Não aguento mais a choradeira dos políticos derrotados do PSDB quanto ao desempenho do governo Lula até agora. Só após um prazo "de carência" de oito anos (a duração do governo do FHC) é que os tucanos poderão abrir o bico para criticar. Antes não."
Claudio Carlos Valadão (Belo Horizonte, MG)

Servidores
"A insensibilidade do ministro Mantega, ao se mostrar satisfeito com o "aumento" de 1% dado ao funcionalismo público federal, vem contra todas as promessas e a indignação do presidente Lula durante a campanha. Teria sido melhor que Sua Excelência, o presidente, diante do aumento de 56% que o Legislativo se autoconcedeu -assim como muitos outros do "andar de cima'-, tivesse se desculpado pessoalmente com os servidores e nada concedido. Um por cento é um acinte à classe de funcionários públicos federais do Executivo."
Francisco Guimarães (Abadia de Goiás, GO)



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