São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 2006

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Suzane
"Os textos de ontem "Supermax para Suzane" (Brasil, pág. A7), de Elio Gaspari, e "A criminosa que não chorava", de Luís Nassif (Dinheiro, pág. B4), mesmo antagônicos, são excelentes se lidos isoladamente e geniais se comparados. O primeiro autor, no alto de sua indignação com o caso Suzane von Richthofen, congratula os jornalistas que flagraram a tramóia entre cliente e advogados e sugere prisão das mais rigorosas para ela. O segundo, no alto de sua compaixão, diz que a televisão errou ao ferir o direito individual que é a relação cliente-advogado e que nosso país ainda é incapaz de fazer justiça sem querer vingança. Parabéns aos respectivos autores pela clareza de opinião e à Folha por tê-los como colaboradores."
Jean Carlos de Siqueira Colmeal Gil (Mogi das Cruzes, SP)

 

"No artigo "Supermax para Suzane", Elio Gaspari argumenta que "uma temporada numa Supermax poderia levá-los [Suzane e os irmãos Cravinhos] a contar a verdade a respeito do assassinato do casal Manfred e Marísia von Richthofen". Imagino que o objetivo das prisões Supermax não seja a obtenção de confissões. Mas se Gaspari as entende como um "fator de dissuasão para os delinqüentes" pois "quem entra numa Supermax tem um só objetivo na vida: sair de lá", dá a entender que se extrairia a verdade dos réus colocando-os em condições que ele deve considerar insuportáveis. Isso de um jornalista reconhecido, entre outros méritos, por sua pesquisa sobre a tortura no Brasil. Minha conclusão é que um crime abominável como esse nos atinge de tal forma que nos arriscamos a perder momentaneamente os princípios éticos."
José Antonio Amaral (São Paulo, SP)

 

"Não tenho qualquer desejo de vingança contra Suzane. Por ela eu verteria algumas lágrimas, por pena. O que pretende Luís Nassif ("A criminosa que não chorava", Dinheiro, pág. B4, 12/4) é que nos culpemos pela "frieza" de Suzane. Tenho certeza que ninguém acredita que o assassinato foi planejado aos prantos. A porta não foi aberta aos prantos etc. Parafraseando Elio Gaspari, entendo que o futuro de Suzane se uniu ao de seus pais quando foram assassinados. Não ter futuro é resultado lógico para quem ceifa o futuro dos outros. Suzane colhe o que plantou. Só isso."
Leonardo Peixoto Barboza dos Santos (São Paulo, SP)

Denúncia
"A reportagem da Folha de ontem informa que o Ministro do STF Joaquim Barbosa disse que o processo judicial dos 40 denunciados pelo procurador-geral da República só terá uma solução no ano que vem. Eles são suspeitos de terem montado uma quadrilha para manter o PT no poder Desculpe-me, sr.ministro, mas o senhor tem a obrigação de dar uma solução ao caso antes da eleição de 2006, porque a população pode se deixar levar por ações de marketing e eleitoreiras. A população brasileira não pode ser enganada mais uma vez e colocar uma quadrilha no poder, como atesta o relatório do Ministério Público Federal. O STF tem de parar tudo e fazer um julgamento em tempo recorde, pois esse processo envolve todos os brasileiros."
Marcelo Drumond Filho (Belo Horizonte, MG)

 

"A denúncia do Ministério Público Federal apontando a quadrilha infiltrada no governo é um sopro ar puro dentro da triste realidade que vivemos na vida pública brasileira. Auguramos que tal fato seja o início entre nós de uma "Operação Mãos Limpas" para varrer da vida pública aqueles que a contaminam."
José de Anchieta Nobre de Almeida (Rio de Janeiro, RJ)

Corrupção
"Clóvis Rossi poderia ser mais rigoroso ao afirmar, em sua coluna de terça, que "em 1998, a percepção de corrupção no governo FHC era bem similar [à do governo Lula hoje]". Admito que algo assim possa aparecer em levantamentos com perguntas do tipo "existe corrupção no governo?" O próprio Rossi já se penitenciou, em alguma medida, pela contribuição que possa ter dado para esse equívoco, quando engrossou por um tempo, com grande parte da imprensa, a campanha difamatória contra Eduardo Jorge, por exemplo. O que os detratores, hoje com todos os instrumentos do governo, foram capazes de provar contra FHC? Que denúncias ao menos formalizaram? Eu agradeceria se Rossi consentisse em responder a uma pesquisa qualitativa: a percepção pessoal dele de corrupção nos dois governos também é similar?"
Eduardo Graeff, secretário-geral da Presidência da República no governo Fernando Henrique Cardoso (São Paulo, SP)

Febem e ONGs
"Contestando a opinião da senhora secretária-executiva da Comissão Teotônio Vilela, Gorete Marques, e ainda criticando as opiniões de Beatriz Affonso, do Cejil, e de José Fernando da Silva, presidente do Conanda, na reportagem "Febem vincula rebelião à ação de ONGs" (Cotidiano, pág. C1, 7/4), demonstramos nosso repúdio a essas associações que defendem menores delinquentes baseadas nos direitos humanos e no Estatuto da Criança e do Adolescente. Seria interessante esses "moralistas" entenderem que o "direito à vida" é daqueles que vivem honestamente à custa de um trabalho, estudo etc. O que a polícia tem feito é muito pouco. Deveríamos ter uma rigidez maior ainda com os presidiários, para que tivessem medo de agir. Seria muito mais interessante colocar bolas de aço presas às pernas dos delinqüentes fazendo com que eles ficassem expostos ao sol o dia todo recapeando estradas (o que hoje, em rodovias federais, é feito por soldados). Desta forma, com certeza eles teriam medo de cometer algum crime, e poderiam pensar que qualquer trabalho é muito mais humano do que tentativas de se "humanizar os direitos criminais"."
André Luís de Mattos Garcia, professor de Direito Tributário e de Direito Processual Civil (São José do Rio Preto, SP)

Polícia e luta
"Em relação à reportagem "Polícia anti-seqüestro faz segurança de luta" (Cotidiano, pág. C1, 8/4), a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública esclarece os seguintes pontos: 1) É incorreta a informação de que um assessor do secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, teria negociado com Oscar Maroni o policiamento para evento esportivo no ginásio do Ibirapuera em 6/4 em troca da criação de "escolinhas de artes de combates'; o policiamento de eventos públicos é realizado pela PM, conforme a resolução 122, de 1985, não carecendo de negociação com o gabinete do secretário; 2) o senhor Maroni foi, sim, recebido em 23/1/06 pelo coordenador dos Conseg, Sanenari Oshiro. Não tratou de policiamento, mas de um pedido de audiência com o secretário -recusado; 3) o 2º BPM Choque recebeu da organização do evento, em 30/3, pedido de policiamento, que foi atendido com o destacamento de 14 policiais do choque; 4) informações incorretas poderiam ter sido evitadas se a repórter Laura Capriglione nos tivesse consultado."
Enio Lucciola, coordenador de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (São Paulo, SP)

Resposta da jornalista Laura Capriglione - O empresário Oscar Maroni, organizador do 4º Showfight, informou que se encontrou com o coordenador dos Conseg, Sanenari Oshiro, subordinado direto ao secretário Saulo de Castro Abreu Filho, para tratar do policiamento do ginásio do Ibirapuera "em troca da criação de escolinhas de artes de combates".


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