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ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES
A comovente visita
APESAR DE TER chegado aos
79 anos, nunca havia sequer
chegado perto de um papa,
embora, durante toda minha vida,
nutri uma enorme veneração por
papas que atingiram com profundidade os recantos da minha alma,
como foram os casos de João 23 e,
especialmente, de João Paulo 2º.
Deus me reservou o privilégio de,
junto com minha esposa, Maria
Regina, desfrutar do aconchego, do
carinho, da simplicidade e da humildade de Bento 16. Esse foi, sem
dúvida, o momento mais emocionante da minha vida: tocar nas
mãos do santo padre para sentir o
calor do seu afeto.
Joseph Ratzinger impressionou-me pela sua indiscutível bondade.
É um homem modesto, afável,
amoroso, culto e inteiramente dedicado à propagação dos valores
morais, que, aliás, fazem tanta falta
no mundo de hoje. Nestes tempos
tão difíceis, Deus soube escolher
bem -e nem poderia ser diferente- um seguidor de Pedro, que é
plasmado para ajudar um rebanho
conturbado e que precisa encontrar a luz nos caminhos da ética.
A firmeza com que o papa Bento
16 trata a questão dos valores chega
a chocar o mundo. Mas a sinceridade com que prega os ensinamentos
de Deus o distingue como um pastor que sabe diferenciar muito bem
o que alimenta e o que envenena a
alma humana. Ele tem a firmeza da
qual a juventude se ressente. Bento
16 veio para transmitir lições que
foram abandonadas pelas famílias
que se desorganizaram; pelas escolas que se desorientaram; pelas instituições que se desmoralizaram.
Ele nos alerta para certos desvios
de condutas que se transformaram
em normas de comportamento.
Verdadeiros absurdos.
Foi essa mensagem que Bento 16
levou aos milhares de jovens que se
reuniram no estádio do Pacaembu.
Com a paciência de um santo e a
pedagogia do verdadeiro mestre, o
papa pregou sem exigir, ensinou
sem repreender e marcou sem interferir a todos os que ali estiveram. Com a delicadeza de um sábio
e o amor de um pai, sugeriu aos rapazes e moças que respeitem a si
mesmo para que possam ser respeitados.
Os jovens souberem ler as entrelinhas. Entenderam que a lição de
Bento 16 é para não banalizarem
seus corpos e muito menos suas almas. Compreenderam a sugestão
para valorizarem o que é a parte essencial da obra de Deus -suas vidas. E que só dessa maneira poderão construir famílias fortes.
É disso que todos precisam. De
uma juventude que seja sadia no
corpo e na alma, no respeito à natureza e na formação das futuras gerações. Essa é a grande chance para
chegar a um mundo melhor.
Obrigado, Bento 16, por ter dedicado aos nossos jovens tanta atenção. Que Deus nos ajude a concretizar os vossos pedidos.
ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES escreve aos domingos nesta coluna.
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