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PAINEL DO LEITOR
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Dossiê
"Não decorre de nenhuma afirmação minha o título do texto "Tarso quer pena leve para vazamento
por "descuido" (Brasil, pág. A7).
O título também não corresponde à correta reportagem firmada
pelos jornalistas Kennedy Alencar
e Fernanda Odilla.
Em nenhum momento afirmei
que quero esta ou aquela pena.
Apenas informei ao repórter que o
vazamento de informações, para
ser configurado como delito, precisa de dolo, ou seja, da vontade da
pessoa em vazar a informação
sigilosa."
TARSO GENRO, ministro da Justiça (Brasília, DF)
120 anos
"Ao ensejo dos 120 anos da Abolição (!), parabenizo a Folha pela
contribuição inestimável das reportagens de domingo em Dinheiro ("Negros têm só 3,5% dos cargos
de chefia') e no Mais! ("O preço de
um escravo') e pelo lúcido texto de
Gilberto Dimenstein (Cotidiano).
Enquanto não se resgatar essa dívida histórica com esse segmento
expressivo da população brasileira,
continuaremos a ser um país "manco", para o qual não haverá "grau de
investimento" que resolva."
JOSÉ R. A. DE SANT'ANNA, professor da Faculdade
de Direito da UFBA e segundo diretor-secretário
da Associação Nacional dos Advogados Afrodescendentes (Salvador, BA)
Dorothy
"Parabenizo Fernando de Barros
e Silva pelo artigo ("No país do Taradão", Opinião de ontem).
Está mais do que na hora de nossos togados superiores descerem ao
mundo real. Os crimes relacionados à posse da terra, principalmente no Norte esquecido do Brasil,
não são punidos pela Justiça.
Nós, que pagamos os salários do
togado superior senhor Gilmar
Mendes, exigimos que a sua indignação seja voltada a esse fato. Que o
Judiciário seja intolerante em relação a fatos como esse."
ALCIDES ARROYO FILHO
(São José do Rio Preto, SP)
"Ao condenar o julgamento que
absolveu o fazendeiro Bida como
mandante do assassinato de Dorothy Stang, Fernando de Barros e
Silva, que faz manifestações apreciáveis, desta vez extrapolou. Duvido que ele conheça o processo, as
provas e as contraprovas deste caso.
É importante reconhecer que o
primeiro julgamento aconteceu na
fervura dos acontecimentos, logo
após o assassinato. O Brasil tinha
que condenar alguém para dar uma
satisfação à sociedade, à igreja e aos
EUA. Este novo julgamento está fora daquele clima.
Fatos novos e apurados podem
ser analisados, e por aí se pode corrigir alguma injustiça. Recusar ao
réu esta oportunidade poderia incorrer em erro lamentável. Não é
melhor uma absolvição discutível
do que um erro fatal e irrecorrível?"
JOÃO GILBERTO RODRIGUES DA CUNHA, membro da
Academia de Letras do Triângulo Mineiro
(Uberaba, MG)
Ponte
"Em meio ao caos do trânsito na
cidade, infelizmente a Folha preferiu assumir uma postura acrítica e
caiu na festa da inauguração da
ponte estaiada.
No dia da inauguração, houve
manifestações de cicloativistas e de
moradores que estão sendo expulsos da região por causa de uma política de higienização social. Por que
o jornal assumiu essa posição? Apenas por conta da homenagem ao
seu fundador?
A cidade não precisa de incentivos ao transporte individualista."
VITOR CHEREGATI (São Paulo, SP)
Próteses
"Em relação ao texto "1 milhão de
deficientes no Brasil esperam por
próteses" (Cotidiano, 11/5), saliento a indiferença do governo de São
Paulo, que afirma não haver fila de
espera, apesar das indicações em
contrário.
Outro fato relevante é o alto preço dos produtos para deficientes, já
que o governo não os isenta de impostos. Há muitas opções de produtos, nacionais e importados, para
pessoas com deficiência. Mas eles
são inacessíveis à maioria da população devido aos altos preços. E os
preços são elevados devido aos altos impostos. O lema dos governos
-municipal, estadual ou federal-
parece ser: "Ajudem, mas não com o
meu chapéu"."
MÔNICA ABATE GUGLIELMI (São Paulo, SP)
Aids
"Em relação à carta de Luiz Alberto Volpe, ontem nesta seção, esclareço que a inclusão de medicamentos no coquetel distribuído aos
portadores do HIV só acontece
após análise do chamado consenso
terapêutico, que reúne especialistas no tratamento da Aids. São analisados, entre inúmeros aspectos,
segurança e toxicidade do medicamento, com base em dados científicos. O medicamento Darunavir foi
incorporado ao coquetel em janeiro
de 2008; o Kaletra, em 2003."
SANDRA CARVALHO, assessora de imprensa do Ministério da Saúde (Brasília, DF)
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