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O PROVÃO E OS 101 DO MEC
O MEC (Ministério da Educação)
acaba de publicar a lista de cursos de
graduação ameaçados de extinção
caso não melhorem o desempenho
que apresentaram nos últimos anos.
São ao todo 101 cursos, de instituições públicas e privadas -53 de direito, 38 de administração e 10 de engenharia civil. Tais cursos obtiveram
conceitos D ou E em três anos de
aplicação do provão (96, 97 e 98) ou
apresentaram condições insuficientes (CI) em pelo menos dois dos três
itens (qualificação de docentes, projeto pedagógico e instalações físicas)
verificados por comissões da Secretaria de Educação Superior.
Cada um deles será objeto de nova
inspeção por especialistas do MEC,
ao término da qual o Conselho Nacional de Educação (CNE) decidirá se
devem continuar existindo ou se terão seu reconhecimento revogado
pelo governo. O CNE poderá, em alguns casos, fazer exigências à faculdade e fixar prazo para seu cumprimento antes de tomar a decisão final.
É bom que a consequência desse
longo e complexo processo de avaliação seja de fato a extinção de fábricas
de diplomas que proliferaram durante décadas com a conivência de sucessivos governos. Dos 101 cursos reprovados pelo MEC, 82 são de instituições particulares; os demais pertencem a universidades federais de
regiões mais pobres do país.
O provão, além de estabelecer critérios mínimos de qualidade e de mapear as principais deficiências do ensino superior, começa a mostrar de
maneira concreta e incisiva que é
também um instrumento eficaz para
aprimorá-lo. A simples publicação
da lista do MEC já deverá ter efeito
inibidor sobre cursos que começaram a ser avaliados de 97 em diante.
É provável que também provoque
novas resistências contra o provão
ou que leve algumas escolas a procurar fraudá-lo, como aconteceu recentemente. A despeito desses problemas, para os quais o MEC deve ter
atenção redobrada, com a lista dos
101 o governo acaba de dar um importante passo para consolidar no
país o compromisso com o controle
sistemático dos cursos superiores.
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