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MILIONÁRIOS
Milionários exercem um
grande fascínio sobre muita
gente em muitos países do mundo.
Se, além de ricos, forem famosos,
transformam-se em "celebrities" e
objeto de consumo, frequentando a
mídia especializada em vender os encantos da existência abastada. Isso
talvez explique um pouco o destaque
dado pelos jornais e pela TV à notícia
de que o clube dos milionários ganhou novos 200 mil sócios no ano
passado em todo o planeta. Passou a
reunir 7,3 milhões de pessoas.
A pesquisa, realizada pelo banco
Merrill Lynch e pela consultoria Cap
Gemini Ernst & Young, rastreia indivíduos que possuem mais de US$ 1
milhão. Os investimentos dessa elite
internacional cresceram 3,6%, atingindo US$ 27,2 trilhões, quase três
vezes o PIB norte-americano.
Na América Latina, embora tenha
caído o número de abastados, constatou-se que os ricos ficaram ainda
mais ricos. No Brasil, 15 mil pessoas
abandonaram o clube, que de 90 mil
passou a 75 mil sócios.
Milionários também podem desfrutar de prestígio pela benemerência ou serem alvos de preconceitos,
tidos como vilões ou parasitas. Todos esses clichês contribuem para
turvar a visão de que a prosperidade é
um valor a ser incentivado quando
conquistada com trabalho e inserida
no contexto do desenvolvimento humano e social.
Essas ambiguidades com que se
observam os mais ricos são naturais
num mundo ainda às voltas com
problemas elementares de sobrevivência e marcado por assimetrias e
desigualdades. Basta citar uma outra
pesquisa recente, realizada pela Organização Internacional do Trabalho, organismo vinculado à ONU:
metade da população mundial vive
com até US$ 2 por dia. Não é, nem de
longe, para abrir champanhe.
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