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São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 2003

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MILIONÁRIOS

Milionários exercem um grande fascínio sobre muita gente em muitos países do mundo. Se, além de ricos, forem famosos, transformam-se em "celebrities" e objeto de consumo, frequentando a mídia especializada em vender os encantos da existência abastada. Isso talvez explique um pouco o destaque dado pelos jornais e pela TV à notícia de que o clube dos milionários ganhou novos 200 mil sócios no ano passado em todo o planeta. Passou a reunir 7,3 milhões de pessoas.
A pesquisa, realizada pelo banco Merrill Lynch e pela consultoria Cap Gemini Ernst & Young, rastreia indivíduos que possuem mais de US$ 1 milhão. Os investimentos dessa elite internacional cresceram 3,6%, atingindo US$ 27,2 trilhões, quase três vezes o PIB norte-americano.
Na América Latina, embora tenha caído o número de abastados, constatou-se que os ricos ficaram ainda mais ricos. No Brasil, 15 mil pessoas abandonaram o clube, que de 90 mil passou a 75 mil sócios.
Milionários também podem desfrutar de prestígio pela benemerência ou serem alvos de preconceitos, tidos como vilões ou parasitas. Todos esses clichês contribuem para turvar a visão de que a prosperidade é um valor a ser incentivado quando conquistada com trabalho e inserida no contexto do desenvolvimento humano e social.
Essas ambiguidades com que se observam os mais ricos são naturais num mundo ainda às voltas com problemas elementares de sobrevivência e marcado por assimetrias e desigualdades. Basta citar uma outra pesquisa recente, realizada pela Organização Internacional do Trabalho, organismo vinculado à ONU: metade da população mundial vive com até US$ 2 por dia. Não é, nem de longe, para abrir champanhe.


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