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CLÓVIS ROSSI
De "bronca" em "bronca"
SÃO PAULO - O presidente do
Conselho de Ética do Senado, Sibá
Machado (não por acaso do PT), age
como advogado de defesa de Renan
Calheiros em vez de comportar-se
como manda a ética mais elementar, ou seja, como condutor de uma
investigação para apurar desvio de
conduta do presidente do Senado.
Dispensa depoimentos que poderiam, eventualmente, criar embaraços para o investigado, mas certamente aceitará tudo o que vier dele
como prova cabal e definitiva de
inocência.
Se esse é o comportamento do
presidente do Conselho de Ética,
não é difícil deduzir que nota o Senado tiraria se houvesse algum concurso de ética pública.
Já o presidente da República parece ser a única pessoa no pobre
país tropical que não sabia das
"broncas" que envolvem seu irmão
Vavá, Genival Inácio da Silva. Uso
"bronca" para reproduzir expressão de outro Inácio da Silva, o "frei"
Chico, a respeito de Vavá.
Como Sibá Machado em relação a
Renan Calheiros, Lula passou atestado prévio de boa conduta ao irmão ao dizer que não acredita no
envolvimento de Vavá, conforme
declarações feitas quando ainda estava na Índia e quando não haviam
surgido gravações feitas pela Polícia Federal que não deixam margem a dúvidas sobre o tipo de
"broncas" em que o irmão do presidente está envolvido.
Se "frei" Chico sabia, de duas,
uma: ou a família Inácio da Silva é
tremendamente desunida, a ponto
de um irmão não contar ao outro as
"broncas" de um terceiro irmão,
apesar de estas trazerem prejuízo
para o governo presidido pelo primeiro irmão, ou contou e o irmão-presidente simplesmente não deu
bola. Ou limitou-se a dar uma
"bronca", aí com outro sentido, o
que não é papel de presidente.
E assim a República vai vivendo,
de "bronca" em "bronca". Punição
que é bom, nadica de nada.
crossi@uol.com.br
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