São Paulo, domingo, 13 de julho de 2008

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Editoriais

Olho no investimento

A PERCEPÇÃO de que a economia brasileira se encontra em moderada desaceleração se amplia. Na quinta, foi a vez de a Confederação Nacional da Indústria (CNI) rever para baixo a sua expectativa de crescimento do PIB em 2008, que passou de 5% para 4,7%.
Os indicadores de atividade econômica que sinalizam queda da velocidade de crescimento no segundo trimestre ainda não são abundantes, mas parecem corroborar a avaliação da CNI.
Destacam-se os resultados de duas pesquisas mensais do IBGE. A do comércio varejista apurou crescimento bem mais moderado das vendas em abril; e o levantamento da produção industrial apontou recuo de 0,5% de abril para maio.
Os fatores que contribuem para a redução da velocidade do crescimento são vários. A desaceleração de importantes parceiros comerciais reduz a velocidade das vendas externas. A aceleração da inflação corrói o poder de compra dos consumidores. E o Banco Central também reage à escalada dos preços, aumentando os juros -o que indica que a expansão do crédito, que tem sido forte, poderá arrefecer.
Para debelar a inflação uma moderação do ímpeto da economia pode revelar-se funcional. Mas é importante evitar medidas que desestimulem o investimento empresarial, pois a continuidade da sua recuperação é crucial para a economia poder voltar a crescer com mais força, sem pressionar a inflação, logo mais à frente.


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