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Desonerar investimentos
O GOVERNO federal cogita
ampliar cautelosamente
medidas de redução de
tributos sobre aquisição de diversos tipos de máquinas e equipamentos e insumos da construção civil. A iniciativa daria seqüência a tímidas rodadas de desoneração iniciadas em 2004,
com o acréscimo de estímulos à
ampliação da oferta de financiamento habitacional e à instalação de fábricas de microprocessadores no país, no processo de
implantação da TV digital.
O que foi só a veiculação de
uma intenção já produziu um
atrito entre a Fazenda e o Desenvolvimento. O conflito reflete
tanto divergências de opinião e
falhas de coordenação como a
exasperante relutância do governo em abrir mão de receitas.
Mesmo que implique relevante perda de receitas, não resta
dúvida de que a redução da tributação incidente sobre o investimento é desejável. Haveria vários meios para compensar tais
perdas -notadamente o controle mais rigoroso dos gastos públicos correntes- sem colocar em
risco as metas fiscais.
Embora venham tendendo a se
recuperar, a um ritmo lento e irregular, desde 2004, os gastos de
investimento na economia brasileira ainda são baixos demais.
Os três anos já transcorridos do
governo Lula situam-se no quadriênio de menor participação
dos investimentos no PIB desde
que teve início o cálculo desse indicador, em 1947.
Um dos fatores que inibem o
investimento é o custo elevado
de máquinas e equipamentos e
da construção de instalações. Esse é um traço perverso da nossa
economia, que destoa completamente da tendência internacional. A redução dos impostos tem
um papel relevante a cumprir na
reversão da prolongada depressão do investimento, que constitui condição necessária para sustentar um ritmo mais forte de
crescimento da economia.
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