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São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 2003

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FERNANDO RODRIGUES

Meio milhão de petistas

BRASÍLIA - São eloquentes os dados publicados pela Folha, em reportagem de Rafael Cariello, sobre os filiados novos do PT. Foram 125.153 filiações em quatro meses. Há hoje 545,1 mil brasileiros oficialmente adeptos do credo petista.
Esse exército de mais de meio milhão de filiados é um sinal para os outros partidos. O PT não está a passeio no governo. Sérgio Motta e seus 20 anos de poder parecem brincadeira de criança perto do pragmatismo com que os petistas encaram a tarefa de reforçar a agremiação que criaram no início da década de 80.
Os números do crescimento petista são fortes. O partido elegeu 50 deputados em 1994. Pulou para 59 em 1998. No ano passado, subiu para 91 cadeiras e tem a maior bancada.
O PSDB governou o país por oito anos. Começou com 63 deputados na eleição de 1994, passou para 99 em 1998 e caiu para 71 no ano passado. Agora, a bancada tucana despencou para meras 52 cadeiras.
Resumo da ópera: enquanto o PT cresceu na adversidade, o PSDB só prosperou nos tempos de bonança. Os outros partidos têm relevância pequena ou nula. PMDB e PFL são apenas agrupamentos de políticos com interesses locais.
Tudo isso para dizer que a eleição do ano que vem é encarada pelo PT como sua entrada definitiva no establishment político brasileiro. Em 2000, fora do governo federal, os petistas não fizeram feio: conquistaram 14,13% dos votos para prefeito no país -ficando atrás apenas de PSDB, PMDB e PFL.
A estratégia petista é obter o maior número de votos e penetrar nas cidades de pequeno porte. Os grotões sempre estiveram blindados para políticos petistas. Com a filiação em massa de pessoas, a direção do PT acha que pode chegar a 1 milhão de militantes até outubro de 2004. Quer passar a rede pelo interior do país -sem pedir atestado ideológico a ninguém.



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