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FERNANDO RODRIGUES
Meio milhão de petistas
BRASÍLIA - São eloquentes os dados publicados pela Folha, em reportagem de Rafael Cariello, sobre os filiados novos do PT. Foram 125.153 filiações em quatro meses. Há hoje 545,1
mil brasileiros oficialmente adeptos
do credo petista.
Esse exército de mais de meio milhão de filiados é um sinal para os
outros partidos. O PT não está a passeio no governo. Sérgio Motta e seus
20 anos de poder parecem brincadeira de criança perto do pragmatismo
com que os petistas encaram a tarefa
de reforçar a agremiação que criaram no início da década de 80.
Os números do crescimento petista
são fortes. O partido elegeu 50 deputados em 1994. Pulou para 59 em
1998. No ano passado, subiu para 91
cadeiras e tem a maior bancada.
O PSDB governou o país por oito
anos. Começou com 63 deputados na
eleição de 1994, passou para 99 em
1998 e caiu para 71 no ano passado.
Agora, a bancada tucana despencou
para meras 52 cadeiras.
Resumo da ópera: enquanto o PT
cresceu na adversidade, o PSDB só
prosperou nos tempos de bonança.
Os outros partidos têm relevância pequena ou nula. PMDB e PFL são apenas agrupamentos de políticos com
interesses locais.
Tudo isso para dizer que a eleição
do ano que vem é encarada pelo PT
como sua entrada definitiva no establishment político brasileiro. Em
2000, fora do governo federal, os petistas não fizeram feio: conquistaram
14,13% dos votos para prefeito no
país -ficando atrás apenas de
PSDB, PMDB e PFL.
A estratégia petista é obter o maior
número de votos e penetrar nas cidades de pequeno porte. Os grotões sempre estiveram blindados para políticos petistas. Com a filiação em massa
de pessoas, a direção do PT acha que
pode chegar a 1 milhão de militantes
até outubro de 2004. Quer passar a
rede pelo interior do país -sem pedir atestado ideológico a ninguém.
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