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RUY CASTRO
Maiorais
RIO DE JANEIRO - Bom da cabeça, mas meio lerdo do pé, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional reconheceu o samba
carioca como "patrimônio cultural
imaterial do Brasil". Antes dele, o
frevo e o jongo já tinham merecido
essa homenagem, e o samba de roda
da Bahia, indicado pelo Iphan, foi
reconhecido pela Unesco como
"obra-prima do patrimônio oral e
imaterial da humanidade".
Um dos motivos para o tombamento do samba é o seu papel como
fator de identidade nacional: nenhum outro ritmo brasileiro foi
praticado em tal escala e por tanto
tempo -desde 1917, com o sucesso
do samba-maxixe "Pelo telefone".
Nesses 90 anos, o samba esteve por
cima, por baixo e, agora, começa a
ficar por cima de novo. O Brasil soa
melhor quando ele é a corrente
principal da sua música popular.
Estranha nesse reconhecimento
que tenham sido destacadas três de
suas formas: o partido alto, o samba-enredo e o de terreiro. As outras
27 não contam? Que fim levaram o
samba rasgado, o samba de Carnaval, o samba-choro, o samba-canção, o samba de breque, o samba-exaltação, o samba-boogie, o samba
de gafieira, a bossa nova, o sambalanço, o samba-jazz etc., apenas entre as variantes criadas no Rio?
Como se Sinhô, Ary Barroso,
Noel Rosa, Luiz Peixoto, Ismael Silva, Bide, Marçal, Custodio Mesquita, Wilson Batista, Ataulpho Alves,
Assis Valente, Alcyr Pires Vermelho, Synval Silva, Roberto Martins,
Bororó, Benedito Lacerda, J. Cascata, Vadico, Vicente Paiva, Pedro
Caetano, Walfrido Silva, Gadé, Herivelto Martins, Dorival Caymmi,
Antonio Almeida, Denis Brean, Janet de Almeida, Haroldo Barbosa,
Geraldo Pereira, Claudionor Cruz,
Antonio Maria, Luiz Reis, Billy
Blanco e Tom Jobim, para ficarmos
só com alguns compositores pré-1960, não fossem sambistas, e dos
maiorais.
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