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PAINEL DO LEITOR
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Nobel da Paz
"Tendo estudado a dissolução da
Iugoslávia e o recente trabalho da
ONU no processo de independência de Kosovo, em nada me surpreendeu a premiação do sr. Ahtisaari com o Prêmio Nobel. O que
me surpreendeu foi o enfoque dado
pelo caderno Mundo, que dilapidou o mérito do sr. Ahtisaari ao
destacar em tantas linhas as críticas ao invés de focar no brilhante
trabalho que ele realizou. À exceção
do lúcido artigo de Renato Couto
Gomes ("A arte da paz que dribla
pressões políticas", Mundo, 11/10),
a Folha infelizmente perdeu uma
boa oportunidade para reconhecer
o trabalho deste nobre finlandês.
Honestamente, comparar o número de vidas afetadas pelo trabalho do sr. Ahtisaari com os trabalhos realizados pela sra. Ingrid Betancourt ou o sr. Hu Jia borda o ridículo. Desde quando estar preso,
seja por guerrilhas no meio da mata
ou em uma cadeia estatal, é causa
suficiente para ganhar o Nobel da
Paz? O Nobel, em todas as suas categorias, reflete o mérito de um trabalho em afetar, para melhor, a humanidade. Nesse quesito, ninguém
merece os louros mais do que o sr.
Ahtisaari."
HENRIQUE GOUVÊA (Rio de Janeiro, RJ)
Saúde
"Parabéns à Folha pela iniciativa
sensata de abrigar numa seção as
reportagens sobre saúde. Há muito
venho observando as transformações do jornal e sempre para melhor. Gostaria que houvesse uma
ampla reportagem sobre saúde
ocupacional, pois faltam informações ao empregador sobre a atual
legislação a que eles estão sujeitos
(programas, direitos, multas pelo
não cumprimento etc.)."
BIBIANO RIBEIRO GONÇALVES JR. (Votuporanga,
SP)
Nudez
"O sr. Pedro Cardoso precisa cair
na real e admitir que é um trabalhador como outro qualquer, ou seja,
deve obedecer seu chefe e o que está
definido no roteiro cinematográfico, sob pena de desídia por não
cumprir o que foi previamente
acordado. Tem todo o direito de ser
manifestamente contrário à nudez,
mas, para isso, deve desocupar o poleiro cedendo a vaga a outrem."
LUIZ ANTONIO BERNARDES DA SILVA (São Carlos,
SP)
Luxemburgo e Kfouri
"Numa extensa carta ("Painel do
Leitor", 11/10), embora vazia de argumentos, o afamado e polêmico
técnico de futebol Vanderlei Luxemburgo ataca o jornalista Juca
Kfouri. Acusa-o de "abutre". Pois
bem: em minha opinião, a crônica
esportiva no país deveria ter mais
"abutres" da qualidade de Juca
Kfouri -jornalista que não se omite
na denúncia contra freqüentes falcatruas e cambalachos existentes
no futebol brasileiro."
CAIO NAVARRO DE TOLEDO (Campinas, SP)
"Parabéns à Folha por publicar
pela primeira vez carta que, em
poucas palavras, retrata o mau caráter e a péssima índole de seu "colunista" Juca Kfouri. De fato leviano -"atua de forma dissimulada,
através de frases dúbias'-, esse senhor denigre e compromete a imagem do maior jornal do país sempre
que escreve. Às pessoas das quais
discorda, ele reserva apenas seu
rancor sem medidas. Há muito
Kfouri deixou de ser jornalista para
se tornar uma "candinha" inconseqüente."
EDGARD SOARES (São Paulo, SP)
Crises
"De uma lucidez invejável, o artigo de Oded Grajew de 12/10 ("US$
700 bilhões contra a pobreza", "Tendências/Debates') reflete nossa
omissão diante do cenário mundial
em que vivemos. Também choca
por apontar nosso silêncio frente à
destruição que se acelera das reservas brasileiras e as desigualdades,
que fazemos de conta não nos dizer
respeito. Seremos, sim, como deixa
claro o autor em seu último parágrafo, cobrados por nossa incúria e
subserviência ao poder estabelecido. Sobretudo nós, dos meios de comunicação de massa, que fazemos o
jogo do sistema."
VANILDA SOUZA (Piracicaba, SP)
"Os "megainvespeculadores" do
cassino financeiro construíram um
castelo de cartas, inflacionaram os
preços, hipnotizaram milhares de
pessoas (não tão inocentes) com
promessas de ganhos significativos
e, sobretudo, vampirizaram a economia alheia, alimentando os próprios corpos com sangue sadio e
empanturrando seus cofres particulares com fartura digna de fazer
inveja ao Tio Patinhas.
Quando o castelo de cartas ruiu,
retiraram a escada da ilusão e deixaram a sociedade pendurada na
broxa, mas, insaciáveis, avançam
sobre os bancos de sangue da economia real, preservando intocáveis
seus suntuosos castelos. E, enquanto o mundo se convulsiona desesperado em busca de sangue para seu
corpo combalido, usam o esse mesmo sangue retirado para exercitar
seu hedonismo em "resorts" luxuosos, fazendo unhas, tratamentos faciais e massagens por conta do contribuinte, como registrou Clóvis
Rossi em seu artigo de 10/10 (Opinião). Será que ninguém ousa cobrar a conta dos jogadores? Vai-se
aguardar o surgimento de um "Movimento das Vítimas do Mercado",
disposto a cravar uma estaca no coração dos vampiros?"
JOSÉ MOLTENI FILHO (Curitiba, PR)
Coronel Ustra
"Por que no Brasil a anistia é confundida com impunidade? Por que
crime político é confundido com
tortura? As feridas provocadas pela
ditadura no Brasil ainda estão abertas. Esperamos que a condenação
de Ustra seja o primeiro curativo
que contribuirá para a cicatrização
dessas feridas. Esperamos que os
tribunais superiores assim também
entendam."
NEWTON FERNANDES BRITES (Jales, SP)
"Os reiterados processos contra o
coronel da reserva do Exército brasileiro Brilhante Ustra, todos iguais
e articulados em suas "causas de pedir" e sempre rechaçados pelo melhor direito, de há muito deixaram
de ser meros processos para se tornarem, ao seu modo, Justiça como
instrumento não do direito, mas
sim como ferramenta de coação,
um expressão tão nefasta quanto
aquilo ao qual seus titulares dizem
desejar evitar que novamente ocorra, ou seja, a tortura, que, neste caso
do militar da reserva, assim é, ainda
que psicológica.
Que a Justiça não se deixe usar
para vendetas de nenhum tipo, em
especial as de natureza ideológica!"
PAULO BOCCATO (São Carlos, SP)
América Latina
"As questões, principalmente as
econômicas, envolvendo o nosso
país e os seus vizinhos, em particular Bolívia, Venezuela e Equador,
sempre se tornam motivos para os
principais colunistas desta Folha
desancarem não somente o nosso
presidente como também os mandatários dos aludidos vizinhos.
Porém o texto da jornalista Eliane Cantanhêde (Opinião, 10/10)
em determinada altura não consegue conter a sua ira e o seu preconceito, ao se referir ao presidente
Evo Morales: "presidente indígena,
vindo da esquerda"."
RICARDO MELLO (Goiânia, GO)
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