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KENNETH MAXWELL
Palin e a Fox News
NA SEGUNDA-FEIRA , em Nova York, a rede de TV a cabo Fox News anunciou que Sarah Palin passaria a ser colaboradora regular de sua programação.
Palin declarou em comunicado que trabalhar com a Fox é uma "emoção" e que é "maravilhoso estar em
um lugar que tanto valoriza o jornalismo justo e imparcial".
Sarah Palin foi governadora do Alasca, e John McCain escolheu-a como companheira de chapa na
eleição presidencial de 2008.
McCain e Palin foram derrotados
por Barack Obama e Joe Biden. Na
metade do ano passado, ela renunciou inesperadamente ao governo
do Alasca e, em seguida, lançou
suas memórias, "Going Rogue". O
livro se tornou um best seller instantâneo. Agora, ela participará regularmente de diversos programas
da Fox News e será apresentadora
de uma série ocasional que terá o
título "Real American Stories". O
programa oferecerá relatos "inspiradores" sobre as dificuldades dos "cidadãos comuns".
A despeito da reação negativa de
muitos comentaristas da mídia, e
de ex-assessores de campanha de
John McCain, à mais recente decisão de Palin, a combinação entre
ela e a Fox News é formidável. A
Fox News, estabelecida em 1996,
tornou-se a principal fonte de receita para o conglomerado de mídia de Rupert Murdoch e deverá
ter lucro de US$ 700 milhões neste
ano, o que supera os lucros combinados das operações jornalísticas
de NBC, ABC, CBS e das redes de notícias a cabo CNN e MSNBC.
O sucesso espantoso da Fox
News é realização de Roger Ailes,
natural do Ohio e antigo estrategista político do Partido Republicano
que trabalhou com Richard Nixon.
Ailes agora é o executivo mais bem
pago do império de mídia de Murdoch. Ele aparentemente ameaçou
se demitir quando descobriu que
Murdoch estava a ponto de expressar apoio à candidatura de Barack
Obama durante a campanha presidencial. Murdoch recuou.
O ano passado viu a ascensão de
um movimento iracundo e incoerente de oposição às elites nos
EUA. Batizado em referência aos
manifestantes de Boston que, antes da revolução americana, lançaram ao mar uma carga de chá vinda
da Índia para não pagar impostos à
coroa inglesa, os ativistas de base
do movimento "Tea Party" são um
eleitorado natural para Palin. E a
ingenuidade aparente da ex-governadora só reforça seus encantos.
Diante de um desemprego que
continua alto e do desdém generalizado pelos políticos, agora dotado
de uma voz na mídia, está ressurgindo um velho fenômeno que Richard Hoftstadter, historiador da
Universidade Colúmbia já morto,
descreveu como "o estilo paranoico de política norte-americana".
Esse movimento conservador reanimado não deve ser subestimado.
KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras
nesta coluna.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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