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São Paulo, sexta-feira, 14 de fevereiro de 2003

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COMMODITIES EM ALTA

Os investidores internacionais parecem convencidos de que os Estados Unidos estão na iminência de iniciar uma guerra contra o Iraque. A ameaça de guerra deteriora as expectativas de investimento das corporações e abala a confiança dos consumidores.
Simultaneamente, os movimentos nos mercados financeiros geram oscilações entre as principais moedas internacionais, derrubam os preços das ações nas principais Bolsas de Valores do planeta e inflam as cotações de algumas commodities (petróleo, produtos agrícolas e metais). O movimento de fuga para os metais (platina e ouro) reflete uma nítida elevação da incerteza na economia mundial e, por conseguinte, uma busca por ativos que representem reserva de valor para a riqueza financeira dos agentes globais.
No caso do petróleo, há uma conjunção de fatores que desencadeiam pressões sobre os preços. Além da ameaça de guerra no golfo Pérsico, responsável por 25% da produção mundial de petróleo, há distúrbios políticos na Nigéria, dificuldades para a retomada da produção na Venezuela, maior demanda para calefação nos países importadores do hemisfério Norte e estoques nos Estados Unidos abaixo do nível operacional considerado seguro de 270 milhões de barris. A despeito do aumento da produção na Arábia Saudita, os preços subiram 33% nos últimos três meses. O barril de petróleo ultrapassou os US$ 36 em Nova York e os US$ 33 em Londres.
Na perspectiva das contas externas brasileiras, a elevação nos preços do petróleo e o aumento na aversão ao risco dos investidores estrangeiros podem anular uma possível melhora nas receitas provenientes das exportações de soja, açúcar, café, carnes etc. Além disso, as exportações brasileiras dependerão do comportamento da demanda mundial, que poderá ser bastante prejudicada se o conflito se prolongar. A deterioração das contas externas, num ambiente de guerra, pode dificultar ainda mais a gestão da política macroeconômica da economia brasileira.


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