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COMMODITIES EM ALTA
Os investidores internacionais parecem convencidos de
que os Estados Unidos estão na iminência de iniciar uma guerra contra o
Iraque. A ameaça de guerra deteriora
as expectativas de investimento das
corporações e abala a confiança dos
consumidores.
Simultaneamente, os movimentos
nos mercados financeiros geram oscilações entre as principais moedas
internacionais, derrubam os preços
das ações nas principais Bolsas de
Valores do planeta e inflam as cotações de algumas commodities (petróleo, produtos agrícolas e metais).
O movimento de fuga para os metais
(platina e ouro) reflete uma nítida
elevação da incerteza na economia
mundial e, por conseguinte, uma
busca por ativos que representem reserva de valor para a riqueza financeira dos agentes globais.
No caso do petróleo, há uma conjunção de fatores que desencadeiam
pressões sobre os preços. Além da
ameaça de guerra no golfo Pérsico,
responsável por 25% da produção
mundial de petróleo, há distúrbios
políticos na Nigéria, dificuldades para a retomada da produção na Venezuela, maior demanda para calefação nos países importadores do hemisfério Norte e estoques nos Estados Unidos abaixo do nível operacional considerado seguro de 270 milhões de barris. A despeito do aumento da produção na Arábia Saudita, os preços subiram 33% nos últimos três meses. O barril de petróleo
ultrapassou os US$ 36 em Nova York
e os US$ 33 em Londres.
Na perspectiva das contas externas
brasileiras, a elevação nos preços do
petróleo e o aumento na aversão ao
risco dos investidores estrangeiros
podem anular uma possível melhora
nas receitas provenientes das exportações de soja, açúcar, café, carnes
etc. Além disso, as exportações brasileiras dependerão do comportamento da demanda mundial, que
poderá ser bastante prejudicada se o
conflito se prolongar. A deterioração
das contas externas, num ambiente
de guerra, pode dificultar ainda mais
a gestão da política macroeconômica
da economia brasileira.
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