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CONSELHO INSTALADO
O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social,
agora oficialmente implantado pelo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva é
uma cópia de conselhos consultivos
existentes em outros países. No Brasil, nasce sob o signo do experimentalismo. Talvez por isso desperte tanta atenção e mesmo preocupação de
alguns setores, que acusam o órgão
de não ter representatividade ou que
temem que ele se sobreponha ao papel do Congresso Nacional.
Todas essas preocupações e temores fazem sentido. Mas é impossível
dizer, de antemão, se irão se consubstanciar na prática. Já que se fala
do terreno das possibilidades, não é
desprezível a chance de o conselho
nem sequer "emplacar", de esvaziar-se ao longo do tempo.
O entrave que parece mais sólido,
neste momento, diz respeito ao tempo consumido nas discussões internas do conselho, e a tendência do governo Lula de esperar o final dessas
discussões para depois dar início aos
trâmites propriamente parlamentares de seus projetos.
Não custa lembrar que a popularidade do presidente, neste início de
gestão, se encontra em patamares
elevados. Esse fato tem conferido ao
governismo relativa facilidade na obtenção de seus objetivos parlamentares. Um político do PT, João Paulo
Cunha, e um da ala peemedebista alinhada a Lula desde a campanha, José
Sarney, foram eleitos presidentes da
Câmara e do Senado, respectivamente. Além disso, o PMDB já discute a
hipótese de aderir formalmente à base governista.
No entanto, os ventos da popularidade costumam parar de soprar a favor do governante à medida que o
tempo passa. Colocar todas as fichas
das principais reformas pretendidas
por Lula no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, portanto, pode significar a dissipação de
preciosa energia política.
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