São Paulo, quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

O "Painel do Leitor" recebe colaborações por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al.Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo-SP, CEP 01202-900). As mensagens devem ser concisas e conter nome completo, endereço e telefone. A Folha se reserva o direito de publicar trechos.

João Hélio
"No exercício da advocacia, percebo que extremamente raros são os exemplos de criminosos que se recuperam após um tempo nas penitenciárias de nosso país. Não há mecanismos para a recuperação de jovens infratores em larga escala. O que é necessário e primordial é socorrer nossa infância, desde a mais tenra idade, com escolas em tempo integral.
E, em casos extremos, como o do Rio de Janeiro, o Estado deveria assumir a educação dessas crianças em colégios internos, equipados tecnologicamente, com liberação de saída apenas aos fins de semana para visitarem os pais."
ALEX APARECIDO HERMINI (Pitangueiras, SP)

"O crime bárbaro cometido contra o garotinho de 6 anos traz à tona os defensores da pena de morte, da prisão perpétua e da redução da maioridade penal. Porém, tendo em vista que o escopo dessas medidas é a redução da violência urbana, creio que o foco deve ser concentrado em educação pública de qualidade para que os jovens que estão soltos não trilhem o caminho da criminalidade. É também necessário prover todos os presídios do Brasil de sistemas de educação e profissionalização, pois, após passar por uma cadeia, é extremamente difícil uma pessoa conseguir um trabalho digno -o que provoca, em 70% dos casos, a reincidência criminal."
MARCOS ROBERTO BONI, advogado criminalista (Campinas, SP)

"O presidente Lula, o senhor Renan Calheiros, presidente do Senado, os senhores Aldo Rebelo e Arlindo Chinaglia, ex e atual presidente da Câmara dos Deputados, e toda a classe política nacional, sobretudo os que ocupam cargos há mais tempo, estavam também dirigindo o veículo que arrastou e matou o menino João Hélio no Rio de Janeiro.
Aqueles facínoras são os frutos das árvores que os políticos brasileiros estão plantando há muito tempo para a sociedade brasileira colher."
MARCELO DRUMOND FILHO (Belo Horizonte, MG)

Aborto
"A Revolução dos Cravos, que transformou Portugal, em 1974, nos deu energia para continuarmos abrindo a árdua trilha da democratização tropical.
Que os resultados do plebiscito de domingo sobre a legalização do aborto sejam também uma fonte de inspiração para todas e todos aqueles que na sociedade brasileira estão comprometidos com a laicidade do Estado e com a autonomia sexual e reprodutiva das mulheres."
SONIA CORRÊA, pesquisadora associada da Abia -Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Rio de Janeiro, RJ)

TV
"Temos o direito de saber o que estamos consumindo quando compramos um iogurte no supermercado, não? Temos exatamente o mesmo direito de saber o conteúdo da programação televisiva que recebemos em nossos lares. Por isso considero que toda produção cultural (TV, cinema, teatro) deva esclarecer, usando critérios objetivos, qual é o conteúdo a ser apresentado para que o consumidor possa decidir se aquilo lhe convém ou não."
EVANDRO BACARIN (Campinas, SP)

Precatório
"Excelente o artigo de Joaquim Falcão de 12/2 ("Tendências/Debates"). A sociedade não suporta mais o prolongamento da inadimplência dos precatórios, mormente dos alimentares, considerados prioritários pela Constituição.
A situação no Estado de São Paulo é emblemática: em 2007, ainda não foram adimplidos integralmente os precatórios alimentares de 1998, ao passo que os décimos dos precatórios não-alimentares estão em dia (nos últimos seis anos, a diferença em favor dos credores não-alimentares ultrapassou a casa dos R$ 3,5 bilhões).
A distorção passou a ser torturante. Primeiro, porque o Estado gasta menos do que poderia gastar -como o artigo bem demonstrou.
Segundo, porque o Estado gasta mal, beneficiando os grandes credores em detrimento dos humildes. A aprovação da PEC 12/06, com alguns pequenos ajustes (o principal seria a melhor adequação dos percentuais entre o que vai para a fila e o que vai para os leilões), representaria uma correção de rumo premente, garantindo a volta do primado da submissão do Estado à Constituição e ao desejado resgate da força do Poder Judiciário."
FELIPPO SCOLARI NETO, presidente do Movimento dos Advogados em Defesa dos Credores Alimentares do Poder Público -Madeca (São Paulo, SP)

Enem
"A reportagem "Região piora desempenho no Enem 2006" (Folha Ribeirão, pág. C4, 8/2) foi um atentado ao bom jornalismo. A "rankerização" é totalmente questionável, pois o objetivo da avaliação, segundo o Ministério da Educação, é muito maior e tem como meta mapear os problemas da educação brasileira.
Portanto classificar as escolas avaliadas em "melhores" e "piores" é incorrer numa atitude que não encontra respaldo nos dados em que se baseia. Além disso, desmerece todo o trabalho desenvolvido por essas escolas durante o ano, pois o jornal nunca permite direito de resposta na mesma proporção da reportagem que acusa. No caso das particulares, com possibilidades de prejuízos à escola e às pessoas que nela atuam.
A diferença estatística de, no máximo, dois testes não pode ser critério suficiente para destacar uma escola na coluna das "melhores" e a outra na vala mortal das "piores". Se a reportagem tratou da média da região, por que uma escola de Araraquara com 57,34 pontos está entre as melhores e uma de Franca com 58 figura entre as piores? Por que Ribeirão Preto apresenta cinco escolas entre as melhores e as outras apresentam apenas três? Por que uma das escolas particulares de Franca não aparece nem entre as piores nem entre as melhores? Não havia critério para classificá-la?"
MAURÍCIO BUFFA, coordenador de comunicação e marketing da Unifran - Colégio Alto Padrão Objetivo (Franca, SP)

Nota da Redação - O critério utilizado no quadro "As melhores e as piores escolas em cada cidade" é simples: as melhores são aquelas cujos alunos foram mais bem avaliados na média geral, e as piores são aquelas em que os estudantes obtiveram as médias gerais mais baixas em cada município. Como a lista é por cidade, é natural que uma escola apareça entre as mais bem avaliadas de um município mesmo tendo média geral inferior à obtida por instituição que apareça entre as piores em outro. A decisão de colocar cinco instituições de Ribeirão Preto e três de Franca levou em consideração o fato de o exame ter avaliado 19 escolas particulares de Ribeirão e apenas nove de Franca -por isso, era impossível fazer uma lista de Franca com as cinco melhores e as cinco piores, como foi feito em Ribeirão. A Folha pôs na internet a lista completa das escolas avaliadas (www.folha.com.br/070381).

Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor

Serviço de Atendimento ao Assinante: 0800-775-8080
Grande São Paulo: 0/xx/11 3224-3090
www.cliquefolha.com.br

Ombudsman: 0800-15-9000
ombudsman@uol.com.br
www.folha.com.br/ombudsman


Texto Anterior: Túlio Kahn: Na "encenação", o sangue é de verdade

Próximo Texto: Erramos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.