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MELHOR NO INTERIOR
O ensino médio -antigo segundo grau- está entre os
maiores desafios para as autoridades
brasileiras nos próximos anos. É
fundamental, a esse respeito, conhecer onde estão seus principais problemas e onde encontrar soluções
economicamente viáveis para melhorar o ensino nesse nível.
Dão pistas interessantes aos administradores os dados do Enem
-Exame Nacional do Ensino Médio- segmentados por municípios
que esta Folha publicou na edição de
domingo. Tanto na rede pública
quanto na particular, é notável o desempenho das cidades de pequeno e
médio porte, bem como a preponderância de localidades do interior do
país entre as primeiras colocadas.
As duas melhores médias no exame -que é facultativo- ficaram
com Petrópolis (RJ) e São Carlos
(SP). Na rede pública isoladamente,
destacaram-se cidades do interior do
Rio Grande do Sul, como São Leopoldo, Santa Maria e Caxias do Sul. E
os piores desempenhos entre as instituições do governo ficaram com escolas do Nordeste.
Nas cidades menores, a aproximação entre as comunidades e a escola
tende a ser maior que em grandes
centros, o que facilita a interlocução
e as cobranças entre pais e professores. A existência de uma cultura de
aperfeiçoamento contínuo dos professores -em geral associada à presença de um bom centro superior de
estudos no município- também favorece o resultado dos alunos.
Além disso, o bom desempenho
relativo de cidades gaúchas no ensino público sugere que os dois fatores
citados acima são otimizados quando associados a um quadro de menor desigualdade social e, portanto,
maior presença de adolescentes de
classe média na escola pública.
Como as autoridades nacionais na
área da educação não podem agir para diminuir a desigualdade (e o tamanho do município é um dado também avesso a manipulações), a saída
parece ser a de reforçar -e muito-
a capacitação dos professores.
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